Um dia quase perfeito

175 20 8
                                    

JACK

O meu rosto era acariciado por Finn. Eu ainda não conseguia entender o que tinha acontecido. É tão vergonhoso pra mim. Sinto vontade de morrer por ter passado por isso. Gavin é um grande babaca de merda. Olho mais uma vez pro Wolfhard. Parecia que tinha algo estranho nele, algo que o mesmo tentava me contar.

Jack: algum problema? -- me afastei.

Finn: eu só queria convidar você pra ir tomar um sorvete, é por minha conta! -- deu uma piscada.

É sério que ele agindo como se nada tivesse acontecido?.

Finn: vai ser melhor pra você esquecer o que acabou de acontecer, aceita?.

Não posso recusar um pedido de sorvete, e é pela conta dele. Pelo menos vai ter algo bom hoje. Balanço minha cabeça aceitando o pedido de Finn. Vou até meu quarto me vestir enquanto Wolfhard me espera na sala. Eu ainda tenho vontade de me enterrar em um buraco. Tenho medo das mentiras que Gavin pode contar para minha mãe, ele pode até inventar que um tubarão com três cabeças ficou sozinho aqui na minha casa, mas minha mãe sempre vai acreditar nele. Desço as escadas correndo para chegar até o garoto que me esperava. Olhei seus olhos brilhando. Seu sorriso é bem difente a de todos os garotos que eu já conheci, é até meio estranho. Finn abriu a porta para nós dois sairmos. O céu parecia carregado, logo ia cair chuva por tudo.

O caminho até a sorvete era longo. Eu não conheço nada da cidade, tirando o fato de eu ter chegado aqui faz dois meses. Mas isso não quer dizer que eu sou obrigado a conhecer a cidade. Acho que vamos ficar aqui por muito tempo. Minha mãe anda saindo todo dia de manhã, até à noite ela anda faltando no trabalho. Espero que ela não esteja fazendo bobagens. Vejo um letreiro luminoso com um sorvete gigante como placa. Que lugar lindo. Entro na sorveteria com os olhos brilhando. Tinha doces por tudo que eu olhava, me deu água na boca só de olhar. Finn me levou até uma mesa para que ele fosse fazer nosso pedidos. Espero que algo gelado deixe meu dia mais alegre. Abro um sorriso quando vejo Noah limpando algumas mesas. Aceno para ele.

Jack: hey, Noah! -- balanço minhas mãos para chamar sua atenção.

O garoto de olhos claros vem na minha direção com um sorriso. Sinto borboletas na minha barriga, parece que eu encontrei uma pessoa muito especial.

Noah: fazendo o que sozinho? Veio refrescar a mente? -- sentou ao meu lado.

Deixei o meu melhor sorriso escapar. Me sinto tão bem perto dele.

Jack: o Finn me convidou pra tomar um sorvete, você quer ficar conosco?.

Eu quero que ele fique mais, fique perto de mim. Minhas bochechas estão vermelhas por timidez.

Noah: desculpa, mas eu não quero atrapalhar o encontro de vocês! -- voltou para o balcão.

Parece que meu coração foi junto com ele. Agora tudo tinha perdido a cor, tudo tinha ficado sem graça. Olhei Wolfhard caminhar até mim com duas taças. Deixei um sorriso no rosto quando vi o meu sabor de sorvete preferia na taça. Vou infartar de tanto comer.

Jack: como você soube que meu sabor preferido é morango? -- perguntei colocando uma colherada na boca.

Finn: eu descobri, mas vamos deixar isso como um segredo meu.

Olhei para ter certeza do que o garoto tinha falado. Tinha subido um friozinho na minha barriga. Ele é estranho. Seus lábios se movem de um jeito estranho pra tomar um simples sorvete. Eu não te conheço Finn Wolfhard, mas tenho certeza que você não é uma pessoa boa.

Finn: quer me beijar?.

Engasguei com a fala de Finn. Meu corpo todo gelou por dentro. Esse garoto só fala bosta.

Finn: foi pro buraco errado, Jack.

Eu não sei explicar, algo me chamou atenção nele. O jeito que ele falou o meu nome, o olhar que ele faz pra me observar. Isso foi um grande erro. Percebo que o tempo todo o garoto me olhava. Me levanto para pode ir embora, e Finn faz o mesmo.

Finn: vai a onde?.

Minha respiração acelerou por completo. Você é burro, Jack, como que você veio tomar um sorvete com o garoto que te viu pelado.

Jack: e-eu tenho que ir, minha mãe deve estar em casa já.

Caminho até a saída. Vejo Finn me observar até eu perder ele de vista. Começo a correr antes que ele me encontre novamente. Eu não sei o que deu em mim, mas eu vou implorar pra sair dessa cidade. Só de pesnar que amanhã eu vou me encontrar com aquele garoto na escola. Isso é culpa minha, eu fui tão idiota por esquecer do detalhe de hoje de manhã. Respiro fundo quando vejo o carro da minha mãe estacionado na coragem. Atravesso a rua e entro dentro da minha casa. Tenho tantas coisas pra falar com ela. Paro de andar quando me deparo com Angela sentada na poltrona. Seu olhos parecem cheio de tristeza.

Jack: oi? -- falei com insegurança.

Me sento no sofá.

Angela: é verdade aquilo que seu pai falou pra mim? -- me olhou.

Jack: NÃO! ELE MENTE PRA VOC....

Angela: CHEGA! Eu só perguntei uma coisa, eu só quero que você me responda com "sim" ou "não". É verdade que você estava sozinho sem roupas com um garoto? -- cruzou as pernas.

Eu sabia que ela não ia acreditar em nenhuma palavra que eu ia falar.

Jack: é verdade sim, mas eu posso explicar.

Minha cabeça abaixada. Sinto o olhar dececionante que eu recebia da minha mãe. Gavin, seu imbecil de merda.

Angela: isso vai ser a última vez que vai acontecer, não quero mais ninguém dentro dessa casa! -- saiu da sala.

Ela não confia mais em mim. Senti minha bochecha molhar. Eu odeio tanto a minha vida, não posso nem me defender das mentiras de Gavin. Caminho lentamente até meu quarto. Eu só quero descansar agora. Deito na cama por poucos minutos. Minha mãe logo bateu na porta pra dizer que ia deixar comida na mesa. Hoje é o pior dia da minha vida

Continua...

Obsessão + FackOnde histórias criam vida. Descubra agora