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Taehyung

— Bem feita! — eu e Jimin estávamos em nossa hora de almoço, no dia seguinte à sentença do meu castigo — e de Jeon. O alaranjado me olhava, vidrado em minhas palavras, enquanto eu contava o que se passara na tarde anterior. Depois de acabar minha narração, ele fez questão de me dar um sermão — o único, visto que eu não contara aos meus pais o que sucedera. Não que eu não contasse tudo aos meus pais, mas eu sabia que eles iam ficar bem chateados, principalmente meu pai, que me dissera para não arranjar problemas. — Eu disse que ia dar errado, eu te avisei.

— Eu sei, 'tabom? Não precisa de estar sempre batendo na mesma tecla, Ji. — o purê de batata e cenoura era cutucado por meu garfo, eu estava demasiado desgostoso para engolir qualquer alimento no momento. Não conseguia parar de pensar que, no final do dia, teria que aturar aquela peste durante duas horas. — Como eu vou sobreviver a esse mês, Jimin? Me explica, porque eu não encontro solução.

— Bem, talvez devesse ter pensado nisso antes de se meter com planos extravagantes, certo? — eu revirei meus globos oculares, no fundo, eu sabia que ele detinha a razão nesse assunto. — Vá lá, não deve ser assim tão difícil ficar no mesmo ambiente que o outro ali.

Jimin apontou, com a cabeça, para um lugar em específico, e eu vagueei meu olhar até lá, encontrando o mais velho. Ele estava rodeado pelos seus dois amigos — Yoongi e Hoseok — e, com a boca colada à sua, estava Lisa. Os mesmos não se largavam, trocando um ósculo intenso, parecido ao que deram no meu primeiro dia aqui, na escola. Suspirei. — Não sei... Ele não parece ser muito pacífico comigo, quando soube do castigo, só faltava me comer, e olha que não era no bom sentido! — Jimin soltou uma gargalhada fofa. — Não se ria, eu não sei como ele não me deu um soco, sinceramente.

— Mas você quer se resolver com ele?

— Eu sei lá, Ji. Eu estava pensando que, depois de ontem, talvez pudéssemos ser colegas, até mesmo nos acertaríamos e ficaríamos amigos. Afinal, as contas estariam, finalmente, acertadas. Mas não contava que ele me quisesse bater. — ele cruzou seus braços, como se dissesse "Você está brincando com a minha cara, certo?".

— Se nota que você não conhece mesmo o Jeon. Ele sempre quer ficar por cima, Tae, sempre.

Eu suspirei, largando os talheres e massajando minhas têmporas. Eu estava com uma puta dor de cabeça e todo o barulho que estava no refeitório não ajudava. Precisava de arranjar uma solução para que estas provocações acabassem, não queria guerrear mais como outro e, muito menos, receber outro castigo como o deste mês. — Que merda. Tenho que conseguir tréguas, de um jeito ou outro.

— Tenta dialogar com ele com mais calma. Talvez ele até seja um cara pacífico.

— É, talvez. — desviei meu olhar do alaranjado, buscando pelo corpo do outro. Lisa não se encontrava mais com eles e, para minha surpresa, o moreno me fitava, o seu semblante fechado me enviava calafrios. Não consegui distinguir se sua expressão transmitia raiva ou apenas curiosidade, porém, também não ia continuar a o mirar. Desviei meu olhar rapidamente, demasiado constrangido por o encontrar a me fitar. — Mas agora não quero falar mais sobre ele. Que tal você me falar sobre Yoongi? O que se passa com vocês os dois, hein?

— Não se passa nada, moleque! Porque acha isso??? — ele corou violentamente, me fazendo rir. — Aish, não me deixe assim. E coma! Ainda não tocou em seu prato. — sorri, Jimin era sempre muito preocupado e cuidadoso com seus amigos, e eu tinha sorte de ser um deles.

— 'Tabom, 'tabom. Mas depois quero saber de todos os pormenores, ouviu, menino Park?


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