Marcela olhou para o relógio da parede enquanto bocejava. 6:00 e ela estava acabando seu turno de 20 horas no hospital, estava exausta. Estava trabalhando em um dos hospitais de sua rede, atendera muitas pessoas em estado grave e, entre elas, muitas acidentadas. Tinha essa "paixão" de atender acidentados em situação grave, talvez pelo retorno dos pacientes que, recuperados, agradeciam todo o carinho e atenção que só ela dava. Retirou o estetoscópio do pescoço e o jaleco do corpo e guardou em armário, se dirigindo para a saída do hospital já com a chave do carro na mão.
Ao chegar na rua onde seu carro estava estacionado, teve a sensação de estar sendo vigiada. Olhou para trás e para os dois lados, mas não viu nada além do lindo nascer do sol e balançar das árvores. Deu de ombros, entrou no carro, ligou o rádio e deu partida.
Cantarolava a música que começou a tocar - Ela só quer paz do Projota - enquanto dirigia e se admirava com a beleza do céu. Marcela adorava a natureza e tentou lembrar a última vez que havia tirado férias só para curtir a natureza... Fazia muito tempo.
Marcela cresceu em família de boas condições mas a única a seguir carreira na medicina, criando seu império com esforço próprio. Sua rede era reconhecida na comunidade médica e ela tinha muito orgulho de tudo que havia construído do zero.
Assim que chegou em casa e estacionou o carro, correu para tomar um banho pois estava desesperada por um. Após sair do banho e colocar seu pijama de unicórnios - que sempre era motivo de piada entre as amigas - foi à cozinha comer a saladinha que havia na geladeira. Enquanto comia, deu uma olhada no whatsapp: três mensagens de Thelminha, sua amiga também médica e diretora de um dos hospitais; quatro mensagens de Bianca, sua amiga e ex-peguete; e uma de Mari, atual namorada de Bianca. As duas últimas mandaram a mensagem no grupo que o trio tinha, avisando sobre uma festa ou algo assim. Marcela deixou pra responder depois, pois estava morta de cansaço. Foi então escovar os dentes e se jogou na cama, prometendo acordar só no dia seguinte...
Mas não conseguiu. Jamais conseguiria, com amigas tão insistentes. Eram 20:00 quando Marcela acordou com o toque do celular, assustada atendeu ainda de olhos fechados.
— Pelo amor de Deus, Marcela! Você tem WhatsApp pra que? Já está há mais de 24 horas sumida, achei que tinham te sequestrado! - dizia Bianca desesperada, do outro lado da linha.
— Tive um dia difícil no hospital ontem e cheguei só às 6 da manhã! Estava morta de cansaço.
— Tadinha bichinha! Mas vem cá, já são oito da noite e acho que você já dormiu o suficiente né? Não precisa entrar em coma pra descansar também, né!
Marcela riu e decidiu levantar:
— Sim, senhora boca rosa. Me ligou só pra me acordar ou tem algo urgente acontecendo? 10 ligações perdidas, endoidou?
— Desculpa mas você não respondia... Xô falar, hoje tem festinha E NÃO QUERO OUVIR DESCULPAS! Faz anos que você só vive pra hospital e trabalho, e hoje é a festa de lançamento da minha nova linha de maquiagens e eu EXIJO a sua presença.
— Nossa depois dessa não adianta nem eu tentar não ir... Talvez eu esteja precisando, faz anos que não vou em festas que não sejam relacionadas aos hospitais.
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KILL THIS LOVE
RomanceMarcela é uma médica renomada e nacionalmente conhecida por sua rede de hospitais e trabalhos voluntários. Gizelly é uma assassina profissional e 100% focada em seu trabalho e nunca se apaixonou. O que fazer quando o amor revela uma nova personalida...