⚠️Aviso: Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), ansiedade, menções de morte, desesperança e flashbacks, não é muito explícito mas está aí...
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Harry sentou-se na cama, tremendo e suando profusamente. Ele estava com frio por todo o corpo.
Frio, molhado e sem esperança.
Era como estar novamente na Floresta de Dean. Seu corpo doía e quando ele fechava os olhos, ainda podia ver flashes de verde. Não importava para quem o verde era direcionado - apenas estava lá. Harry realmente não gostava de verde. Ele o fazia sentir-se enjoado.
"Apenas um sonho", ele murmurou para si mesmo, puxando os joelhos até o peito e tentando combater a onda crescente de pânico no peito, "Um sonho".
Ele tentou praticar o que o curandeiro da mente lhe ensinara; pelo nariz por cinco segundos, pela boca por cinco segundos. Em vez disso, mesmo enquanto contava, suas respirações saíam mais como soluços irregulares. Seus olhos formigavam nos cantos e ele esfregou as palmas das mãos contra eles, desejando não chorar. Chega de chorar. Ele teve o suficiente disso.
A guerra havia acabado; já fazia quatro meses. Ele derrotou o bruxo mais sombrio da história e, em vez de seguir com sua vida, ele voltou exatamente como era antes da guerra.
Escuro e assustador e sem dormir o suficiente.
E por Merlin Harry só queria dormir.
Não querendo mais ficar sentado no escuro, Harry levantou-se da cama com membros trêmulos e caminhou até o patamar, sem ter certeza de onde estava indo.
A Toca estava quieta ao seu redor; respirações tranquilas e roncos leves eram emitidos de vários quartos. Ocasionalmente, alguém gritava ou chorava, então haviam passos fracos, o som de uma porta se abrindo, vozes em tom baixo, e quem quer que estivesse no quarto mais próximo as acalmava.
Harry se tornou adepto de pesadelos silenciosos desde o quinto ano. Ninguém nunca o incomodava. Mas eles ainda sabiam que ele não estava dormindo. Molly tentou fazer com que ele falasse, mas Harry saiu correndo da casa e não voltou até o jantar.
Ele ainda se sentia horrível com isso, mas ela garantiu que estava tudo bem, deu um tapinha em sua bochecha e colocou o prato. Ela era muito gentil com ele; sempre muito boa, muito gentil. Não havia nada que ele pudesse fazer para pagá-la, e era uma dívida que ela não parecia querer cobrar. Harry ainda arranjou para 10 galeões por semana serem transferidos para o cofre dos Weasley como aluguel. Ele não suportava a ideia de voltar para Grimmauld Place, e realmente não havia outro lugar para ele. Agora não.
Harry subiu na ponta dos pés dois lances de escada até o banheiro, esvaziou a bexiga e lavou as mãos. Ao se ver no espelho, ele quase não reconheceu seu próprio reflexo; círculos escuros e pesados sob os olhos e a pele puxada para os ângulos agudos do rosto. Havia cores retornando para seu rosto, é claro que ele sabia disso, ele tinha visto fotos de si mesmo logo após a guerra, mas ele ainda parecia magro de alguma forma. Perdido. Suas mãos ainda tremiam quando ele as empurrou de volta para a torneira para jogar água em sua pele pegajosa.
"Foi apenas um sonho, Harry", ele disse a si mesmo com firmeza, olhando para aquele rosto sombrio, "Não há necessidade de se preocupar com isso. Acabou. "
As palavras ainda não se encaixavam direito na língua dele. A guerra acabou. Ele repetia para si mesmo, repetidas vezes, e de alguma forma nunca parecia real.
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Harry Potter E Outras Histórias
FanfictionUma coletânea de traduções de histórias fofas, lindas, inspiradoras, tristes, todas de vários personagens e casais da saga Harry Potter