Voltei. Acho que as atualizações serão mesmo todo domingo, caso não sejam, eu avisarei.
Bom, agora é só morro abaixo, se preparem :)
Boa leitura!
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Shoto acordou com o barulho do despertador tocando perto de sua cabeça. Resmungando baixo, ergueu o braço e congelou o aparelho, instaurando o silêncio total no quarto.
Rolou na cama e voltou a dormir, ignorando completamente o fato de que precisava se arrumar para a escola. "Só mais cinco minutinhos" - disse para si mesmo. Mas nunca são só cinco minutos, de modo que meia hora mais tarde ele foi acordado pelo escancarar da porta de correr do seu quarto, que fez um barulho alto ao atingir o limite, assustando Shoto de tal modo que o garoto se embolou nos cobertores e caiu de cara no chão, levando os lençóis e travesseiros consigo.
- Oh, desculpe por te assustar, Shoto, mas é que você vai se atrasar para a aula - disse a voz de Fuyumi, parecendo se segurar para não rir.
- Tudo bem, não foi nada - mentiu o garoto, levantando-se e quase caindo de novo ao tropeçar nos lençóis. - Pode ir, eu já acordei - acrescentou ao ver a irmã parada ali na porta, com cara de tacho.
- Ah, sim, desculpe - dito isso, ela se afastou, tapando a boca para não gargalhar.
Com uma careta de desgosto, Todoroki olhou para sua cama alta e totalmente ocidental. Maldita hora que insistira para obter uma daquela, tudo porque queria contrariar o pai. Já tinha perdido a conta de quantas vezes acordara caindo daquela merda - talvez devesse queimá-la, deixando só o colchão.
Ainda meio irritado e esfregando o nariz dolorido, Shoto correu para se arrumar, saindo de casa sem tomar café. A manhã parecia linda e preguiçosa como sempre.
Apesar do estresse das primeiras horas do dia, ele não pôde deixar de se sentir um pouco mais feliz no caminho para o colégio. Por algum motivo que não entendia, Todoroki se sentia mais leve, mais livre. E pela primeira vez, Shoto se contentou em não entender, apenas se deixando sentir.
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Izuku estava resmungando de novo, e sequer se dava conta disso. Ochako já tinha desistido de trazer o amigo à razão, então manteve-se quieta ouvindo-o divagar.
- E se eu fui inconveniente, se ele ficou irritado ao invés de felizeagoratemraivaeachaqueospoemassãoapiorcoisaqueelejárecebeu....
Suas divagações foram interrompidas por um tapa na nuca tão forte que o fez morder a língua e xingar alto, enquanto encarava Ochako de forma muito ofendida - ela aparentemente havia desistido da quietitude, optando pela abordagem mais violenta.
- Que porra, Deku, dá pra parar com essas paranóias? Isso não tá te fazendo bem, e você não vai descobrir nada desse jeito, então só para! - ralhou ela, parecendo realmente aborrecida.
- Você não entende, não é? - indagou ele, ranzinza. - Eu posso ter estragado tudo!
- Ah, não, eu não entendo mesmo! - exclamou ela, irritada, começando a pisar duro no chão. - Você só seguiu seus instintos, escreveu e deixou lá, então não entendo como você pode ficar tendo esses ataques paranóicos quando deu tudo de si. Não entendo como você sequer pode achar que estragou tudo quando apenas fez aquilo que faz de melhor: escreveu!
Izuku não teve argumentos dessa vez, não teve nem palavras para agradecer, tamanho o choque de receber um elogio assim, tão inesperadamente. Ochako apenas agradeceu pelo silêncio, pois não aguentava mais a tagarelice do amigo.
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Poeta anônimo
FanfictionShoto nem sabia que gostava de poemas, até começar a receber vários post-its que alegram seu dia. Em meio aos problemas familiares e vida de herói, são esses pequenos papéis coloridos que lhe trazem conforto sempre que está sozinho. Mas, ao longo d...