Capítulo 11

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Estamos perto da data comemorativa do dia das crianças, minha escola promoveu mais uma grande ação, um acampamento solidário antes do dia D. Todas as crianças participantes das aulas de reforço teriam a oportunidade de acampar em lugar maravilhoso no interior de São Paulo.
Como somos voluntários, fomos convocados para ajudar e acompanhar elas nesse grande momento. Eu estava muito animado, ansioso e feliz por me chamarem. O grande dia seria no sábado. Meu colégio foi sempre solidário com escolas públicas de periferias, pois sempre em seus eventos, arrecadava um boa quantia para proporcionar feitos como esse, já era tradição.

Dias passam

Vários dias se passaram, sempre observei o trabalho do Kevin como voluntário, do início foi ruim para ele se adaptar com as crianças, porém havia percebido uma coisa que me chamou muita atenção: Ele realmente estava gostando. A maneira dele ler contos para as crianças, o jeito que ensinava, parecia que o fazia bem. As brincadeiras, algo que nunca tinha visto ele fazer com os garotos... Sei lá, talvez ele estava mudando em alguma coisa.

No colégio

Camila veio conversar comigo mais a Mariana, tinha haver com ele - Kevin.
Camila: - O Kevin está sendo voluntário no programa de reforço do colégio?
Eu: - Sim. Isso foi um punição em relação da briga que ele teve semanas passadas.
Mariana: - Eu achei ótimo pra ele, quem sabe aprende alguma coisa com aquelas crianças carentes. Seu comportamento já não dava muito certo no colégio.
Camila: - Ouvi dizer que ele quase ia ser expulso.
Eu: - Ele tá se saindo bem lá, eu acho..
Mariana: - Espero muito que ele melhore seu comportamento.
Camila: - Que pena ele ser assim... Tão bonitão... Nossa, aquele físico dele
Eu: - Te controla amiga – ri.
Mariana: - Ele é um gato!
Eu: - Nossa, vocês só pensam em beleza física, bonitinho e etc...

Finalmente:
Sábado chega e já é o dia do acampamento solidário.
Nossa já é sábado, acordo bem cedinho, levanto e vou correndo escovar os dentes, minhas coisas necessárias já estavam na minha mochila. Eu despeço-me da minha mãe e sigo para os pontos de ônibus.
Quase cheguei atrasado, já tinha uma turma esperando lá no pátio do colégio, o ônibus que iriam nos buscar.
A viagem foi boa, durou apenas 3 horas, mas chegamos... O lugar era lindo, tinham rios, um campo aberto, cheio de árvores. Bom, tínhamos que nos dividir em duplas, pois havia muita criança... E também as barracas aonde iríamos ficar.
Em poucos segundos, todos começam a olhar um carro preto vindo em direção a nossa área de acampamento. Pelo incrível que pareça era “ele” que tinha chegado, seu motorista havia lhe deixado.
Algumas crianças ao vê-lo, correram para abraça-lo, chamando-o de Tio. O nosso organizador o cumprimenta e nos chama a todos-voluntário - para definir as duplas responsável por cada grupo de crianças e compartilhar a mesma barraca.
Organizador: - Você chegou bem na hora. Seja bem-vindo! Venha, vamos definir as duplas.
Kevin: - Valeu.
Organizador: Ouçam todos! Vamos definir isso por meio de um sorteio.
Nós estávamos todos reunidos em uma roda, enquanto as crianças estavam brincando por perto.
Organizador: - Aqui nessa caixa têm 5 nomes de vocês. Vou chamar as outros 5 pessoas que não estão na caixa para tirar.
Eu estava com o nome na caixa, portanto, quem não tivesse o nome na caixa e me tirar faria dupla comigo. O Kevin não tinha seu nome na caixa, fiquei com medo de fazer dupla com ele... Quem não suportaria um homofóbico com você o tempo todo? Que chato!

Uma paixão impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora