Depois de puxar a folha pela quinta vez e ela sair em pedacinhos, comecei a interpretar aquilo como um sinal divino de que havia realmente alguém zoando com a minha cara. Só podia!
Chutei a copiadora mas tudo o que fiz foi ficar com uma maldita dor no pé e a malvada máquina não devolveu a folha que deveria ter impresso há vinte e cinco minutos atrás.
Olhei no grande relógio num dos cantos da parede e notei que faltavam vinte minutos para o horário de saída e eu ainda não conseguira dominar aquela besta que as pessoas da Euforic chamavam de máquina de xerox.
Porra, quando meu pau voltasse, eu seria o primeiro a conversar com a direção da Euforic sobre salários melhores para as pobres secretárias que tinham de lidar com máquinas como aquelas, clientes sem educação, e pessoas, diversas delas, achando que só porque têm um cargo acima do seu são suas chefes, fazendo pobres moças como eu como escravas.
Porque agora era o que eu era.
Não apenas uma moça, mas uma escravizada secretária de planejamento que estava com o vestido creme forrado de tinta preta da máquina copiadora, com o cabelo em todas as direções, já que eu não sabia direito como prendê-lo e algo nele fazia com que os pequenos elásticos que eu colocava nele escorregassem e se perdessem no carpete do hall e cansada.
Eu estava cansado num nível que era praticamente espiritual depois de toda a jornada que eu tivera naquele dia. Que parecia não acabar nunca.
A copiadora deu mais um daqueles gemidos malucos que ela dava quando não estava a fim de desenroscar a folha sozinha e eu a chutei de novo, desistindo e me sentando no chão, com as costas apoiadas nela. Contente por finalmente, depois de cinco horas, ser capaz de me sentar, respirar e entender quando o meu dia se tinha se tornado uma merda completa.
Talvez tenha sido quando eu acordara naquele sofá desconfortável com as costas em chamas e com um bilhete de Amélia pendurado na minha camisa antiga, agora usada como uma gigante e confortável camisola, dizendo para eu ir me foder e deixar ela fazer o trabalho dela em paz. Com um simpático P.S dizendo que ela se vestiria como ela bem quisesse e que como pagamento eu deveria ir para o trabalho de ônibus.
Também pode ter sido quando, por algum lapso do meu cérebro, eu decidi que ir para o trabalho com o meu velho Audi tinha sido uma ideia fantástica e fora parado em uma blitz e tenha sido obrigado a mentir para um oficial dizendo que havia esquecido a carteira e usando os meus novos seios apertados no decote do vestido creme para desviar a atenção do policial para que ele não levasse o meu carro, o que ele estava prestes a fazer quase me levando à lágrimas por perder o meu carro e o meu pau num espaço tão curto de tempo.
A multa? Será que foi a multa de dois mil e quinhentos reais por dirigir sem documentos? Saber que o rombo no meu cartão de crédito estava ficando cada vez maior não estava sendo nada legal para o meu dia.
Talvez eu tenha estragado a minha manhã, e consequentemente o dia todo, quando eu chegara ao andar de planejamento e tenha encontrado Amélia Ribeiro.
A copiadora piou e eu dei um tapa nela, voltando às minhas memórias.
Eu não tinha reconhecido de imediato. Mas meu corpo sabia quem era antes mesmo que eu ligasse a figura incrível parada na porta envidraçada, distribuindo alguns documentos para os estagiários, explicando e movimentando as mãos para ser melhor entendida.
O vestido dela era vermelho, até os joelhos, mas justo. Justo o suficiente para moldar todas as curvas do corpo dela de uma maneira que, se eu ainda tivesse um maldito pinto, ele estaria duro que nem pedra. Os estagiários não davam a mínima para o que ela estava falando, mais preocupados em olhar para os peitos, as curvas da cintura e para a bunda moldada no tecido vermelho.
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Diana
RomanceCarol Fontana estava cansada de ser apenas mais uma na lista de Miguel Santana, o maior machista que São Paulo já vira. Então, decide usar a magia para fazer com que Miguel aprenda de uma vez por todas como uma mulher se sente. Agora, como uma garot...