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 "- Hora de acorda majestade, teremos um belo dia pela frente."

Sentei-me rapidamente na cama, odiava ouvir a voz de Lucca em minha mente, o rapaz não conhecia privacidade? Bufei irada, o sol não havia se quer nascido ainda.

Virei-me para o lado, aonde Romeu deveria estar, mas não havia ninguém. Após sair do quarto na noite anterior, ele não voltou mais, uma mulher que eu não conhecia havia me trazido o jantar.

Suspirei ao ver a bandeja vazia, juntamente com o cômodo. Era o quarto dele afinal, não precisava de tudo aquilo, poderia ter me pedido para sair.

"-Está chateada majestade?"

- Me deixe em paz Lucca.

"- Estou me oferecendo para ser seu ouvinte princesa, não precisa ser grosseira."

- Irão me tachar como louca. – Bufei.

"- Apenas se continuar falando em voz alta."

- Não, obrigada.

"- Prefere que a traga para cá? Podemos tomar um chá enquanto você conta os seus problemas para mim."

- Ao inferno Cousin.

Sua risada ecoou por toda minha cabeça antes de tudo ficar em silêncio, que naquele momento me incomodou. Amava meus momentos de paz, mas algo estava estranho. Decidi deixar para lá, por mais que me incomodasse.

Ajeitei meu cabelo, e desamassei minha roupa antes de seguir para fora da casa Schneider. O silêncio do lugar era algo assustador para mim, nunca havia visto tão quieto antes. Caminhei livremente pelo vilarejo, poucas pessoas já se encontravam acordadas e fora de suas casas.

Em poucas horas eu estaria em casa, e eu nem se quê havia aproveitado aquele momento. Três semanas longe do castelo, e zero aproveitamento.

Adentrei floresta adentro, poderia ser minha última chance em vê-la, e eu não iria desperdiçar.

"- Não faria isso se fosse você majestade, não é seguro."

- A única coisa de ruim que me aconteceu aqui, foi você Cousin.

"- Você nunca escutou histórias sobre as florestas? Não se pode entrar nelas sozinhas, princesinha, porque se entrar, pode nunca sair com vida."

- Tentando me deixar com medo Lucca?

"- Longe de mim princesa."

Voltei a caminhar pela floresta, aproveitando a paisagem à minha volta. Eu deveria fazer aquilo mais vezes, me deixava mais leve, mais calma. Meu pai adoraria caminhar livremente por ali, ele necessitava de paz.

- Fugindo dos Schneider também Julietta?

Virei-me rapidamente em direção a voz, apenas para me certificar quem era o dono da voz. Sorri ao ter minha confirmação.

- Ramon!

Corri para seus braços, havia sentido falta dele. Assim que meu corpo se colidiu com o dele, o rapaz sumiu, me fazendo cair de joelhos no chão. Olhei ao redor, atrás de Lucca ou qualquer outra pessoa, mas eu estava sozinha.

"- Corra!"

"O que? Por quê?"

"- Apenas corra majestade!"

"Me explique primeiro."

"­- Corra Julietta!"

Me senti perdendo o controle do meu corpo, tentei evitar que ele corresse, mas o mesmo já não me obedecia. Corri em direção ao vilarejo novamente, sem entender o que estava acontecendo comigo.

Doce JuliettaOnde histórias criam vida. Descubra agora