Life goes on. 1

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Taehyung terminou o almoço tarde para o horário em que costumavam comer. Limpou o suor da testa com o braço, porque estava fazendo muito calor e o ar condicionado ainda não tinha sido instalado.

Fazem dois dias que ele está passando mal desse jeito. Pressão baixa, moleza, suor excessivo. O calor no Japão nunca foi assim, dizem as autoridades na televisão, que estão tentando conter um incêndio na floresta dos pandas desde a manhã.

Suspirando, Tae desliga a pequena televisão da cozinha, depois pega os panos de prato para levar as panelas pra mesa sem queimar os dedos. Ele fez as carnes no grill por lá mesmo, evitando levar fogo para a mesa, uma vez que estava calor demais. 

Um refri bem gelado já está lá, os quatro copos em volta. Ele pensou em Sori, num quinto copo. Seu coração apertou e ele decidiu não fazer isso consigo mesmo, aproveitar os que estavam com ele enquanto podia.

— Jungkook! Jinjoo! Hanu! Venham comer, o almoço tá pronto!

A toalha branca cobria a mesa retangular, e era tudo muito simples, mas feito com carinho. Mesmo cansado, com calor, suando, ele ligou o grill e fez tudo com muito amor, e ele sabia que seria recompensado - mesmo que não tivesse pedido nada. Ver sua família dando certo era mais do que tudo o que ele já estabeleceu como meta.


Taehyung tinha ventiladores por toda a parte. Semana passada, ele foi a uma loja de bugigangas velhas e comprou dois ventiladores e um climatizador usados. Esses ventiladores estavam trabalhando há dias sem parar, e não eram o suficiente. O ar quente circulava pela casa e nada de esfriar.

Jungkook e ele estavam ganhando bem. Semana passada compraram cada um um ar condicionado. Um para a sala, e um para o quarto deles. O das crianças seria por enquanto o climatizador mesmo, eles não tinham maturidade para usar - via-se pelas brigas na sala, em que Jinjoo abaixava muito a temperatura e Hanu aumentava demais. Cabia a ele e Gu organizar toda a brigaria. Apesar disso, seus filhos tinham tudo que precisavam, nada lhes faltava. Taehyung também gostava de dar coisas para que eles aprendessem a dividir. Eles tinham um computador, um tablet, uma conta na netflix, e no final das contas eles não sabiam dividor porcaria nenhuma.

A casa era uma total desordem de vez em quando.

Nesses momentos, quando Jungkook estava em casa, Taehyung ia na loja de bugigangas porque a mulher do senhor japonês é coreana, e ele encontrou algum conforto com ela - que, de quebra, ensinava um pouco da língua japonesa para ele. Jungkook sabia lidar muito melhor com seus bebês, ele tinha mais autoridade, enquanto Taehyung era mais bravo, mas mais coração mole. Jungkook os deixava de castigo mesmo. Eram incontáveis as vezes que ele chegava e tinha que consolar um dos seus bichinhos porque estavam chorando no castigo. 

Depois de seis anos no Japão, também, Tae não podia reclamar de nada. Estava trabalhando desde semestre passado em duas escolas; uma pública, onde ensinava inglês básico para crianças, e uma particular, onde ensinava coreano para jovens adultos. Os dois empregos vieram um seguido do outro, e houve uma grande resistência dele mesmo para aceitar.

Por sorte, ele tinha Jungkook. O grande incentivador da sua carreira. Se não fosse o Jeon, ele provavelmente estaria enfiado dentro de casa, como os quatro anos em que ficou assim - se remoendo por não ajudar, mas sem coragem para sair. Suas apostilas também foram sucesso. Depois de dois anos circulando em uma escola, ela foi distribuída para outras duas. 

As crianças também estavam bem encaminhadas, indo à escolinha e obrigando-os a passar todos os finais de semana em Jimin só porque ele tinha piscina (e Jimin aceitava de bom grado, afinal, Jungkook podia fazer pizza para eles, lanches, yakissoba e mais um monte de bombas calóricas).

Begin -- jjk+kthOnde histórias criam vida. Descubra agora