Capítulo 9 - Improvável

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David acordou assustado e arfando. Colocou a mão no peito e se sentou tentando normalizar a respiração. Ele estava confuso não estava entendo o que estava acontecendo. A ultima coisa que ele se lembrava era... era de morrer. Olhou pra cima e viu Peter agachado ao seu lado o observando.

- Calma! - Peter disse.- Está tudo bem.

- O que eu aconteceu? Como? - David olhou para seu corpo, não havia mais nenhuma ferida, nenhum arranhão. Como se ele nunca tivesse machucado, como se nunca tivesse caído de uma altura tão alta. - Isso... é impossível.

- Não era impossível você sobreviver, só era improvável...

- Como?! - David gritou.

- Como sempre, eu te dei um elixir e você ficou bem. - Peter tentava parecer confiante, mas claramente estava nervoso.

- Não venha com essa, elixir nenhum trás ninguém dos mortos!

- Eu não trouxe você dos mortos, eu não consigo trazer ninguém dos mortos, você apenas ficou inconsciente.

- Você é um curandeiro! - David constatou.

- O que? Não! - Peter era um péssimo mentiroso.

- E como você explica eu estar intacto depois dessa queda?

- Eu sou muito bom no que eu faço? - Peter tentou.

- Peter!

- Tá! Eu sou um curandeiro! - Ele finalmente admitiu.

- Porque você não nos contou antes?! Isso seria de grande ajuda.

- Eu nunca neguei ajuda a vocês, eu sempre curei vocês quando seu machucaram. Ou você acha que Vicktor teria recuperado aquela perna sem mim?

- Então os elixir's não servem pra nada?

- Não.

- Então o que estávamos bebendo?

- Protótipos de cervejas.

- Você tinha cerveja o tempo todo e não nos contou?!

- Sério? De tudo que ficou sabendo é com isso que está preocupado?

- Por que cerveja? - David estava curioso.

- Porque o álcool deixa vocês mais dispersos e menos preocupados com os machucados, assim vocês não notariam que eles se curavam do nada. - Peter se sentou em frente a David.

- Por que você teve todo esse trabalho pra esconder isso? - David ainda estava impressionado.

- Por que? Pessoas como eu são sequestradas o tempo todo e escravizadas. - Havia fúria em sua voz.

- Você poderia trabalhar no palácio.

- Eu não quero trabalhar no palácio! Eu quero ter a liberdade de poder escolher o que eu quero da vida, por isso não contei a ninguém. E por favor, não conte aos outros. - Ele parecia realmente preocupado.

- Era sobre isso? Seu medo?

- Sim...

- Então foi isso aconteceu com seu irmão? Ele foi sequestrado?

- Foi... quando eu era criança.- Ele abaixou a cabeça, mas continuou falando. - Ele me escondeu quando os contrabandistas apareceram, disse que se ele sumisse era pra eu pedir para alguém me deixar na Rosa Branca e que ele voltaria para me buscar, mas ele nunca voltou. 

- Sinto muito.

- Ele também disse para eu nunca revelar o que eu era pra ninguém.

- Nem para o seus pais?

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