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— Hm... Aqueles não eram o Rice e a Leenam? — MD perguntou, de relance.
Shane apenas chacoalhou os ombros.
Shane e MD pegaram uma mesa bem perto da calçada no restaurante a céu aberto que MD achou incrível só de passar os olhos, pois até então, não tinha ideia de onde levar Shane, já que esse aceitara seu pedido de parar em algum lugar para comer mais rápido do que ele imaginou. Não passou um minuto e o telefone de Shane já apitava sem parar, MD notou que todas as garotas ao redor olhavam para ele com o celular em mãos, já que esse era tão famoso. Shane reagia apenas com um sorriso diante daquilo, mas MD não deixava de reparar no quanto ele era notado por todos ali.
Shane tinha aparência perfeita para um modelo, sua pele lisa, seu sorriso cativante e brilhante atraia mesmo os sentidos de MD. Ele havia ficado mesmo impressionado com aquilo.
Mas logo ignorou quando Shane colocou o celular no silencioso e o guardou no bolso, pegou o menu e fingiu que não tinha notado os dez segundos de fama mais impressionantes que passaram diante de seus olhos.
— Então, o que vai pedir? — ele perguntou, ainda de olho no menu.
— Talvez uma porção de fritas — Shane respondeu, só então pegou o cardápio.
Um silêncio considerável se passou por uns minutos enquanto os dois encaravam o cardápio. Só então Shane sentiu vontade de perguntar:
— Sabe, o que te motivou a ser médico? — ele pousou o cardápio sobre a mesa, chamando a atenção de MD que suspirou.
— É uma pergunta interessante — ele respondeu. — Percebi que ajudar as pessoas é simplesmente bom, apesar de que às vezes nada vai como planejado, eu gosto de saber que posso fazer o possível para salvar vidas.
— Você tem um trabalho e tanto — Shane disse, levantando as sobrancelhas.
— Digo o mesmo! — MD riu. — Acha que não notei o tanto que seu celular apitou apenas em cinco segundos? Deve ser incrível ser modelo.
Um suspiro alto saiu de Shane, então o mesmo se escorou na cadeira.
— Não tanto assim — ele disse, soturno.
— Como assim?
— Bom, ser modelo exige muito de mim, e às vezes penso que poderia ser diferente. Sabe, quase não tenho tempo para sair assim, quase não passo tempo com meus amigos, minha família nem perde mais tempo me ligando — Shane tomou um longo fôlego. — Devo agradecê-lo por me tirar um pouco do trajeto, obrigado.
Shane riu, mas MD não conseguiu retribuir sem que ficasse vermelho.
— Não tem de quê — ele apenas disse.
— Aliás — Shane franziu o cenho, retirando o celular novamente do bolso. — Por que comentou isso na minha foto hoje? — ele colocou o telefone exatamente no comentário de MD, aproximando-o de sua face.
MD gargalhou.
— Talvez porque eu ainda espere uma resposta — falou, sem tirar os olhos dos de Shane.
O modelo recuou. MD cruzou os braços na mesa, sorrindo maliciosamente.
— Vão pedir alguma coisa? — a garçonete interrompeu os olhares distintos, com seu bloco de anotações.
— Vou querer uma porção de churrasco — MD pediu, olhando em seguida para Shane, que agora parecia estar vermelho.
— Porção de fritas — o rapaz pediu.
[...]
Shane não acreditou que aquele comentário tinha sido mesmo sério, mas ignorou completamente aquilo, pois MD o bombardeava com suas histórias sobre seu trabalho como médico. Eram realmente engraçadas, umas nem tanto, outras nojentas demais para serem absorvidas depois da refeição. De qualquer modo, ele apenas ria para qualquer uma das opções.
Ele estava realmente gostando do papo.
— Então, você não tem nenhuma história engraçada do seu trabalho? — MD perguntou, colocando o prato de lado.
— Hm... Bom, teve uma vez que fui sequestrado — Shane disse, tapando a boca.
— Sério?
— Não. — Shane riu, MD franziu o cenho. — Quero dizer, eu não tenho nenhuma história engraçada do meu trabalho, porque é muito chato.
— Eu gosto mesmo do seu otimismo — MD brincou. — Tá afim de ir ver o templo aqui perto?
— Ahm... Tudo bem. — Shane respondeu, pegando sua carteira.
— Não. Pode deixar eu pago — MD o interrompeu, já tirando o dinheiro da sua.
— Você é muito gentil, doutor — Shane brincou.
MD foi até o caixa enquanto Shane o encarava, podia parecer loucura, mas ele estava mesmo achando que MD tinha o levado à um encontro sem que ele soubesse, mas mesmo assim não implicou. Shane, apesar de ser um rapaz sério e direto, não gostava de ser rude com ninguém, por isso deixou que MD o levasse. E ganhar um novo amigo depois de tanto tempo não era nenhuma má ideia.
Quando MD voltou, deu dois tapas nas costas de Shane e assim os dois retornaram ao carro, indo em direção ao templo.
As luzes de Bangkok eram lindas naquela época do ano e o templo ficava repleto de holofotes e chamas decorativas ao redor de si, pelo menos foi o que Shane percebeu ao avistá-lo de longe. Por algum motivo MD ria, e não conseguia parar.
E por motivo algum ele queria parar.
"Um passo de cada vez, vivendo o dia-a-dia, como se fossemos iguais."