- Mãe, eu vou passar o final de semana com as minhas amigas, não vou matar uma pessoa, você exagera demais. – Digo tentando convencer a minha mãe de que tudo ira ficar bem.
- Essas suas amigas novas não me agradam filha – diz ela.
- Mãe! Elas são as minhas amigas, elas não precisam te agradar para que sejam minhas amigas, elas passam o tempo comigo e não com a senhora. – Digo tentando acalmar os meus nervos.
Qual é o problema da mãe? Ela vai me impedir de ter meus próprios amigos? Isso eu não vou permitir, ela já controlou a minha vida o suficiente, agora tenho dezoito anos, posso fazer o que quiser.
- Elas não tem a mesma vida que você, não acreditam em Deus e ...
- A mesma vida que a sua, não a minha, sou adulta o suficiente para escolher a vida que quero viver, e o facto de eu acreditar em Deus não me impede de me relacionar com quem não acredita. Eu estou atrasada, eu volto na segunda. – Digo pegando a minha mala, e saio rápido o suficiente para que ela não tivesse tempo para falar nada.
Quando saio de casa vejo o carro da Carol chegando. A Elly estava com ela.
Me aproximo do carro quando ele para em frente de casa.
- Vocês chegaram a tempo! Me tirem daqui por favor, não aguento mais ter que ouvir os sermões na minha mãe, ela esta insuportável hoje, na verdade ela sempre foi.
- Vocês brigaram de novo? – Pergunta a Carol, já fora do carro me ajudando a colocar a minha mala no porta-malas.
- Sim, desta vez foi pior, ela disse para me afastar de vocês porque vocês são do mundo e não acreditam em Deus. – Falo entrando no carro.
- A sua mãe é muito estranha, sem ofensas – diz Elly
- Ela não pode decidir com quem você deve ou não fazer amizade, e também é bom que você se relacione com pessoas normais, isso de ficar o tempo todo na igreja deve estar mexendo com a cabeça dela. – Diz Carol
- Eu sei disso, vocês tem razão, eu preciso me afastar um pouco dessas coisas, senão vou acabar eloquecendo como a minha mãe.
Carol começa a dirigir e sinto algo estranho no meu peito, mas ignoro imediatamente, não quero pensar mais na discussão que tive com a minha mãe, agora só quero me divertir, esquecer dos problemas com a minha mãe, me esquecer da Universidade, me esquecer que o Rick esta cursando o mesmo curso que eu, na mesma sala, ele esta tão perto, mas também tão longe de mim.
Porque não paro de pensar nele? Ele tem namorada, isso deve acabar.
Afasto o Rick dos meus pensamentos prestando atenção a conversa da Carol e da Elly.
- Nos vamos passar esse final de semana nos divertindo "longe dos homens", então larga esse celular Elly, você não cansa de ser usada e descartada o tempo todo pelo Josh?
- Carol, ele me ama, ele só não tem muito tempo porque o novo trabalho dele tem roubado muito tempo dele, é por isso que ele não tem tido muito tempo para ficar comigo.
- Você pode fingir demência, mas no fundo você sabe que ele não se importa com você!
- Carol, não estamos aqui para discutir, vamos parar com isso? – Tento fazer elas pararem de discutir.
- Pelo menos eu tenho namorado, não sou você que só vive se deitando com qualquer um que aparece a sua frente – diz Elly
- Elly! Por favor parem com isso! – Digo impaciente. – E pare de usar o celular, nos estamos viajando para nos divertir, só nos as três, então para de ficar mexendo do celular ok?
- Esta bem, me perdoem garotas, não vou mexer mais no celular.
- Eu não te perdoo
- Carol! – Digo
- Esta bem, eu te perdoo e também peço desculpas. Estão felizes agora?
- Sim! – Digo com um sorriso no rosto.
Essas garotas um dia vão se estrangular, não sei quantas vezes já parei com as brigas delas, pelo menos a briga delas eu consigo parar.
Finalmente depois de cinco horas de viajem chegamos ao hotel que havíamos reservado para passar o final de semana.
Ele é enorme e fica em frente ao mar, é muito lindo. No verão muitas pessoas reservam quartos nesse hotel para aproveitar esta praia pois é a mais bela do país, tivemos sorte de conseguir um quarto.
Nos vamos dormir no mesmo quarto, pedimos para que nos reservassem um quarto com três camas.
- Me disseram que haverá uma festa hoje na praia, vai começar as nove da noite, vocês estão proibidas de não aparecer lá. – Falou Carol bastante empolgada.
- Eu e a Elly havíamos combinado aproveitar para ir ao salão do hotel, tem um desconto de cinquenta porcentos em todos tratamentos em todas sextas-feiras.
- Vocês vão me trocar por causa de um tratamento no cabelo?! – Falou Carol com uma cara "magoada". – Não se fazem mais amigas como antigamente.
- Esta bem, nos vamos a festa, mas você nos deve um tratamento completo. – Diz a Elly.
- Agora vamos para o nosso quarto, eu estou cansada dessa viagem, aqui é bastante longe. – Digo arrastando a minha mala em direcção a entrada do hotel.
Ao passarmos da porta senti uma sensação estranha. Eu conheço muito bem esse sentimento. Procurei ao redor "causador" dessa sensação. Mas não consegui encontra-lo.
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24 Horas da minha vida
SpiritualO que farias se descobrisse que somente te resta 24 horas de vida? Com certeza você iria querer passar esse tempo perto das pessoas que você ama. Mas comigo (a personagem) foi diferente, porque nessa hora ninguém que dizia me amar queria estar perto...