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Taehyung

— O quê?! — eu e Jimin havíamos chegado há pouco tempo à escola e, esperando que as aulas se iniciassem, nos sentamos em uns banquinhos de jardim, observando os alunos chegarem ao estabelecimento de ensino e se encaminharem para dentro do edifício. Assim, qualquer pessoa que passasse por ali e ouvisse o tom em que o acinzentado falava, pensaria que eu tinha feito algo de terrível, ao invés de saber a verdade: eu contara a proposta que o mais velho me havia feito ao outro. — E você aceitou?

Não é que eu esperasse uma reação diferente da que ele estava tendo, afinal, Jimin não era, propriamente, o maior fã de Jeongguk. A sua expressão era de curiosidade e ansiedade, ele estava esperando que eu acabasse minha narração, e me recordei do resto de nossa — primeira — conversa pacífica na biblioteca.

— Não fique surpreendido, Kim Taehyung. — ele usou o meu nome completo, com uma pitada de deboche, e revirou os olhos — o Jeon de sempre havia voltado. No entanto, a minha reação era compreensível e totalmente válida. Não porque a proposta era estranha e deslocada, mas sim porque ele parecia estar sendo sincero, coisa que não era da natureza do Jeon. No entanto, minhas suspeitas de que isto era apenas um plano para ele me tramar ou humilhar novamente vieram à tona, e eu questionei.

— Você está falando sério? — minha voz era baixa e calma, apesar de meu coração bater em meu peito em um misto de medo e ansiedade. Estava tão interessado no modo como aquele pedido havia saído, natural e informal, que pisquei os olhos, tentando confirmar que o rapaz à minha frente era, realmente, o Jeon que eu conhecia. — Não brinque comigo. Sabe que se você fizer asneiras mais uma vez, Jimin vai dar cabo de você.

— Não poderia estar falando mais sério. — ainda sem estar convencido, minhas sobrancelhas se arquearam, ele parecia desesperado para que eu aceitasse o seu acordo de tréguas. Meu olhar o interrogava, silenciosamente, o porquê de tudo isto, e ele pareceu perceber esse facto, visto que, no momento seguinte, revirou os olhos e respondeu. — Olha, primeiro, eu daria cabo desse baixinho em um piscar de olhos. — eu revirei os olhos, apesar de ter de concordar. — E segundo, estou-me fartando desse nosso joguinho de gato e rato, normalmente, ele não dura muito, porque eu sempre ganho no início... — eu cruzei os braços, convencido, e esbocei um sorriso do mesmo cariz.

— Ah, então, quer dizer que o bravo, imbatível e invencível Jeon Jeongguk, — exagerei nos adjetivos, desfazendo meu descruzar de braços e concebendo uma pose teatral, me inclinando em sua direção. — quer tréguas com um novato? — sua expressão endureceu e, nesse instante, eu quis gargalhar, porém, mantive a pose séria e provocadora.

— Não abuse, Kim. Não pense que vamos nos tornar melhores amigos, inseparáveis para toda a vida. — ele colocou seu indicador em meu peitoral, me empurrando para trás, dado que estávamos próximos o suficiente. — Aliás, para provar que quero tréguas sérias com você, quero lhe convidar para vir assistir ao nosso jogo de basquetebol na sexta.

— Se quer saber, não sou muito fã de basquetebol, mas... o Bogum vai jogar? — esbocei um sorriso malicioso, em modo de provocação. Eu sabia que o mais velho não fazia parte da equipa do desporto mencionado — e nem sequer possuía interesse nele —, mas, porque não atiçar o moreno enquanto podia? Ele não iria me bater ou ofender agora e, se o fizesse, era a prova que eu precisava para saber se ele estava a mentir.

Jeon pareceu morder a parte interna da bochecha, trancando o maxilar e, deixando escapar um suspiro pesado, me fitou intensamente. — Não, ele nem sequer joga. Me surpreende o facto de ele não ter te contado isso, vocês dois andam tão coladinhos, até parecem namorados. — A sua resposta tinha sido tão madura, que a proposta começava a parecer real.

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