Acordar com os pés inchados e com a baba grudada fazia parte da nova-velha rotina. Taehyung acordava pronto para fazer um xixi interminável e tomar um banho longo, pois hoje ele não tinha aulas. Conforme foi acordado entre ele e a diretora, ele daria aula duas vezes por semana. Ela também avisou que neste formato, não poderia pagá-lo mais do que isso; e ele aceitou. Nos próximos meses, ele sabia que teria um orçamento limitado, justo quando ele mais precisava.
Mas a vida é assim. A escola não tinha culpa dele ter metido sem proteção e engravidado. Deus o abençoou, ainda, porque podia ser pior. Ele podia ter pego uma doença de Jungkook.
Por sorte, mesmo nos meses em que não iria trabalhar, a partir do sétimo, a rede pública ainda mantinha o seu salário, até passar os três meses após o nascimento da criança. Após o nascimento, no entanto, por decisão sua, ele ia trabalhar. Não existia criança viva que o impediria disso. Ele não ia desistir de lecionar por um bebê. Se isso não aconteceu com Sori, por que aconteceria com qualquer outro filho?
Deixando de pensar em tudo e checando o relógio, ele viu que ainda era cedo e que podia voltar a deitar.
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Acordar pela segunda vez, com a bexiga cheia e um temperamento impossível também era comum. Taehyung levantou xingando a si mesmo porque estava com as roupas de ontem, mas os xingamentos viraram um golpe de chateação ao lembrar da noite passada.
Ele foi muito mal educado com Jungkook, mesmo depois de dar uma de louco e pedir abraço (e mesmo depois de todas as boas vontades do rapaz).
Ele se odiava por isso.
Bem que as meninas da faculdade avisaram; ele era um insuperável quando se tratava de colo, quando queria carinho. Sempre foi egoísta quanto a isso, e sempre tentou não ser. Mas aparentemente ele não conseguia sequer disfarçar, aparentemente fazia um péssimo trabalho. E ele nunca teve tanta certeza disso como teve hoje.
O seu banho demorou para acabar. Ele sentiu vontade de depilar as pernas e hidratar o cabelo, porque estava um pouco duro. Ele já foi um maníaco do cabelo, mas a falta de tempo o obrigou a se acostumar com hidratações uma vez na vida e outra na morte. Saiu do banho e foi direto para o celular, com a intenção de pedir um capuccino e croissant da padaria da rua detrás. Feito isso, ele programou o seu dia porque gostava disso, de ter controle sobre alguma coisa.
Ele não queria pensar em Jackson ou Pietro, ele só queria respirar sem se enfiar num espiral de dor e arrependimento. Até porque, hoje tinha a sua primeira consulta médica para verificar se o bebê estava bem (primeira consulta atrasada, ele devia ter ido há muito tempo), e ele não se sentia confiante para pensar sobre qualquer coisa.
Enquanto o café não chegava, ele pegou o telefone para mandar mensagem para Jimin. O amigo o avisou de madrugada que Sô estava somente com cólica - que eles esperavam algo muito pior, e que eles já estavam preparados para isso e que ia ficar tudo bem. Agora, Tae queria saber se estava tudo bem mesmo.
Jimin só foi confirmar às onze.
De: Jimin
Acordei faz meia hora. Yoon quem virou a noite. Mas o Sô tá bem. Yoon tá dormindo aqui e eu acho que estou ouvindo...
Linkin Park lá no fundo. Definitivamente. Meu repertório está bem diversificado, Kim.
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Às duas e meia da tarde, Taehyung estava cochilando no sofá enquanto o noticiário passava. Ele tinha arrumado o seu quarto, banheiro e a cozinha, e só restava a sala. Mas deitar no sofá pareceu uma ideia melhor.
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Begin -- jjk+kth
RomansaTaehyung conseguiu ter o filho que tanto queria, e agora, depois de tanto ser negligenciado, ele finalmente sentia que a vida poderia ser melhor junto com o seu marido Jackson. Uma tragédia, no entanto, faz com que Taehyung perca tudo, e ele se dá c...