Capítulo 12

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BRUNNA

Estaria mentindo se negasse que as atitudes dela estão me afetando de um jeito muito marcante. Foi perceptível que a mesma estava sobre o efeito de algum entorpecente, mas segundo a maioria das pessoas, isso causa a sinceridade que a lucidez esconde.

A tempos a sua aproximação tem causado alguns efeitos loucos em mim, arrepios, desejos, pensamentos que conflitam com tudo que acreditei ser incapaz de acontecer comigo um dia. É isso! Eu estou desejando-a, não como amiga, porque já somos amigas, é algo mais.

Talvez eu só precise fazer uma experiência, como aquele romance da bela adormecida, que um beijo do verdadeiro amor foi fundamental para que a mocinha se livrasse da maldição que a assolou. Não que eu acredite em contos de fadas, não existe lógica nessas estórias, mas talvez possa me tirar desse impasse.

Vou intitular de o paradoxo do beijo.
Sim, porque um paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é o oposto do que alguém pensa ser a verdade. E essa não é a minha verdade, nunca admiti como opção viver um romance com alguém, sempre achei ser uma total perda de tempo, embora seja um mal necessário, visto que as famílias são compostas inicialmente por casais apaixonados.

Mas, e se for comprovado as minhas suspeitas, o que farei com tais respostas? Se sim, estou apaixonada, vou ter que começar um romance com ela? Sobre o não eu já sei como me comportar, ora, é só continuar normalmente com a minha vida. Eu não entendo nada sobre romances, talvez eu deva ler alguns livros sobre o assunto, antes vou por em prática meus planos. Hoje quando ela deitar-se comigo, vou beija-la, espero que ela queira tanto quanto eu.

Noite...

Ela parece não se lembrar sobre ontem, ou está evitando tocar no assunto. Vou deixar como está, não me fez mal algum vê-la se masturbar.

- Vamos deitar?

- Você não parece está com sono, princesa.

- E não estou, mas eu quero deitar.

- Então deita, depois eu te acompanho.

- Tá bem, o que está fazendo?

- Falando com alguém por SMS.

- Você vai sair?

- Talvez, algum problema?

Essa Verônica acaba de entrar pra minha lista negra, que garota mais desagradável.

- Vai se encontrar com a Verônica outra vez?

- Não estou falando com a Verônica, é outra garota.

- Quem?

- Como você é curiosa em, o nome dela é Beatrice. Uma antiga amiga do orfanato.

- E você vai sair com ela? Pra transar?

-  O que? Brunna, não se pergunta essas coisas?

- Me desculpa, eu não sabia.

- Tudo bem, vem, vamos deitar.

Ela deitou-se primeiro e estendeu os braços para mim. Meu coração começou a acelerar, e senti uma fraqueza nas pernas, andei apressada até a cama, deitei com o rosto de frente para o seu e sem pensar em coisa alguma, colei nossos lábios. Mantive os olhos abertos por alguns segundos encarando-a sem desgrudar nossas bocas, tentando decifrar o que seu olhar significava. Mas ela desfez o beijo, respirou tão fundo como se precisasse muito daquela porção de ar e voltou a me encarar.

- Não faz isso, princesa.

- Mas eu quero.

- Não, você não quer.

- Você não pode falar por mim. Você não gostou?

- Não é isso, é que é errado.

- Por que?

- Você só tem 15 anos, eu não posso, desculpa!

Voltei a selar nossos lábios, dessa vez segurei seu rosto com minhas mãos. Mas novamente ela se afastou.

- Brunna...

- Por favor, eu preciso.

- Você não entende mesmo, não é?

- Não, mas mesmo assim eu quero. E quero muito.

Ela me encarou por alguns segundos, e pude perceber que se encontrava em um conflito interno, mas que não demorou a ser resolvido. Porque surpreendendo minhas expectativas ela segurou firme em meus cabelos e voltou a me beijar, mas dessa vez foi tudo mais intenso, com sua outra mão apertou a minha cintura, me envolvendo em um misto de sensações que me fez perder o sentido.

E quando ela abriu sua boca e cobriu a minha, repeti seus movimentos, em um beijo lento e cheio de sabores. Fiquei completamente a mercê de suas ações, mas no momento em que ela colocou sua língua em minha boca e intensificou mais ainda o beijo, eu não consegui conter as várias reações do meu corpo.

Continuou lento, maravilhoso, e perfeito. Aquele aperto gostoso em meu quadril, seu corpo colado ao meu, sua mão segurando firme em meus cabelos estabelecendo dominância, e eu não percebi o quão vulnerável estava em seus braços, porque eu só queria que ela nunca mais parasse esse beijo.

E nunca nem mesmo em todos os meus sonhos pude imaginar que algo tão nojento era tão gostoso. Não tenho palavras que sejam capazes de descreverem tais sensações, só que é uma das melhores que já experimentei em toda a minha vida.

Eu não sei o que é a paixão, mas se for isso que estou sentindo agora, eu quero sentir mais, muito mais, mas só se for com ela

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Eu não sei o que é a paixão, mas se for isso que estou sentindo agora, eu quero sentir mais, muito mais, mas só se for com ela.

A colega de quarto.Onde histórias criam vida. Descubra agora