Atrás da menina e de sua irmã mais nova uma figura as perseguia. Elas corriam por uma floresta que a princípio aparentava não ter fim, e no fundo de seu coração a menina rezava para que um fim realmente não chegasse, caso contrário ela imaginaria que não havia mais para onde ela fugir.
Olhando para trás a menina observou o homem que a perseguia.
Vendo a aparência dele a menina tinha certeza de uma coisa; Ela tinha certeza de que se ele alcançasse ela não haveria conversa ou misericórdia, ela apenas encontraria o seu fim nas mãos desse homem.
O homem que a perseguia, com sua armadura reluzente, trazia a mente da menina a imagem dos cavaleiros de armadura brilhante que salvavam as pessoas nas histórias que ela havia ouvido durante a infância dela. Histórias essas onde, todas as vezes em que uma pessoa estava precisando de ajuda, esses cavaleiros brilhantes viriam para salvar as pessoas de seu dia.
Mesmo assim, havia uma grande diferença entre esse cavaleiro e os cavaleiros das histórias que a menina havia ouvido durante a sua infância. Uma diferença tão grande que a menina sentia que a imagem de todos os cavaleiros com os quais ela havia sonhado até hoje se desvanecia por causa desse único cavaleiro.
Esse cavaleiro que a perseguia não estava tentando salvar a menina de algum perigo que assolava o seu vilarejo; Esse cavaleiro estava tentando matá-la.
A menina, que olhou para trás, pôde sentir como a intenção do cavaleiro de tirar a vida dela se refletia pelo fio brilhante de sua espada. Sua intenção se refletia tanto que a menina tremia só de olhar para espada que ele carregava.
Por isso a menina corria com todas as suas forças. Suas pernas ardiam, seu respiração estava ofegante e seu peito doía, mas a menina não pararia de correr.
De repente a menina sentiu como se o peso que ela puxasse tivesse aumentado. Olhando para trás, na direção de sua mão, a menina pôde ver como sua irmã menor havia caído no chão. Vendo essa imagem, a menina ficou paralisada por um instante.
Solte ela...
Deixe ela para trás...
Fuja...
Se você deixar ela aqui você poderá escapar...
Vozes começaram a falar na cabeça da jovem e, por um segundo, ela realmente pensou em seguir o que essas vozes diziam. Mas, quando ela estava prestes a se virar, ela viu os olhos de sua irmã olhando para ela de uma maneira assustado.
Não! Eu não posso fazer isso!
Pensando nisso a menina reuniu todas as suas forças e se preparou para continuar correndo com a sua irmã, mas nesse momento ela percebeu que já era tarde demais.
Olhando por cima de sua irmã mais nova a menina percebeu que o cavaleiro que as perseguia as havia alcançado. Se aproximando de sua irmã, ele já havia erguido a sua espada para o céu e a menina pôde sentir como a qualquer momento aquela espada se moveria.
Em um impulso a menina reuniu as suas forças e, com ambos os braços, ela puxou sua irmã mais nova para protegê-la. Abraçando a sua irmã mais nova e protegendo-a com o seu próprio corpo, a menina sentiu uma enorme dor se formando em suas costas quando a espada do cavaleiro desceu sobre suas costas.
O rosto da menina se contorceu de dor.
Ela queria correr mas ela não sentia mais nenhuma força em suas pernas. Tudo o que a menina conseguiu fazer foi ficar naquele lugar abraçando a sua irmã mais nova e protegê-la com o seu próprio corpo.
De relance, no canto de seus olhos, a menina viu a imagem do cavaleiro atrás dela. Sua espada havia erguida novamente e ela refletia a luz do sol fortemente, quase ofuscando a visão da menina.
A menina já havia se resignado ao seu destino e apenas abraçou a sua irmã mais nova com o máximo de força que pôde. Em seu interior a menina rezava para que a esse cavaleiro ao menos lhes mostrasse um pouco de misericórdia e que as eliminassem rápido, para que não houvesse dor.
Quando a espada do homem desceu sobre a menina ela fechou os olhos -
- mas a dor não veio.
A primeira coisa que a menina viu em seu campo de visão foi que a espada havia parado em sua trajetória descendente. Movendo seus olhos, a coisa seguinte que entrou no campo de visão da menina dessa vez foi a pessoa que havia empunhado a espada até agora.
O cavaleiro que a perseguia tinha parado seu movimento como se estivesse envolto em gelo. A atenção dele não estava mais sobre a menina, e seu estado completamente indefeso revelou o choque que surgia dentro dele.
Sendo guiada pelo olhar do cavaleiro, a atenção da menina foi desviada para a mesma direção em que o cavaleiro olhava. E então ela viu o desespero.
Diante da garota havia surgido escuridão. Tão fina quanto papel mas que aparentava ter uma profundidade insondável, que a garota não conseguia alcançar. Aquela cena que a garota nunca havia imaginado passava para dentro da garota uma apreensão indescritível.
Uma porta?
Olhando para a escuridão que se acumulava diante dela, a menina sentiu que um ser do mal poderia sair dali a qualquer momento. Um sentimento de medo indescritível tomou conta da garota, mas então a imagem de uma criatura começou a emergir da escuridão.
E quando a visão da menina se voltou para aquela criatura-
"Wou..."
Um som de admiração surgiu, embora que, nesse momento, a menina acreditava que ele pudesse ter surgido de qualquer um dos que o observavam.
Emergido a partir da escuridão, a imagem de um cavaleiro de armadura completa vestido de uma armadura prateada reluzente iluminou o ambiente. Uma combinação de admiração e de medo surgiu no coração da menina enquanto ela olhava para aquela figura.
" [Aura Blade] "
No momento em que a menina ouviu essas palavras a imagem do cavaleiro diante dela ficou borrada e desapareceu, e no momento seguinte um pequeno baque surdo, como o som de metal colidindo contra o chão surgiu atrás da menina.
Com muito medo a menina olhou para trás e a imagem do cavaleiro que antes a perseguia agora havia mudado. Sua armadura metálica, que antes parecia um pedaço maciço de metal, agora jazia cortada junto ao cavaleiro que a portada. Suas metades superior e inferior do corpo agora estavam separadas de forma que não havia mais dúvidas para a menina; aquele cavaleiro estava morto.
De repente, da direção daquela porta de escuridão de onde o cavaleiro prateado havia saído, um som estranho surgiu.
Olhando naquela direção, a menina ficou novamente paralisada. Daquela porta feita da mais pura escuridão, oito figuras demoníacas estavam emergindo. Vestindo armaduras assustadoras, assumindo formas que não se mantinham, como se derretessem constantemente, e liberando uma aura que fazia a espinha da menina tremer.
E diante daquele grupo de criaturas que aparentavam ter emergido do submundo a imagem do ceifador se aproximava da menina.
O ceifador veio nos buscar?
Vestido com um manto negro obsidiano que liberava uma aura ainda mais terrível do que aqueles que estavam ao seu redor, o ceifador não tinha pele ou músculos. Em seu lugar, apenas um conjunto de ossos brancos restava e, nos espaços vazios em seu crânio, uma luz vermelha brilhava intensamente com um ódio que fazia a menina sentir como se o seu coração estivesse sendo agarrado pela morte.
Então, como se guiado por esse ódio, o ceifador e aqueles que o acompanhavam começaram a caminhar em direção a menina que ainda estava sem conseguir respirar no solo. Sabendo que ela não poderia escapar, a menina fechou os olhos e apenas esperou, rezando para que sua irmã não se sentisse tão sozinha, pois ambas iriam para o outro mundo juntas.
E então...
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Overlord: Os Nove Supremos - Os Reis de Nazarick
FanfictionNo último dia de Yggdrasil, oito amigos do Momonga retornam ao jogo para viver o último dia da guilda ao lado daquele que os uniu por tanto tempo. Porém, quando Yggdrasil encontra seus momentos finais, eles acabam sendo levados ao novo mundo junto a...