O dia ultimamente estava começando esquisito. Ao acordar enrolado por Jungkook em sua manta vinho e quentinha, sempre entre nove e dez horas - horário totalmente fora do habitual para ele que estava acostumado com o friozinho das seis, Taehyung dava de cara com o moreno fazendo alguma coisa - sempre ocupado, enquanto ele mesmo dormia até tarde. Nessas horas, o castanho-claro se afundava em tristezas provenientes de tudo que era canto; ele não estava limpando a casa, fazendo as mamadeiras de Hanu e sequer confortando Jungkook como deveria por ele estar fazendo tudo sozinho.
Na verdade, Tae estava se achando um verdadeiro nada por ali, um verdadeiro peso.
Diabos, nem se alimentando direito ou dormindo direito ele estava! E o Jeon não sonhava com isso, porque estava tão atarefado que mal percebia qualquer coisa.
Até ele perceber e redobrar sua atenção e suas tarefas, deixando comida pronta e preenchendo o vazio emocional que o Kim estava sentindo. Ou tentando, pelo menos. Jungkook provavelmente estava exausto.
Hoje, Jungkook estava ao telefone na varanda e fumando, e o que quer que estivesse falando lá, ele parecia bravo e não queria que Tae escutasse.
Hanu estava quieto, tomando um solzinho fraco que refletia no centro da sala. Ele ressonava tranquilamente com um lençolzinho fino o cobrindo, e o dispositivo do carrinho que elevava a parte acolchoada estava no máximo da sua altura, de modo que Hanu estava quase na altura da barriga do Kim.
— Dormindo você deixa, bebê? - Taehyung perguntou, acariciando as bochechas gordas do filho com cuidado, quase não encostando nele. Hanu, no entanto, apertou a boquinha, virando a cabeça para deitar em cima da mão de Tae. Ele respirava agora pelo nariz e boca. - Você pensa que sou seu pai, né? Gu tem mãos quentes, não são geladas como as minhas. - Mas o bebê se acomodou, colocando as duas mãozinhas em volta do braço do pai.
A porta da varanda emitiu um ruído quando foi aberta, mas Taehyung estava tão enamorado com a cena que estava presenciando, que sequer se atentou àquilo.
— Oi, meu lindo. - Jungkook parou ao seu lado, enlaçando sua cintura. - Não vou beijar você, fumei três cigarros e sei que você não gosta muito. Que bom que está aqui hoje.
— Fumou três? Aconteceu alguma coisa?
Jungkook mordeu o lábio, parecendo receoso, mas ao mesmo tempo satisfeito por Taehyung já conhecê-lo bem. Receio não era uma coisa comum para Jungkook, ele era do tipo direto, mas na maioria das vezes pesava as suas palavras e era o mais gentil possível sobre elas. Se havia algo em que a mãe de Jungkook acertou foi na educação dele. Mas o que era de fato comum, e Taehyung percebia quando ele ficava nervoso com alguma coisa, era como precisava do fumo para relaxar. Ou gozar para relaxar, também. Ele enrijecia, travava o maxilar e não falava muito até se aliviar. Às vezes Jungkook nem percebia que estava desse jeito - na maioria delas, ele simplesmente se esquivava de todos para evitar descontar seus problemas até conseguir ficar sozinho. Aí ele pensava. Pensava, pensava e pensava.
E de repente ele tinha uma solução. Virginiano.
Nesses momentos, ele também não era agressivo. Seu olhar ficava distante, só, mas sua boca dizia educadamente que ele precisava respirar.
— Meu chefe quer que eu vá lá. Disse que tem uma reunião hoje que eu preciso participar. Mas eu não posso deixar vocês logo hoje que meus pais desembarcam. - Ainda atrás do castanho-claro, Jungkook cheirou os cabelos debaixo da orelha de Tae demoradamente, depois o beijou, incapaz de permanecer com os lábios tão perto mas sem tocar.
— Você não pode ir amanhã?
Jungkook negou, o nariz balançando nos seus fios, e Taehyung riu e tentou se virar para o Jeon meio torto, sem vontade nenhuma de tirar a mão de perto de Hanu.
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Begin -- jjk+kth
RomansaTaehyung conseguiu ter o filho que tanto queria, e agora, depois de tanto ser negligenciado, ele finalmente sentia que a vida poderia ser melhor junto com o seu marido Jackson. Uma tragédia, no entanto, faz com que Taehyung perca tudo, e ele se dá c...