A cidade toda estava festa, era dia 12 de julho. O dia mais aguardado do ano, todas as ruas estavam decoradas com os emblemas de Mirebelly. Todos estavam bebendo e festejando o aniversário do reino. Os jovens principalmente, aproveitavam como se fosse o último dia de suas vidas, porque talvez fosse mesmo.
A exatos 100 anos atrás, uma bruxa se apaixonou pelo rei de Mirebelly, mas esse amor não foi correspondido. Então a bruxa jogou uma praga sobre todo o reino. E por anos o povo sofreu, com pragas, surtos de doenças e tudo de ruim que poderia acontecer, estava quase desaparecendo com tantas mortes. Tentaram quebrar a maldição de inúmeras formas, mas não tiveram êxito. Até o Rei Dastan se ajoelhar na margem do lago sagrado e suplicar pela ajuda de um anjo, ele ofereceu sua vida em troca da prosperidade do reino. O anjo ouviu suas preces e decidiu ajudar, mas ele não quis sua vida em troca, quis outra coisa.
Ele disse que acabaria com a maldição e abençoaria o reino. Que mais nenhuma praga ou catástrofe ocorreria, que ninguém mais morreria de fome, mas em troca ele criaria a floresta maldita, onde só existia escuridão. Em todo aniversario de Mirebelly 7 nomes seriam anunciados pelo oráculo, sete jovens entre 16 e 21 anos. Eles teriam de se oferecer como sacrifico para floresta maldita e passar 7 dias lá dentro, se sobrevivessem estariam livres para voltar para reino. 7 vidas por ano pela prosperidade eterna do reino parecia um preço justo a se pagar. Então o rei e o anjo selaram o pacto. E desde então Mirebelli só teve momentos de glória.
Todo dia 12 o povo comemorava sua abundância e todos os jovens de 16 a 21 anos eram convocados para Tâskia, a capital do reino, para cerimônia. Este dia era sempre um misto de emoções para Liz, ela gostava do clima festivo, como se o mundo todo fosse bonito e a vida valesse ser vivida ao máximo, mas quanto mais chegava o meio-dia, o horário que os escolhidos eram anunciados pelo Oráculo, mais Liz ficava nervosa. Era seu quarto ano participando da cerimônia, ela já devia estar acostumada, mas seu nervosismo só aumentava cada vez mais.
Ela entrou na praça central onde a festa se concentrava, o ambiente estava todo decorado com flores de todas as corres. Ao olhar para fonte no meio da praça, encontrou seu grupo de amigos sentados em uma parte dela. Conversavam, riam e passavam uma garrafa de mão em mão. Ela foi correndo na direção deles.
- Achei não viria mais Liz. - Disse Ian com um sorriso no rosto. Ele era alto, tinha cabelos escuros que contrastavam com sua pele clara, olhos castanhos e um sorriso que deixava qualquer menina derretida. Mas o efeito não ocorria da mesma forma com ela, porque ele era seu melhor amigo, eles se conheciam desde criança.
Seus pais eram amigos, então eles viviam um na casa do outro. Eram como irmãos, ele a ajudou a superar a morte de seu pai. Nos primeiros dias ela mal conseguia sair da cama para comer, foi ele que a ajudou a sair do fundo do poço e voltar a viver a vida. Ela era eternamente grata por ter ele em sua vida.
- Você acha que é fácil ficar deslumbrante assim? - Liz falou dando uma volta. Ela não tinha demorado muito para se arrumar. Tinha vestido um antigo vestido de sua mãe, ele era preto, tomara que caia e ia até os tornozelos. Ela também usava uma coroa de flores vermelhas em sua cabeça e o colar de prata com um pingente de rubi em forma de coração, que seu pai havia dado a ela no seu aniversário de 16 anos, ela nunca o tirou desde que então.
A verdade é que ela tinha demorado, pois tinha discutido com sua mãe. Desde que seu pai morreu ela se dedicou totalmente ao trabalho e aparentemente tinha esquecido que tinha uma filha. Liz entendia que a morte de seu pai tinha sido difícil para sua mãe, mas para ela também foi. As vezes ela só queria que a mãe fizesse carinho em seu cabelo e dissesse que tudo iria ficar bem, mas ela parecia mais mãe do príncipe do que de Liz. Ela trabalhava no palácio como babá desde que ele nasceu, depois de 20 anos Liz esperava que ele soubesse se cuidar pelo menos um dia sozinho para sua mãe ter uma folga, mas aparentemente não era possível. No fundo ela sabia que sua mãe preferia ficar no palácio do que em sua casa, pois em casa havia lembranças demais. Ela afastou o pensamento triste, estava ali para se divertir e não para ficar se lamentando.
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Os Escolhidos
AdventureA cerca de 100 anos atrás, uma bruxa se apaixonou pelo rei de Mirebelly, mas esse amor não foi correspondido. Então ela jogou uma praga sobre todo o reino. A única forma de acabar com a praga foi fazendo um acordo com um anjo. No qual todo ano no an...