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Yoongi

A festa de Hoseok estava ao rubro — como sempre. Todavia, dessa vez, ele havia comprado uns holofotes de modo a que, se as pessoas não soubessem onde era a festa, conseguissem perceber de longe o local indicado pelo meu amigo. Eu sempre gostei de uma boa festa e ainda bem que consegui estar aqui, apesar de ter demorado imenso tempo a convencer meus pais que seria responsável e que não beberia álcool, visto que estaria conduzindo.

Eles estavam em mais uma viagem de negócios e chegariam domingo, mas já deveriam saber que eu era ajuizado e não se incomodarem em me dar um sermão sobre acidentes ao volante devido ao teor elevado de bebida espiritual no sangue. Eu agradeci a sua preocupação, mas prometi que me comportaria e que não faria nada contra o que eles haviam dito.

Eu era bastante respeitoso com meus pais, apesar de meu gênio temperamental com todos os outros, afinal, eles era meus progenitores e, como eles tinham respeito por mim, eu tinha por eles. Os dois nunca se irritaram comigo, nem quando eu me comecei a vestir como um astro do rock ou me revelei bissexual. Ambos foram compreensivos com o assunto, e sempre me perguntavam quando eu lhes traria alguém para apresentar.

E, neste momento, eu não me sentia atraído por ninguém — quer dizer, exceto pelo pequeno rapaz de cabelos extravagantes junto de mim.

— Hey! — a música estava alta, mas eu nunca iria conseguir ignorar a voz do mais novo que estava, agora, à minha frente. Era óbvio que ele estava alterado pelo álcool, nem parecia aquele rapaz que, junto às bebidas, estava demasiado envergonhado para olhar para mim, sequer me dirigir uma palavra. — Estou falando com você, Yoongie! — ele chamou o meu nome de forma manhosa e eu sorri, era um som tão bom de se ouvir.

— Eu sei, gracinha. — seu semblante, antes alegre, se fechou em um beicinho e o mesmo cruzou os braços em indignação. Por Deus, quem fizera aquela obra de arte que me explique o porquê de o rapaz ter um lábios tão bonitos e desejáveis. Eu não iria fazer nada, ele não estava em condições de reagir e, para além disso, eu gostaria de beijar Jimin quando ele pudesse retribuir, não quando a hipótese do mesmo vomitar em mim fosse maior que 100%.

— Porque você passa o tempo me chamando isso? Eu não sou uma gracinha! — ele tentou parecer bravo, mas suas bochechas cor carmesim, seu cabelo alaranjado e seus olhos brilhantes me impediam de concordar consigo. Além do mais, ele era mais baixo que eu, o que era demasiado adorável para o que eu conseguia aguentar.

— Para mim você é. Gracinha. — eu me inclinei em sua direção, sua falsa pose de durão se desfazendo em segundos. No entanto, ele não se deixou ficar por aí, o álcool estava mesmo falando por si.

— Você nem sabe quem eu sou. Aposto que nem sequer se lembra de quando me ajudou! — oh, eu sabia muito bem quem ele era e me lembrava detalhadamente do dia em que eu o tinha salvo de ser morto no meio da rua.

Me recordo como ele foi corajoso ao admitir a sua orientação sexual para todos, sendo ainda tão novo. Eu o admirava bastante por esse motivo e acho que mais pessoas o deveriam fazer, por isso, me espantei quando encontrei antigos colegas ameaçando e espancando o rapaz delicado no meio da rua. Obviamente que eu não ficaria parado sem falar nada, então, os mandei se afastarem do moreno — nessa altura, seus fios eram de uma cor escura — e, apesar de querer ir até ao mesmo e tocar sua pele magoada, eu me mantive em meu lugar, até ver o rapaz se levantar e murmurar um obrigado, tendo a certeza que ele estava bem para ir até casa.

No entanto, minhas ações não ficaram por aí. Eu não descansei até que meus pais pressionassem o diretor da escola para expulsar os rapazes da escola e também da cidade — nunca que eu os deixaria sair impune depois do que fizeram com o belo rapaz que, muito provavelmente, ficara confuso por não ver mais os outros na escola. Percebi que, a partir desse dia, Jimin me observava muitas vezes, inclusive naquele dia em que eu o tentara ajudar com o cacifo, mas sem sucesso, sua beleza me impedia de realizar qualquer ação.

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