Aproximados por um café

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É tão bom quando você finalmente pode acordar na sua cama, na sua casa, só você, apenas você e o seu silêncio completamente agradável. Me levanto assim que o despertador toca, ainda estava com o corpo meio dolorido por conta das coisas que fiz ontem, coloco minha playlist para tocar no aleatório enquanto vou me arrumar, e já começa com "I hope to be around"  — já é um bom sinal —. Entrei no banheiro, tirei minha roupa e entrei no box, liguei o chuveiro, fechei os olhos e senti a água morna caindo na minha cabeça, entrando pelos fios do meu cabelo, molhando o meu rosto. Eu sempre presto atenção nos mínimos detalhes de tudo na vida, até mesmo em um simples banho, pode até parecer loucura minha, mas, eu senti como se além da água está me limpando externamente, senti também que alguns dos meus fardos, bagagens desnecessárias, dores e mágoas do passado se esvaindo para o ralo junto com a água, e isso me fez sentir um alívio de alma tão grande que até senti o meu corpo anestesiado por um tempo. — mesmo que ainda estivesse com o corpo meio dolorido por conta de tudo o que fiz no dia anterior —.

Assim que saí do banheiro, me enrolei na toalha e fui pegar a roupa que iria usar, optei pela minha calça de cintura alta, xadrez com tons de preto e cinza, peguei uma blusa preta de manga longa com a gola alta e vesti, colocando a blusa por dentro da calça. Peguei o meu coturno de salto e coloquei ao lado da cama e fui fazer um café — hoje eu estava tão cansada que nem iria passar na cafeteria, iria direto para o trabalho mesmo —.

Fiz umas panquecas de canela com açúcar — são as minhas favoritas —  e comi enquanto bebia o meu café. Assim que terminei, corri para fazer uma make rápida e pentear o cabelo, fiz uma sombra com a cor nude, fiz um delineado, passei o meu batom vermelho que eu amo, e fiz o penteado meio-preso e deixei duas mechas na frente. Calcei o coturno, peguei a minha bolsa e a minha pasta de croquis e me apressei para sair, o Ricardo já estava me esperando para irmos juntos lá embaixo. Ele disse que iríamos juntos todos os dias, até eu comprar o meu carro, já tenho a habilitação, só falta o carro mesmo.

Ric- amiga, você está uma gata! - sorri e faço uma pose.

-Gostou? - pergunto e jogo o cabelo para trás.

Ric- amei! Se eu não fosse gay, eu dava em cima de você.

-E quem disse que eu iria te querer, eu hein - digo com um tom debochado.

Ric- magoou - rimos e entramos no carro.

Quebra de tempo

O Ricardo estava estacionando o carro dele na garagem da empresa, quando avistei pelo retrovisor o Eduardo entrando na garagem com o carro dele também.

Ric- olha lá, seu futuro homem - brinca e dou um tapinha no braço dele.

Para com isso, nós somos apenas amigos.

Ric- ainda, você quis dizer.

Saímos do carro e fomos em direção ao elevador, e ao mesmo tempo o Eduardo também estava indo.

Edu- Bom dia, gente.

-Bom dia - eu e o Ricardo dissemos em uníssono enquanto entramos no elevador.

Edu- você não foi à cafeteria hoje, né? - ele me pergunta.

-Não, não fui. Acordei muito cansada, acabei preferindo tomar café em casa mesmo e vir direto pra cá.

Edu- imaginei. Aqui lua, te trouxe um bolinho de baunilha - ele estende a mão com uma caixinha pequena, que até então eu não tinha percebido que estava nas suas mãos.

-Ai, nossa, é o meu favorito! Muito obrigada, Edu - dou um sorriso e o mesmo retribui.

Edu- Eai, gostou do seu apartamento?

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