Doce Julietta

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 Romeu me levou para um pequeno quarto, que os Schneider chamavam de 'quarto de hospede'. As paredes pintadas em um tom neutro, a janela do quarto era de frente para a porta do cômodo. Uma cama de solteiro ficava embaixo da janela, na parede oposta ficava um pequeno guarda-roupa.

- Então o boato é real.

Me assustei. Não havia me dado conta dá presença de outra pessoa. Virei-me para porta, deparando-me com uma mulher de longos cabelos brancos e olhos pretos.

- Boato?

Ela sorriu, me permitindo visualizar uma linda covinha em sua bochecha esquerda.

- "Carne nova".

Sua careta, me fez rir.

- Sou Agathe Dekker.

Observei suas roupas, chegando à conclusão que era uma guerreira.

- Julietta.

- Bonito nome.

- Obrigada.

Ficamos em silêncio. Seus olhos varriam meu corpo, me deixando completamente tímida.

- Por que está aqui? Não parece que saiba lutar, então o que faz aqui?

- Sou apenas uma convidada dos Schneider.

- Eles não recebem convidados, eles vão até seus "convidados".

Prendi a respiração. Certo, ela havia me desarmado completamente. Minha única saída? Mudar de assunto, e torcer para que não voltássemos neste.

- Royer ou Schneider?

- Os dois.

Olhei-a surpresa. Agathe era como Romeu.

- Pensei que os clãs não se misturassem.

- Depois de Edgar e Selene se casarem, as coisas mudaram por aqui.

Assenti.

- Ainda não me respondeu o que faz aqui, mas aceitarei seu silêncio por enquanto.

- Obrigada.

A mulher deu de ombros.

- Nos vemos mais tarde?

Olhei-a confusa. Mais tarde?

- É noite de luau, Romeu não contou?

- Não.

Seu sorriso me reconfortou.

- Nos reunimos todas as noites de lua cheia no meio da floresta. Bebemos, cantamos, conversamos... essas coisas, sabe?

Assenti, mesmo não sabendo.

- Bom, nos vemos mais tarde então?

- Sim.

Ela sorriu, se retirando do quarto em seguida. Sentei-me na cama, ficando na altura da janela. A paisagem era linda.

Passos no corredor chamaram sua atenção, fazendo-a olhar para a porta. Segundos depois Selene Schneider se encontrava encostada no batente da porta.

- Vim me certificar se está confortável. – sorriu. – Sei que no castelo, você tem tudo.

- Estou muito bem, obrigada.

Selene sorriu.

- Quer ajuda para se arrumar? O jantar será servido logo mais.

- Há roupas para mim aqui?