Histórias De Visagens (Em Andamento)

Capítulo IX - Magueira mal-assombrada

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No município de Breves existem algumas extensões do território da cidade que chamamos de rios e igarapés. Sendo mais conhecido como o comumente e popular  "interior". Meus pais têm um terreno que fica localizado no rio Caruaquinha - nome não fictício - uma área de terra bastante extensa às margens do rio.

Esse é um relato descrito por minha mãe sobre algo que lhe ocorreu um tanto quanto estranho e assustador. Nada normal. A casa dela ficava na beira do rio, era uma casa simples que servia para irmos passar nossas férias. Como o terreno era bem grande também havia uma serraria, onde logo atrás ficava um campo de moinha - pó que solta da Madeira no ato da serragem - e passava um pequeno córrego (igarapé também chamado de baixinha), ao lado. O sítio era repleto de muitas árvores frutíferas e altas. Dentre elas tinha árvores de taperebá, bacuri, cupu entre outras frutas típicas da nossa região.

A nossa casa como já foi dito, era simples. Era bem pequena, mas o suficiente para caber todos nós. Havia uma ponte bem no lado que levava para a cozinha que ficava em cima do rio. Bem ao lado da cozinha existia uma árvore de porte médio de manga que, inclusive, a gente saltava no rio de cima dela. Era um lugar tranquilo e bonito, que a noite ficava sinistro e amedrontador, apesar de que a paisagem do céu estrelado mesclava-se a escuridão revigorando sua beleza.

Antes de prosseguir, devo ressaltar que existe uma lenda naquele local. Bem em frente à nossa casa, no outro lado do rio, encontra-se uma praia onde não é muito profundo, e por cima dela tem uma grande extensão de barrancos (mururé), segundo moradores antigos da região, esse lugar é encantado e existe um animal gigantesco que mora por lá, que já foi visto algumas vezes por eles, não se sabe ao certo o que é, mas os relatos são que aquele local é um lugar encantado e que é protegido por esse animal que até então é desconhecido. Achei relevante tratar sobre a lenda dessa paragem, que serve para entendermos um pouco o contexto ao qual se passa a história.

(Foto do Local)

Retornando a história, certo dia minha mãe foi para o sítio com seu marido, ele gosta muito de caçar e nesse dia foi somente eles dois. Ela não tem muito medo, e optou por ficar na casa enquanto ele ia para sua caçada. Mamãe preferiu dormir na sala que mesmo os cômodos não sendo juntos ficava bem próximo a cozinha. Depois de algumas horas deitada, ela começou a ouvir barulho de gente remando e o som vinha ao longe, porém, cada vez mais próximo. O burbúrio da água sendo movida pelas levadas de remo se tornava mais audível, e mamãe atentou-se em concentrar no som pensando que era algum vizinho que vinha chegando, mas nada. Pelo contrário, ouviu atentamente que aquele som que vinha do rio parou próximo da cozinha, e além dele, agora ela ouvia também vozes e barulhos que davam a impressão de que tinha pessoas subindo na mangueira para tirar manga. A percepção que ela tinha, era que haviam pessoas tirando manga e ao mesmo tempo conversando.

Os sons e aquele alvoroço ficaram por algum tempo, depois novamente ela percebeu que eles iam se afastando. Notou que parecia um grupo de pessoas que estava passeando aquela hora da noite. Isso não aconteceu só uma vez por lá, não! Já houveram vários relatos de situações semelhantes à essa. Vale ressaltar que próximo dessa área fica um cemitério. Muitos dos moradores, contam que são os espíritos dos residentes mais antigos de lá que já morreram e saem do cemitério para ficar passeando à noite pelo rio. Tirando esse fato que ocorreu com a mamãe ela teve uma noite tranquila, não houve mais nenhum acontecimento estranho nessa noite. E aí o que vocês acham que tenha sido?

(Liza)

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Genteee, demorei um pouquinho mais saiu. Como vocês estão, me contem. Estão gostando da Obra? Espero que sim, estou escrevendo com muito carinho e dedicação.