Demorei, mas cheguei!
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Nedzu encarava a expressão de cachorro pidão de Toshinori com certa curiosidade, já que Nemuri o acompanhava. Atrás deles, Aizawa observava da porta, o semblante de exasperação denunciando seu desgosto ante a qualquer que fosse o motivo de estarem ali.
- Pois não, Yagi, Nemuri? - finalmente o diretor se pronunciou, dando permissão para que os professores falassem.
- Nós temos um pedido para fazer, Nedzu - iniciou Toshinori.
- Mas antes, temos uma pergunta: você já sabe como vai realizar a divisão dos dormitórios? - Nemuri se intrometeu.
- Pretendia dividir todos de todas as turmas pela ordem alfabética, como é de praxe nessas situações - comentou Nedzu. - Por acaso você tem sugestões?
A pergunta foi feita em tom casual, mas o cruzar das patas para apoiar o queixo indicava que o diretor os estava avaliando, prestando atenção em cada ato, cada fala.
- Nós queríamos separá-los de acordo com o que seria melhor para eles e para o sucesso do dormitório em geral - explicou Yagi, empolgado.
- Eles querem facilitar a vida dos pirralhos problemáticos como se fossem filhos deles, deixando eles pertos daqueles que gostam - acusou Aizawa, parecendo indignado com a ideia.
Nedzu passeou o olhar pelos professores na sala e ergueu as sobrancelhas, surpreso com a situação.
- Ora, mas isso não ia dificultar o trabalho de vocês? - questionou o diretor.
- O meu trabalho, principalmente, já que eu fiquei responsável por cuidar dessas crianças problemáticas - Aizawa protestou novamente.
- Na verdade, vai facilitar nosso trabalho, Nedzu - começou Nemuri, ignorando o colega rabugento deliberadamente. - Nós percebemos que eles trabalham melhor quando juntos com pessoas específicas, alguns deles só conseguem se acalmar em situações particularmente difíceis com a presença de alguém específico. Um exemplo disso foi o episódio do sequestro de Kirishima: Uraraka acalmou Midoriya e Bakugou.
- Mas eles fugiram juntos pra tentar resolver por eles, poderiam ter estragado tudo - objetou o diretor quase que imediatamente.
- São adolescentes, eles costumam fazer isso. Mas se não fossem todos, Bakugou Shonen teria ido sozinho, o que seria pior - retrucou Toshinori, de forma rápida demais para parecer tranquila.
- Não acha que eles ficam mais encorajados quando estão em bando? - Nedzu rodava na cadeira de rodinhas agora, o que indicava que ele provavelmente já estava tomando a decisão final.
- Não, eu conheço meus alunos - dessa vez foi Nemuri quem respondeu. - Eles são mais idiotas sozinhos do que juntos, acredite. Não faz sentido, e é isso que mais intriga a todos nós: essa turma não faz nenhum sentido.
- Certo então... Aizawa, você discorda da afirmação de sua colega? - o diretor voltou-se para Aizawa, que ainda estava na porta.
- Não - confessou ele, sabendo que a guerra estava perdida: eram três loucos contra ele!
- Certo então, permito que vocês façam a divisão. Porém, peço que convençam os outros professores a deixarem que isso seja feito nas outras classes onde eles coordenam, para que não seja injusto - acrescentou Nedzu antes de finalmente fazer um gesto de dispensa com a pata.
- Muito obrigado, diretor, e pode deixar que falaremos com eles - agradeceu Toshinori, se abaixando numa exagerada reverência.
Nemuri e Aizawa fizeram o mesmo antes de saírem da sala, a primeira com um sorriso triunfante no rosto, enquanto o último mantinha uma carranca emburrada.
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Poeta anônimo
Fiksi PenggemarShoto nem sabia que gostava de poemas, até começar a receber vários post-its que alegram seu dia. Em meio aos problemas familiares e vida de herói, são esses pequenos papéis coloridos que lhe trazem conforto sempre que está sozinho. Mas, ao longo d...