Marcela pegou a conversa desde o começo e não estava entendendo o que Giovana estava dizendo, até a última frase. Reagiu pelo reflexo ao dar o tapa, mas definitivamente não se arrepender de ter saído correndo. Deu graças a Deus pelo carro do Uber já estar na porta do prédio e entrou às pressas, deixando algumas lágrimas involuntárias escorrer.
— Tá tudo bem, moça? Quer um lenço? - disse o motorista, aflito, vendo o estado da loira.
— Agradeço mas não preciso, tenho um aqui. Só me leva embora o mais rápido, por favor.
— Sim senhora.
Quando o carro deu partida, a médica viu a morena abrindo o portão do prédio, em euforia, com o celular no ouvido. No mesmo instante, sentiu seu celular tremer em suas mãos, com a tela acesa: "Gio ❤️".
Desligou o celular e encostou na janela do carro, vendo a paisagem e refletindo sobre o que escutara.
“Em 14 dias Marcela estará morta.” A voz de Giovana ecoava em sua mente. Quem era Giovana — se é que esse era seu nome? Por que queria matá-la? Dose de quê ela havia dado? Pensando nesse último questionamento, ela decidiu que deveria ir ao hospital. Felizmente, era dois quarteirões perto de sua casa.
— Moço, desculpa o incômodo, mas você pode me deixar no Hospital Mc Gowan? É só dois quarteirões a mais, mas eu pego a diferença!
— Claro moça, sem problemas.
— Obrigada.
E dentro de 5 minutos Marcela chegara no hospital, passou direto pela recepção e foi em direção ao consultório de sua amiga, Dra. Thelma Assis. Bateu na porta e entrou, ao escutar sua amiga liberar a entrada.
— Ainda bem que você está sozinha! Você tem algum paciente por agora?
— Não Má, eu já estava encerrando os últimos resultados de exame pra encaminhar para os pacientes, iria ao pronto socorro agora... O que houve?
— Preciso da sua ajuda, Thelminha. Preciso fazer diversos exames, especialmente de sangue, pra ver se tem alguma substância estranha no corpo e me medicar...
— Certo, me explica direitinho o que aconteceu para eu te ajudar.
Marcela explicou todo o acontecido, ao olhar surpreso de sua amiga. Ao terminar, ela se encaminhou para a sala de exames, fazendo todos os que Thelma achou que seria importante: vários de sangue e uma tomografia geral.
Ao terminar, voltaram para o consultório, enquanto esperavam o resultado ficar pronto.
— Ai amiga, agora que já fizemos o principal, me conta como você está? De verdade.
— Eu não sei, Thelminha. Eu definitivamente não sei o que pensar. Não sei quem ela é de verdade, não sei por que ela fez isso, não sei se foi tudo atuação ou se existiu sentimento genuíno... Não sei. Confusa é a palavra certa.
— Eu imagino, amiga, até eu estou confusa! Você não acha que deveria procurá-la para conversar? Não hoje, claro, mas talvez daqui uns dias... Pra esclarecer suas dúvidas, pelo menos.
— Amiga, ela literalmente quer me ver morta. Qual a chance dela dizer a verdade pra qualquer pergunta que eu faça? Capaz dela ir com uma faca e me esfaquear.
— Ai que horror!
— Mas é verdade... O choque foi tão grande que eu ainda nem senti direito a tristeza de ter amado alguém que não me amava. Até porque levar fora e terminar namoro não é a primeira vez, mas ter namorado uma assassina em potencial... Não consigo entender como alguém pode ser tão frio.
— Ai amiga, não sei nem o que dizer. Quer ir dormir lá em casa hoje? Não é uma boa ideia você ficar sozinha...
— Eu aceito Thelminha, obrigada. Não seria nada sem você!
Quando Thelma ia responder, uma enfermeira chegou com os resultados. Antes mesmo de Thelma conseguir pegá-los, Marcela pegou ansiosa e começou a ler.
— Estranho... - disse a loira, com olhar confuso.
— O que? Que que deu?
— Veja você, amiga. - a loira deu os papeis nas mãos de Thelma.
— Ué, que estranho. Tá tudo normal? Fizemos até o teste mais avançado, válido por toda sua semana, e não tem nada... Tomografia tudo limpo...
— Será que ainda não fez efeito? O foda é que ela não especificou o que seria que ela me deu, não tenho nem como saber o que tomar para me previnir...
— Pode ser, amiga. Vamos ficar de olho em qualquer sintoma que você venha a apresentar nos próximos dias... Vamos pra casa? Você pode inclusive passar a semana lá, você sabe que tem roupa sua lá ainda né?
— Vamos, Thelminha. Acho uma boa ideia.
Foram conversando até o carro de Thelma, que ligou o rádio ao dar partida. Aproveitaram a música em um silêncio confortável, até chegarem à casa de Thelma, que também não era longe dali.
Em quinze minutos chegaram, combinaram de assistir uns filmes na sala e dormirem por ali mesmo: como uma noite do pijama que costumavam fazer quando estavam na faculdade.
Marcela era muito grata por sua amizade com Thelminha, se conheceram na faculdade de medicina e desde então nunca mais se separaram, trabalhando juntas no hospital da família Mc Gowan.
Enquanto Thelminha fazia uns aperitivos para elas na cozinha, Marcela decidiu ligar o celular apenas para ver se tinha algo urgente. Como médica, não gostava de deixar o aparelho desligado por muito tempo.
Ao ligar, se deparou com 10 mensagens de Giovanna, mas só conseguiu focar nas duas últimas mensagens:
“Imagino que esteja assustada, então, para lhe acalmar, saiba que eu não te dei dose de absolutamente nada. Não tive coragem.”
“Preciso falar com você, urgente. Eu não te matei e nem quero mais, mas outras pessoas querem. Você está em perigo.”
VOCÊ ESTÁ LENDO
KILL THIS LOVE
Любовные романыMarcela é uma médica renomada e nacionalmente conhecida por sua rede de hospitais e trabalhos voluntários. Gizelly é uma assassina profissional e 100% focada em seu trabalho e nunca se apaixonou. O que fazer quando o amor revela uma nova personalida...