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Rafe me segurou com força não me deixando reagir a tempo, Sarah apareceu pra ver o que estava acontecendo e Topper a prendeu com os braços. Eu torci pra que os meninos chegassem mas nem sinal deles. Rafe nos amarrou na sala, deixando eu e Sarah de costas uma pra outra e com uma fita tampou nossas bocas no chão.

Topper estava encarando Sarah e acho que ele percebeu que ela não estava bem, tirou a fita da sua boca com cuidado pra não machuca- la.

- Sarah você ta bem?- Topper se abaixou ficando a altura.
- Não. - ela respondeu manhosa.
- O que você tem?- ele perguntou.
- Acho que estou com intoxicação alimentar.- disse fazendo drama de propósito.
- Vou te deixar sem a fita então. Se quiser vomitar me avisa por favor.- ele falou meio nervoso e atrapalhado.


Sarah segurou minha mão e apertou me confirmando seu teatro pro Topper, ela queria enrolar eles pra dar tempo dos meninos e a Kat chegar, entrei no joguinho dela. Rafe havia revirado a casa pra ver se os meninos estavam lá, não encontrando ele voltou até nos duas na sala e ficou nos encarando pensativo.

- O que vamos fazer com elas?- Topper perguntou meio confuso.
- Eu tô pensando.- disse passando a mão no rosto como de costume.
- Precisa ligar pro Ward, Rafe.- comunicou, Sarah estremeceu atrás de mim apertando minha mão de novo.
- Eu vou ligar, calma, mas temos que sair daqui primeiro.- ele desprendeu a gente.

Mas não deu nem pra tentar escapar de tanta força que nos segurava justamente pra nós duas não fugir, porque ele já conhecia a gente. Rafe me carregou até um carro que eles estavam e Topper carregou Sarah. Rafe me jogou dentro do carro com certa brutalidade me fazendo bater a cabeça e a costela no interior da porta, Topper apenas enfiou Sarah no carro sem a machucar.

Topper observou o amigo e percebeu que ele estava meio alterado então pegou o carro pra dirigir, me fazendo agradecer interiormente. Enquanto nós viajavamos fiquei observando o caminho e gravando cada ponto daquele lugar. Aqueles dois estavam tão cheios de adrenalina que esqueceram de nos vendar. Rafe murmurava algo mas não dava pra entender.

Demorou um pouco, mas depois de um tempo chegamos a uma das mansões Cameron, era meio escondido estava mais pra uma chácara. Era um caminho fácil de fazer porém era meio longe de onde John B morava o que não seria fácil dos meninos nos encontrar.

Eles estacionaram o carro de qualquer jeito e tiraram a gente de dentro do mesmo. Topper puxou Sarah amarrando suas mãos atrás de seu corpo a levando pra dentro e sumindo da minha vista. Enquanto Rafe me arrancou de dentro do carro e me amarrou, certamente ele não estava sóbrio. Amarrou minhas mãos atrás, em minhas costas, me levou pra dentro.

Pensei que fosse ficar no mesmo lugar que Sarah, subimos para o segundo andar onde haviam muitos quartos, passando pela porta onde Sarah estava a vi com os braços amarrados com uma corrente pendurada ao telhado. Aquele quarto parecia um quarto de tortura. Rafe continuou subindo comigo, chegando ao sotom.

O lugar estava todo empoeirado e cheio de teia. Assim como Sarah estava, ele me amarrou com umas corrente no telhado, me deixando quase pendurada, machucando um pouco meu pulso. Quando ele terminou de prender, tirou a fita da minha boca.

- Agora somos eu e você Kiezinha!- Rafe se pronunciou.
- O que vocês querem?- perguntei.
- Cadê o ouro que vocês roubaram de nós?- ele se aproximou.
- Eu não sei onde está.- respondi.
- Não mente pra mim Kiara, cade o ouro?- repetiu bem próximo a mim.
- Eu não sei onde está.- comecei a me estressar.
- Você está mentindo!- se alterar.- CADÊ A DROGA DO OURO ?- gritou.
- EU NÃO SEI!- gritei de volta.

Eu realmente não sabia onde estava o ouro, nem Sarah, apenas John B e aquela altura JJ tambem. Nós já estávamos naquela casa a pelo menos uma hora, eu já estava cansando de tanto tempo pendurada. Já estava anoitecendo e eu conseguia ouvir os gritos de Sarah. Eu até era uma pessoa confortávelmente forte mas não como Sarah.

Eu estava com sono, com fome e cansada de ficar na mesma posição, morrendo de vontade de fazer xixi. Mas minha maior preocupação era com Sarah, que existia a possibilidade dela estar grávida, e pelo que eu saiba sofrer estresse causa danos ao feto. Nós não temos certeza, mas também não podemos descartar essa possibilidade. Depois de mais uma hora passada, já era noite, Rafe apareceu de novo no ambiente onde eu estava.

- Preciso fazer xixi Rafe.- disse fraco.
- Não.
- Rafe por favor? Eu preciso ir ao banheiro, não aguento mais ficar em pé pendurada aqui.- implorei.

Ele me encarou, bufou e finalmente me tirou daquelas correntes. Automaticamente eu cai no chão de fraqueza, não sentia minhas pernas, não conseguia ficar de pé. Rafe me encarava sem nenhum expressão.

- Me ajuda por favor? Preciso ir fazer xixi.- supliquei com o olhar.
- Anda logo.- disse.

Me levantou, vendo que eu não conseguiria andar, me pegou no colo e me levou descendo as escadas. A porta onde Sarah ficou estava fechada, provavelmente trancada. Passamos por mais duas portas e chegamos ao banheiro de uma suíte. Ele me pôs sobre a cama, tentei levantar e me apoiei rápido na parede pra caminhar até o banheiro. Rafe se moveu rápido pra que eu não chegasse ao chão como a primeira vez, segurando minha cintura me guiou até o banheiro.

- Deixa a porta aberta.- disse rouco e grave.
- Okay.- disse e encostei a porta.

Fiz meu xixi e enquanto lavava as mãos olhei meus pulsos marcados com as correntes, aquilo com certeza ficaria roxo. Aquele altura os meninos já estariam nos procurando, torci pra que não demorasse. Rafe bateu a porta me apressado.

- Tô saindo.- disse em voz alta.

Lavei meu rosto e prendi novamente meu cabelo num coque alto. Abri a porta e encontrei Rafe de costas pra mim, olhando pela janela, ele estava distante, parecia querer contar ou confessar algo. Voltei apoiada na parede até sentar na cama fazendo ele perceber minha presença.

- Onde está Sarah?- perguntei sem expressão.
- Dormindo. Ela vomitou o dia todo.- disse com desgosto.
- Ela está deitada pelo menos?- quis saber.
- Está com Topper, não se preocupe.- disse sério.

Parecia que o efeito de mais cedo havia passado, ele estava sóbrio, limpo, racional. Voltei a observar meus pulsos que doíam bastante agora. Encarei Rafe que olhava meus pulsos fixamente.

- Desculpa, eu não... Não quis te machucar.- franziu o senho apontando para meus pulsos.
- Jura?!- fui irônica.- Deveria ter me colocado no carro com menos brutalidade, assim eu não teria quase quebrado minhas costelas.- desabafei meio estressada.
- Desculpa Kiara?!- disse sério e bufando.
- Você tá bem?- perguntei suspeitando.
- Por que?- ele questionou confuso.
- Você está me pedindo desculpas e falou meu nome todo.- respondi.
- Eu não preciso te contar isso... Mas quando eu tô com você, limpo, me sinto uma pessoa boa e que talvez tenha uma segunda chance na vida.- confessou me surpreendendo.
- Como assim? Não estou te entendendo.- agora eu estava confusa.
- Eu quero ser uma pessoa boa Kiara, quero ficar limpo. Mas tenho a sensação de que ficar em casa não vai ajudar, sem dizer que eu fiz muita merda na minha vida. Mas agora que eu estou sóbrio e contigo, sinto que posso ter uma segunda chance. Quando eu estou drogado ou bêbado, eu sou agressivo e autoritário, eu só penso em você e quando encontro com você te machuco. Eu não quero isso.- desabafou sério e meio triste.
- Por isso tá me sequestrado?- me estressei.
- Não Kiara, entende! Eu sequestrei você e Sarah pra salvar vocês do Ward. Eu ouvi ele falando com uns caras dele que mataria você e seus amiguinhos se não falassem onde está o ouro.- pareceu bravo mas sincero.

- Eu não consigo acreditar em você. Primeiro me sequestra, me deixa pendurada por horas, com fome, cansada, e agora vem me dizer que é pra me salvar?!- quando percebi já estava chorando de raiva.


















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Deixem a estrelinha e Boa leitura!!
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JIARA// Outer Banks [ CONCLUÍDA] Onde histórias criam vida. Descubra agora