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Como vocês já sabem, me preocupo em destacar algumas histórias que se passaram com meus familiares. Essa não é diferente. As vezes a gente chega a dúvidar de algumas situações de tão surreais que são ou que podem até não ter relevância alguma, mas que de fato aconteceram.
Costumo dizer que existe algo muito estranho no sítio do meu tio, existem muitas pontas soltas de um passado que talvez tenha sido sórdido, o lugar é o palco de algumas das histórias mais arrepiantes aqui contadas. As aparições, os vultos e fantasmas já vistos por lá, não param por aí. Vamos concordar que essa não é a primeira e nem a última situação no mínimo assustadora que já aconteceu no recinto, no entanto, cada uma tem sua especificidade e nos toca ou arrepia de alguma forma.
Alguns de nós já vivenciaram circunstâncias um tanto quanto inexplicáveis, outros têm a curiosidade de um dia poder presenciar tal acontecimento. E existe um grupo que questiona se o acontecimento foi verídico ou produto do medo gerado pelo cérebro que não conseguiu processar a informação à tempo. Mas e você, de qual grupo faz parte? Bom, você terá bastante tempo para refletir e questionar-se. Aqui início mais uma das histórias arrepiantes vividas lá no sítio, dessa vez o ocorrido foi com meu tio e com minha tia.
Era um dia tranquilo e ensolarado às margens do igarapé. A casa nova passava por cima d'água e naquele instante a maré estava alta, a chamada lançante na linguagem marajoara. Esse cenário realsava o canto dos pássaros que soavam como poesia, o vento no topo das árvores que dançavam como bailarinas, glorificavam a beleza da natureza em sua magnificência. É tão contraditório um lugar tão perfeito e lindo ao dia, virar palco de episódios tão medonhos e estarrecedores à noite.
A casa atual não é grande, é pequena comparada a anterior que tinha dois andares, todavia, os mesmos fatos sem explicação acontecem por lá, o que já era de se esperar dada a história do lugar. Como me referi anteriormente, o dia estava lindo e propício para uma noite calma e agradável, pelo menos era o que se esperava. Minha tia é uma mulher bastante serena, não demonstra medo e, penso eu, que por ser a sua casa não há motivo para temer mal algum. Nesse dia os meus tios estavam sozinhos em casa e estavam preparando-se para o jantar.
Fazia uma noite escura sem a luminosidade da lua. Tia Ana, olhava com cautela o remanso da maré, o vai e vem do mururé e o coaxo dos sapos na beira do igarapé. Observava o silêncio por trás do som que a noite trazia ali da janela absorta. Remoía lembranças de sua história e sentia saudades de outrora. Refletia sobre o tempo ser cruel as vezes, num instante você está plantando sonhos e no outro talvez você nem consiga colher.
Mesmo morando no interior do município diferente de outros tempos eles já tinham acesso à energia elétrica e ao lado da casa havia um pequeno palanque o qual era ligado a um trapiche por uma tábua. A luz da casa iluminava as plantas que ficavam no trapiche, umas descansavam enquanto outras se despontavam ao relento. Ao lado também haviam algumas latinhas de cervejas que ficavam depois das festas de família.
Tia Ana, pôs-se a voltar à cozinha para esquentar a comida que sobrou do almoço. Enquanto isso, meu tio estava na sala assistindo TV. No interior é comum a gente sentar no assoalho da casa para jantar, faz parte do costume do nosso povo. Ao terminar de esquentar a comida, ela chamou tio Bento para jantar e começou a pôr a mesa ali mesmo no assoalho da cozinha. Sentaram e puseram-se a fazer suas respectivas refeições, os dois ainda se dispuseram a conversar sobre assuntos aleatórios. Minutos depois algo de muito assustador aconteceu, que até hoje eles não sabem como explicar.
Foram tomados pelo espanto de ver uma latinha de cerveja ser arremessada para dentro da casa e cair bem no meio do círculo onde estavam jantando cheia de terra e em pé, eles ficaram sem entender de onde ela tinha vindo e quase sem reação. Não tinham outras pessoas no local, os dois assustaram-se com o barulho do objeto que caiu ali entre eles e, no instante, afastaram-se como instinto. Sem muito diálogo e aterrorizados recolheram as vasilhas do jantar e levantaram-se. Tio Bento olhou pela janela, afim de encontrar quem havia jogado a lata ou de onde tinha vindo, porém não encontrou nenhum indício humano, apenas o reflexo das árvores preenchiam o chão, e algumas sombras por trás da mata, algo bem comum. Contudo, não havia sinal de que houvesse mais alguém ali, nem um animal se quer, nada. Eles recolheram-se com medo, apesar de não ter visto ninguém, temeram de não estarem realmente sozinhos, já que o recinto é de fácil acesso e qualquer um poderia entrar lá, mesmo sem permissão.
Tio Bento se perguntava o que de fato aconteceu. O que foi aquilo? Quem o fez? Seria mais um acontecimento que acabaria sem explicação? Não sabia, porém estava cansado e com medo, no outro dia, refletiriam sobre o acontecido, os dois foram dormir.
Eaí, o que acham que aconteceu? Vocês acreditam ser algo sobrenatural? Afinal a gente não sabe qual é o passado daquele lugar, quem foram seus primeiros habitantes, o que eles faziam, o que sabemos é que o sítio e suas histórias dariam um bom livro de terror.
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Histórias De Visagens (Em Andamento)
HororCada pessoa carrega consigo uma carga de experiências vividas em algumas situações não muito comuns. Há quem diga que fantasmas, espíritos e demônios não existam. Será mesmo? Você nunca sentiu um calafrio em lugares bizarros, assombrosos ou até mesm...