Novos sentimentos

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Gizelly abriu os olhos e a primeira imagem que surgiu em sua vista ao acordar foram os longos cabelos loiros de Marcela jogados por cima dela. Ela sorriu com a imagem da loira dormindo serena encostada em seu peito. Pegou sua cabeça com delicadeza para colocar no colchão e se levantou, vestindo apenas uma blusa que estava no chão e se encaminhou até a cozinha. Encheu um copo de café puro, pegou seu maço de cigarro e isqueiro em sua bolsa e foi para a varanda. Acendeu o cigarro enquanto olha a para a lua cheia que brilhava no céu e sentou-se no banco que tinha ali.Enquanto dava um gole de café, pensava na sensação que estava sentindo. Em toda aquela situação que se encontrava com Marcela. Percebeu que estava cada vez mentindo menos e se abrindo, exceto com óbvias exceções, mas não conseguia mentir. Quando a médica perguntava de sua profissão ou de sua infância, Gizelly apenas desviava o assunto. O que estava acontecendo? Por que ela não conseguia mentir? E pior: por que se sentia tão culpada cada vez que Marcela a chamava de outro nome? Felizmente usava mais o apelido de Gi ou até mesmo "furacão" (apelido que suas amigas a deram e ela confessou com facilidade para Marcela). Era estranha a forma que a loira fazia Gizelly se sentir, tão confortável e tão em paz. Ela nunca havia sentido isso antes, em toda sua vida, e não sabia nem mesmo definir o que era aquele sentimento.

É claro que ela amava as amigas, mas a sensação que Marcela trazia era diferente... Era boa. Se questionava se seria realmente capaz de tirar a vida dela por dinheiro. Dinheiro esse que nunca trouxe a sensação que sentia agora.

Gizelly levantou para apagar o cigarro no cinzeiro e jogar fora a bituca quando Marcela apareceu a abraçando por trás.

— Caiu da cama? - disse Marcela, dando um cheiro no cangote dela.

— Acabei acordando e não tive coragem de te acordar, estava dormindo tão serena. Peguei um pouco de café pra tomar, espero que não tenha problema.

— Mas é claro que não tem problema. E podia ter me acordado, não teria problema também.

Gizelly desvirou do abraço, ficando de frente para Marcela e segurando-na pela cintura, enquanto a loira depositava seus braços por cima dos ombros da morena.

— O que que você tem de especial que me deixa assim? Como você consegue? - Gizelly respondeu de forma distraída enquanto olhava para cada detalhe do rosto de Marcela, que sorriu com os questionamentos.

— Não tenho nada, mas fico feliz de te deixar assim... Quer dizer, espero que esteja falando de forma positiva. 

— Como se tivesse como falar de você de forma negativa. - Gizelly encarava os olhos de Marcela que brilhavam com o reflexo da lua.

Marcela não respondeu, apenas depositou um selinho. Mas Gizelly não se contentou e aprofundou o beijo, suas línguas em sincronia em um beijo lento, diferente de todos que já haviam tido. 

— Você está gelada, tá morrendo de frio né? - disse Gizelly separando o beijo, ao segurar nos braços de Marcela.

— Um pouquinho, mas quero ficar com você. - Gizelly sorriu com o jeito dengoso de Marcela, um sorriso tão lindo que a médica não conteve seu próprio sorriso.

— Vamos voltar pra cama então, bebê. - Ela pegou nas mãos geladas da outra e se encaminharam para o quarto, onde deitaram agarradas e logo Marcela pegou no sono.

— Eu tô fudida. - foram as últimas palavras de Gizelly, antes de cair novamente no sono.

(...)

Os dias daquela semana se passaram tranquilos para ambas, apesar de não se verem todos os dias como gostariam, mantinham contato pelo WhatsApp 24/7. Marcela adorava contar tudo de seu dia pra Gizelly, que se mostrava sempre tão curiosa e receptiva com cada detalhe. Desde coisas do trabalho até as mais simples, como informações sobre o café da manhã. Gizelly ficava genuinamente feliz e interessada com todas as informações, apenas pela animação de Marcela contando e não pra usar em sua profissão com as vítimas, como era de costume.

"Esse fim de semana estarei de folga, o que vamos fazer? Já tô com saudades! 🥺"

Gizelly leu a mensagem que apareceu na sua tela com um sorriso genuíno. Não sabia que Marcela, um mulherão extremamente gostosa, poderia ser tão dengosa e meigosa. Gostava desse jeitinho dela e em como ela se sentia confortável em ser várias versões de si com ela. 

"Vem passar o fim de semana aqui em casa, podemos maratonar uma série na Netflix. O que acha?"

Respondeu, imaginando que a médica estaria exausta e gostaria de um fim de semana tranquilo de descanso. Com um sorriso no rosto pensando no fato da loira querer desfrutar desse descanso com ela. Percebeu que andava sorrindo muito por causa dela e se questionava se isso seria normal.

"Você leu minha mente! Saindo daqui eu passo em casa pra tomar um banho e pegar minhas coisas e vou direto pra aí, ok? Beijos, até a noite."

Após Gizelly responder a mensagem da loira, seu celular vibrou novamente. Número desconhecido. Sentiu um calafrio, uma sensação estranha, ao imaginar quem seria ao abrir a mensagem:

"O chefe precisa de atualizações. Está demorando mais que o normal, o que está acontecendo?"

Pensou em responder mas apenas desligou seu celular e se encaminhou para o banheiro. Não queria pensar nisso. Não agora.

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Peço MIL perdões pela demora, mas eu precisava esperar a meta do Furacões Solidários bater pra conseguir voltar a ficar e me concentrar em fanfics. Agora que já tá tudo certo, prometo atualizar com muito mais frequência, não me xinguem!!!!

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⏰ Última atualização: Aug 25, 2020 ⏰

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