Laura tem 24 anos e acabou de terminar a sua faculdade de Design de moda, mas ela também gosta bastante de fotografar pessoas, paisagens, animais, de tudo um pouco. O pai de Laura morreu quando a garota tinha apenas alguns meses de nascida, foi criada pela mãe e com a ajuda da sua irmã mais velha, a Renata. A mãe de Laura morreu dois anos antes da garota concluir a faculdade, Laura estava com umas amigas terminando um trabalho de faculdade, quando recebe um telefonema da irmã informando a notícia de que a sua mãe teria tido um enfarte e acabou morrendo, ela já estava um pouco mal a alguns dias, estava com problemas no coração.
Laura adorava a sua mãe, as duas eram muito unidas, eram como melhores amigas, para Laura, a sua mãe era a sua base, era como se mesmo que ela caísse, ela teria certeza de que poderia se reerguer novamente porque ela estava lá para ajudá-la, a levantar, secar suas lágrimas, cuidar dos ferimentos e pentear os seus cabelos cantando uma canção até que ela adormecesse. Só de imaginar que não teria mais nada disso, ela entrou em Pânico e assim que sua irmã a comunicou, saiu pelas ruas sem rumo, apenas andando e chorando, às vezes gritava por conta da dor e angústia imensa que apertava no peito por ter perdido a pessoa mais importante da sua vida de uma hora para outra.
Depois da morte da sua mãe, Laura mudou bastante, ela ficou mais calada, não comia direito, a sua trajetória diária era a faculdade e o seu quarto, passou a ficar mais trancada no mesmo, às vezes dias, passou a ter crises. Sua irmã Renata, se preocupou muito com a situação e pagou algumas consultas de terapias para Laura, ela melhorou um pouco, ou pelo menos era o que demonstrava.
Depois de um bom tempo, as terapias de Laura realmente começaram a fazer efeito, ela voltou a fazer suas rotinas diárias, voltou a desenhar, fotografar, começou a ter ânimo pelas coisas novamente. Ela aparentemente estava conseguindo superar, mas mesmo assim a falta que sua mãe fazia era grande.
Laura tem uma melhor amiga, a Mirelli, elas são amigas virtuais, mas é como se as duas já se conhecessem desde sempre, a Mirelli conhece a Laura como a Palma da sua mão, da mesma forma que a Laura à conhece muito bem. A situação financeira na casa da Laura já não estava muito boa, o salário de Renata já não estava mais conseguindo dar conta de tudo, o aluguel da casa, luz, água e alimentos. Renata trabalha como secretária em uma empresa de economia. Com isso, Laura se desesperou em tentar arranjar um emprego qualquer só para ajudar a sua irmã, conseguiu um emprego em uma lanchonete perto da sua faculdade como atendente, e às vezes limpava o lugar, então ficaria mais fácil de se locomover, mas também teria que conciliar os dois. Já faziam uns dois meses desde que Laura começou a trabalhar lá, já tinha feito alguns amigos, a sua chefe adorava ela. Em uma sexta feira, Laura tinha ido a sua faculdade pela manhã e durante a tarde estava no seu trabalho como de costume, naquele dia não estava tendo muito movimento no local, então alguns empregados saíram mais cedo, a sua chefe teve um pequeno imprevisto e teve que sair e deixou as chaves na responsabilidade da Laura, só tinha ficado ela e mais um outro funcionário, quando deu o horário ele foi embora e a garota ficou para organizar algumas coisas e limpar o chão, o banheiro e jogar o lixo fora - para Laura, isso não era humilhante, não era um trabalho dos sonhos claro, mas era algo digno e honesto, então ela tinha orgulho de tudo o que fazia, a sua mãe a ensinou a ser assim-
Depois de ter limpado o lugar, a garota pegou seus fones e colocou em sua playlist favorita, pegou os dois sacos de lixo, trancou o lugar e foi em direção a um beco deserto atrás da lanchonete onde ficavam as caixas de lixo, e lá estava ela, cantarolando, e sorrindo enquanto andava e ia escutando a sua música preferida - ela estava tentando ser feliz mesmo que esteja sendo difícil ela estava tentando - colocou os sacos dentro das caixas e quando estava saindo do beco, sentiu agarrarem os fios dos seus cabelos com tamanha brutalidade que fez o seu couro cabeludo arder com a dor que sentiu, ela estava com fones altos como de costume e não percebeu um homem alto um pouco forte bebendo e fumando no canto do beco, ele chamou Laura, e ela não respondeu e então ele foi em direção da mesma e a puxou pelos cabelos, imprensou a mesma na parede fria e fedendo por conta dos lixos, sussurrou várias palavras ofensivas e vulgares no ouvido da garota enquanto a apertava com muita força. - Laura estava sem reação, nunca imaginou que isso poderia acontecer com ela, porque alguém faria algo tão sujo? Tão perverso? - ela batia nele e gritava para que ele parasse mas o homem tapou a boca de Laura com a sua mão grande e cabeluda que tinha um cheiro forte de cigarro, e com a sua mão direita começou a rasgar a roupa de Laura enquanto a mesma tentava sair daquele lugar e correr para bem longe.
Ela já estava sem forças não conseguia nem falar, suas lágrimas caiam em seu rosto com um choro carregado de pavor e medo enquanto o homem abusava sexualmente da garota, depois que ele conseguiu o que queria a empurrou no chão e saiu andando para uma direção que Laura não conseguiu ver já que estava com a sua visão embaçada por conta das lágrimas, ali estava ela, jogada no chão frio e sujo, com as suas roupas rasgadas, marcas no corpo e o seu celular que havia caído no chão ao seu lado com várias chamadas perdidas de sua irmã. Ao chegar em casa, Laura se sentia suja, ela sentia nojo de si mesma por tudo o que aconteceu, ela não tinha mais lágrimas para poder expressar a sua dor, sua irmã estava desesperada, não sabia o que fazer, tentou levá-la para fazer uma denuncia na delegacia mas Laura recusou, ela não tinha forças nem para falar, sua irmã compreendeu e a levou para o banheiro, colocou Laura na banheira e ajudou a irmã a se limpar, ajudou a mesma a se vestir e a deitar. Naquela noite, Laura não dormiu, a cena do beco se repetia na sua mente diversas vezes seguidas, cada palavra, cada toque, o fedor do cigarro e da bebida, a noite foi uma tortura, não acabava nunca.
No dia seguinte, Renata foi ao trabalho de Laura entregar as chaves e comunicar a chefe da mesma que ela não iria mais trabalhar, algumas horas mais tarde Renata conseguiu convencer a irmã de fazer a denúncia, chegando na delegacia, depois de fazerem a ocorrência, descobriram que o agressor havia se suicidado em uma ponte próxima ao local onde aconteceu o abuso, provavelmente após o tal ato. Isso tudo gerou um trauma muito grande para Laura durante os anos, ela não conseguia mais ter nenhum relacionamento, ela se fechou para essa questão. Alguns anos se passaram e Laura estava melhorando mas ainda preferia ficar sozinha, ela se formou na sua faculdade de Design de moda mas não quis fazer uma formatura, mesmo sua melhor amiga e sua irmã aconselhando a fazer para comemorar essa conquista, mas ela não quis. Laura fez o seu currículo e visitou várias empresas em busca de um emprego na sua área, estava muito difícil achar algum acessível e bom, mas ela novamente estava tentando.
Estava em casa à tarde com a sua irmã assistindo qualquer coisa que passasse na televisão até que o seu telefone toca, ao atender descobre que recebeu uma vaga de emprego em uma empresa com um ótimo salário e bons benefícios mas o único problema é que essa vaga de emprego seria em outro estado, que por coincidência é onde a sua melhor amiga mora, prometeu pensar na proposta e dar a resposta no outro dia. Conversou com a sua irmã e as duas decidiram se mudar para a tal cidade, -seria esse o começo da tal felicidade? - sua irmã gostou da ideia, até porque elas poderiam se estabilizar muito fácil lá, já que tinha uma filial da empresa onde Renata trabalha e eles poderiam transferir a mesma para lá, e lá vai Laura em busca de novos ares, de coisas novas, de paz e quem sabe de um amor.... Ah esquece, a Laura está fechada para essa opção no momento, ou pelo menos é o que ela acha, o nosso coração sempre nos prega peças não é mesmo?
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Cloudy Weather {HIATUS}
RomantizmLaura é uma jovem recém formada em Design de moda, ama fotografia e tempos nublados, e apesar das tristezas e tragédias durante seus poucos anos de vida, ela ainda tem esperanças, e tudo o que ainda lhe sobrou foi a esperança, e por isso ela está se...