Effie nunca gostou de crianças. Em sua concepção, crianças traziam apenas despesas, dor de cabeça e muitas, muitas fraldas.
A última coisa que ela queria em sua vida era um bebê. Contra todas as suas vontades, agora ela tem um bebê a caminho com ent...
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Eu sempre me considerei um cara muito paciente. De verdade. Não me lembro da última vez que levantei a voz para alguém ou algo parecido.
Mas quando voltei ao quarto com Colin e Meg nos contou o que tinha dito e feito, eu quis matá-la.
— Você fez o que?! — Rosnei.
Megan cruzou os braços, jogando as madeixas castanhas por cima do ombro e empinando o nariz.
— Apenas falei a verdade à ela. — Meg ergueu um dos antebraços até diante dos olhos para limpar as unhas. — Effie precisa perceber o erro que está cometendo.
— Meg, se ela não quer... — Colin começou.
— Ela não sabe o que quer, ConCon. — A morena interrompeu. — Ela fala como uma mãe, mas não quer ser uma! Nunca vi isso. Diz que vai cuidar do meu bebê como se fosse o dela, sendo que vai matá-lo. Na minha opinião, a gente não diz esse tipo de coisa pensando em fazer o oposto. Oposto? Ah, vocês entenderam.
Colin trocou um olhar confuso comigo. Não, nós não tínhamos entendido.
— Claro, meu amor. — Meg ergueu as sobrancelhas. — Mas você devia respeitar a decisão de Effie. Ela não é obrigada a ter um bebê.
— Mas é o meu sobrinho!
— E o meu filho. — Completei. — Mas nem por isso estou agarrando Effie pelos cabelos e obrigando-a à parir.
Megan fechou a cara, emburrada.
E permaneceu assim pela hora seguinte, até que Anne, a enfermeira que trocara de lugar com Effie assim que outra paciente chegara em trabalho de parto, me avisou de que a loira tinha acabado de descer para o vestiário.
Ou seja, estava indo para casa. Nossa casa.
Me despedi de Megan e Colin às pressas, prometendo levar as malas do enxoval de Ben de manhã. Durante o caminho, rezei internamente para que eu chegasse antes de Effie e pudesse ao menos abrir as janelas antes que minha loira quase tivesse uma crise alérgica com os pelos de Set.
Respirei aliviado quando destranquei a porta do apartamento e as janelas estavam todas fechadas, assim como a porta da grade no corredor para o banheiro e os quartos estava trancada.
Set latiu. O filhote de pelos caramelos foi um presente uma cliente da clínica. A mãe era uma Golden Retriever que repudiara Set por ser menor que os outros. A dona o deixou para adoção e eu presenteei Effie com o filhote, antes de saber que ela era alérgica a qualquer tipo de pelo.
Comecei com as janelas. Abri todas elas antes de ir até o termostato e ajustar para 26°. As janelas ficariam abertas o suficiente para tirar o cheiro de Set, então não haveria problema. Além do mais, o ar frio tinha que sair para algum lugar.
Em seguida, abri a porta da grade para que Set andasse livremente. Fui até a lavanderia para pegar uma pá e vassoura para juntar os cocôs de Set pelo corredor e jogá-los em uma sacolinha.
