· 14 - Traidor ·

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- ELASTRA! - eu acordei em um salto e me deparei com minha mãe sentada no pé da minha cama. Já era de manhã e eu estava de volta no meu quarto - Mãe? Como eu cheguei aqui?

- Eu não sei. - ela respondeu, sem me olhar nos olhos.

- Eu tenho que buscar Elastra. - eu dei um pulo, indo me vestir - Sei onde ela está agora e...

- Sente-se. - a Rainha ordenou com uma voz tão séria e fria que apesar de estar com pressa, eu obedeci.

- Mãe, você não entende! - eu protestei, me sentindo inútil por não conseguir salvá-la - Eu a achei, quase a peguei, mas... Algo aconteceu, não sei bem o que foi. Eu tenho que voltar lá.

- Você não pode voltar. - ela manteve o tom sério e ainda não me olhava nos olhos.

- Do que é que você tá falando, mãe? Me conta de uma vez! - eu ergui o tom de voz, devido ao nervosismo.

- Eu descobri quem é o Assassino.

Meu coração se acalmou. Se já tínhamos sua identidade, ele já deveria estar atrás das grades.

- O quê?! - exclamei chocado e aliviado - Quem é, mãe? Me fala!

- É melhor se eu te mostrar. - ela finalmente virou para mim e colocou sua Bola de Cristal, que esteve ali esse tempo todo, em cima da cama.

- Está bem. - ela posicionou as mãos sobre o objeto e eu sobre as delas. Fechamos os olhos e o quarto ao nosso redor se tornou a caverna onde eu a encontrei. Estávamos de pé à uma distância segura da lembrança de Elastra e eu. Eu apontei para Elastra enquanto o Serafim do passado a alimentação - Eu a encontrei assim. Estava faminta.

- Sim. Mas assista até você bater a cabeça. - ela pediu, sem tirar os olhos dele.

- Eu não "bati" a cabeça, alguém bateu. - eu a corrigi.

- Olhe. - ela reforçou o pedido.

Eu estava falando com Elastra e foi quando ela disse que o Assassino havia chegado que eu prestei muita atenção quando ele simplesmente perdeu os sentidos sem que ninguém batesse em mim.

- E-eu... Desmaiei? Por quê? - exclamei apavorado.

Pensei que meu coração fosse sair pela boca quando Serafim recobrou a consciência, se erguendo na frente de Elastra.

- Ah, você quase contou pra ele! - ele exclamou em um tom de lamento e deboche, tinha um sorriso e um olhar perverso no rosto. Aquele não era eu. Como poderia falar e se parecer comigo?

- Não! Você voltou! - Elastra se escolheu de medo e a cena partiu meu coração.

- Ah, Elastra... O que vou fazer com você? - ele balançou a cabeça para ela.

- Por que você não me mata e acaba logo com isso? - ela o enfrentou, mas ele riu dela.

- Matar você? Não, Elastra, eu nunca poderia matar você.

- Você disse que me sequestrou porque eu sou o que há de mais mestiço. Sou uma vampira, cavaleira e humana. - ela protestou, mas ele fez uma careta, e deu de ombros.

- Sim, é verdade. Mas eu não estou interessado em te matar por causa disso. - ele revelou e eu senti meus joelhos cederem quando entendi tudo - Eu não ligo para os mestiços, na verdade.

- Mas... Você foi atrás deles, você... Matou eles! - ela falou, indignada.

- Isso foi só uma desculpa para ter a atenção da Rainha Aurora. - ele falou e eu lancei os olhos marejados para mamãe que estava de olhos fixos nele e cenho franzido.

Cavaleiros de Dragões II - Uma Nova GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora