▸ Capítulo 22.

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Taehyung conhecia o poder de uma reza. Ele assistiu desde pequeno a devoção de sua falecida mãe, e essa devoção era forte. Capaz de transformá-lo no filho perfeito para ela, temente à Deus e obediente à igreja. Até a adolescência, quando descobriu que preferia meninos do que meninas, ele reprimiu suas vontades fielmente. Por ela, pelos ensinamentos de Deus e Jesus Cristo e por si mesmo.

Ele achava que precisava ser salvo, que era errado ser o que ele era.

Gay.

Seu pai não ligava. Ele não estava em casa boa parte do tempo, e quando estava,  estava dormindo jogado em algum canto. Taehyung não conseguia ser imune às crenças de sua mãe como seu pai foi. De certa maneira, o Sr. Kim era livre.

Taehyung nunca disse para ela com todas as letras que era gay. Eles discutiram algumas vezes, com a mão na bíblia e corações exaltados. Quando o Kim manifestava seu pensamento, eles geralmente iam dormir brigados, e no dia seguinte tudo voltava ao normal.

Rezar ao acordar, após o almoço e na hora de dormir. Isso permaneceu mesmo quando ela ficou acamada, e Taehyung já possuía seus princípios naquele ponto, mas continuou dando a ela o que ela desejava: A paz que a crença trazia.

Então quando Massami pediu que ele rezasse para salvar uma vida, por mais que Taehyung o achasse um louco, ele aceitou. Porque ele sabia rezar. Ele sabia que o poder da oração mudava as coisas, as pessoas

Ele não se tornou um fiel por muito pouco.

Por Baekhyun, seu namorado de um mês que o libertou de tudo aquilo.

Mas ainda, se Massami era tão crente, talvez aquele pequeno tempo no sofá mudasse a vida dele. Ignorando os chutes incessantes de Hanu, ele assentiu.

— Podemos ir só naquele sofá no cantinho? Eu me desconcentro com o pessoal saindo do elevador.

O bebê estava fazendo Taehyung sentir náusea e cansaço. Ele estava agitado naquela noite, muito mais do que já esteve desde sempre.

Eles se sentaram no sofá isolado, e Massami pegou dentro da bolsa uma pequena trouxinha. Um saquinho roxo escuro aveludado, que tinha um pequeno laço em cima. O laço foi aberto, e ele retirou uma pedra preta, uma branca e duas pétalas perfeitas de flor de lótus, como se acabassem de ter sido retiradas da flor. Taehyung as conhecia porque eram inconfundíveis, cheias de vida, com um degradê perfeito entre rosa e branco. Com delicadeza, Massami pegou a mão de Taehyung com a palma para cima e colocou a pedra preta em seu pulso. O deixou com a mão estendida, colocando então uma pétala em sua mão e pedindo silenciosamente que o castanho a colocasse no peito.

Massami colocou a mão embaixo da de Tae, com a palma para cima. A pedra branca estava em seu pulso, e ele colocou a outra mão no peito com a pétala. Taehyung quase podia ver a bonita tatuagem do olho sendo tapada pela mão do homem.

— Feche os olhos. Você não precisa fazer nada, só se concentrar nas suas mãos.

~


Jungkook estacionou o carro um pouco torto. Era algo que ele odiava, e no entanto, hoje ele não estava ligando. Ele não queria fazer um trabalho melhor do que aquele, também. Estava exausto, preocupado e com fome. Apanhou o saco de papel pardo com comida japonesa e se dirigiu casualmente até a portaria, e como sempre o porteiro permitiu que ele subisse sem identificação.

Exceto quando ouviu seu nome.

— Jeon Jungkook.

O porteiro parecia nervoso.

— Desculpe parar o senhor aqui, boa noite! - Falou, depois abriu a porta de vidro da portaria. - O Taetae não está em casa.

Jungkook franziu o cenho, esperando pelo que mais o rapaz tinha a dizer.

Begin -- jjk+kthOnde histórias criam vida. Descubra agora