Cavaleiros de Dragões II - Uma Nova Geração

· 10 - Volte, Não me Deixe ·

HAVIA PASSADO UM MÊS DESDE QUE MARK TINHA SIDO ASSASSINADO E TODOS ESTAVAM COM OS NERVOS À FLOR DA PELE. Os membros da Operação Borboleta estavam apavorados, e, sinceramente, eu não os culpava. Estava apavorado também. Meus amigos todos eram alvos do assassino, inclusive Elastra, a garota a qual eu deveria me casar. Eu não queria que acontecesse nada com eles, mas já não havia mais nada que eu podia fazer. Mesmo com os guardas nas portas deles 24h por dia, Mark havia sido morto em sua cama enquanto dormia. Tudo que eu podia fazer era pegar o assassino.

Por isso, naquela manhã, minha mãe ia fazer um pronunciamento.

Tínhamos que estar muito bem apresentados e vestidos, inclusive Elastra, já que ela era quase parte da família real e muito provavelmente, seria de verdade.

- Bom dia a todos. - minha mãe suspirou quando fomos à sacada do pátio do castelo - Nosso Reino está passando por um período de calamidade. Temos um assassino frio entre nós. Ele está atacando os membros da Operação Borboleta por achar que eles são a "escória mestiça" da nossa raça. Temos poucas informações sobre o assassino, tudo que sabemos é que é um homem e um dragão de Fogo. Ainda não conseguimos pegá-lo, no entanto, estamos no seu encalço e investigando todos os dragões, então é só uma questão de tempo para pegarmos o assassino. Até lá, eu peço que mantenham a calma, fiquem em suas casas e cuidem de suas crianças. Eu estarei estabelecendo rondas durante o dia inteiro e irei adicionar um toque de recolher. Quem estiver fora de casa a partir das 20h será trazido ao castelo, questionado e investigado. Gostaria de lembrá-los também, que eu possuo uma Bola de Cristal muito poderosa e posso ver acontecimentos do passado, e olhando os momentos das mortes de todos, identifiquei um manto que o assassino usa e uma máscara dourada com um rosto demoníaco. Quem tiver alguma informação sobre essa máscara deve vir falar direto comigo. Os portões do castelo sempre estarão abertos para vocês. Por enquanto, isso é tudo. Obrigada.

Nós voltamos para dentro do castelo, ouvindo os aplausos abafados dos súditos. Olhei nos rostos de meus pais e neles estava estampado o sentimento de fracasso. Apesar de eu discordar, meus pais sentiam que haviam falhado em proteger seus povos. De novo.

- Mãe, pai... - eu os chamei, sem saber o que ia dizer. Seus olhos tristes repousaram sobre mim, partindo o meu coração. Não tinha o que dizer. Apenas balancei a cabeça, deixando eles irem.

- Eles vão ficar bem. - Elle colocou a mão no meu ombro, confiante.

- Todos estão com medo. Nossos amigos são os primeiros a ficarem na mira do assassino. - eu suspirei, passando a mão em meus cabelos vermelhos - E não há nada que eu possa fazer.

- Não é verdade. - ela ficou na minha frente, com um sorriso no rosto. Ela tinha uma ideia - Vamos acampar.

- Acampar? No meio dessa crise? - eu ergui as sobrancelhas, incrédulo.

- É uma forma de nos distrair, relaxar. Garanto que quando voltarmos você vai estar renovado e vai saber o que fazer. - ela respondeu, me amaciando com aquela voz suave - Vamos convidar todos os nossos amigos e acampar.

- Tem um problema. Minha mãe acabou de colocar Dracônia do Norte em um toque de recolher. - eu falei e ela sorriu. Sua ideia ainda estava de pé.

- Mas não Dracônia do Sul. Podemos acampar na floresta atrás do castelo, vamos falar com Raiden e Cassius, convidá-los. - ela sugeriu e eu comecei a aceitar a ideia. Elastra pegou em minha mão e eu me dei por vencido - Por favor. Eu quero que você melhore.

- Está bem. - eu aceitei, arrancando um lindo sorriso dela - Vamos esta noite.

Elastra se esticou, dando um beijo em minha bochecha, deixando me sozinho em seguida.