Preocupações

1.4K 156 54
                                    

— Izuku, eu quero que você me diga oque está acontecendo. - Bakugou perguntou irritado, mas não era raiva direcionada ao verdinho, era raiva natural e querendo ou não, preocupação com ele.

E Midoriya sabia disso.

— N-Não tem nada acontecendo. — Falou levantando levemente o olhar. Juntou as mãos em sinal de nervosismo. — Eu... Eu preciso ir agora, a aula já deve ter começado. — Falou baixo, logo de indo em direção a saída, porém foi barrado pelo loiro.

— Claro que tem algo aconteceu! Porra Midoriya, você simplesmente sumiu! Não mandava mais cartas, mensagem, não me ligou mais, não deu nem uma caralha de satisfação depois! É claro que tem algo errado. Além depois, você simplesmente aparece e finge que nunca nos vimos na vida. — Desabafou tudo que tinha que falar. A voz saia alta e grave, claramente irritada, mas com uma boa de de preocupação nas entre linhas. — E... — Suavizou um pouco, encarando o esverdeado nos olhos. — Esse sorriso, eu sei que ele é falso, eu sei que você não quer sorrir assim. 

— Eu... — Começou baixo, encarando o chão, mesmo assim ganhou a atenção do outro, que já esperava uma resposta. — Eu tenho que voltar pra aula, por favor. — Disse com a voz um pouco trêmula. Ele queria chorar? 

Percebendo isso, o loiro o deixou ir, porém tentaria de novo mais tarde. A voz dele saiu trêmula, parecia assustado. Agora mais do que nunca, Bakugou sabia que tinha algo errado, mas viu que Midoriya não falaria de jeito nenhum, pelo menos, não por enquanto. Iria reconquistar a confiança dele. 

Deu um suspiro cansado e meio decepcionado, logo de retirando e indo em direção a sua sala.

— Agora é aula de matemática, né? Porra... - Sussurrou baixinho e irritado pra si mesmo. Fazendo todo resto do percurso resmungando baixo apenas para si.

* * * 

— Tô te dizendo cara! Baratas são sim, os verdadeiros demônios que guardam o inferno! Não é possível! Como a porra de uma barata vai me seguir da porra da cozinha pra merda do meu quarto!? — Kirishima reclamava alto no carro. Estava indignado por algo banal que Bakugou não estava prestando atenção. Sua mente vagava por outros caminhos. Mas tinha que admitir que Kirishima engraçado, agora só não era o momento. 

Percebendo isso, Kirishima deu uma leve pausa na sua fantástica história de vida, para encarar o loiro ao seu lado. — Brô, tá tudo bem?

— Depende do seu bem. Fisicamente eu tô perfeito e lindo como sempre. — Disse convencido e Kirishima revirou os olhos em diversão, resmungando um "iludido". Mas logo o loiro continuou, porém mais sério. — Porém minha cabeça tá super fudida.

— E qual seria o motivo? 

— Eu falei com o Midoriya hoje. — Disse em desânimo. Visto que não conseguiu tanto coisa como queria.

Kirishima virou rápido pra ele. Estavam com o carro estacionado, então não tinha problema conversar com o loiro.

— E oque ele disse? Conseguiu algo importante? Vocês se comeram? — Perguntou curioso, querendo a resposta e rindo ao ver a cara de Bakugou ao ouvir a última pergunta.

— Seu imbecil de merda! — Gritou irritado. Respirou e inspirou para tentar de acalmar. — Isso é sério, Kirishima.

— Sério? Tipo, sério mesmo? — Bakugou assentiu com a testa franzida. — Ok, me diga oque aconteceu.

— Não foi muita coisa, tipo, ele não falou praticamente nada. Mas o jeito dele...

— Tinha algo de diferente no jeito dele?

— Totalmente diferente! Com certeza não era o mesmo Midoriya que eu conheci, ele parecia assustado.

A conversa saia de forma cautelosa, principalmente por Bakugou. Pensavam em possíveis hipóteses do motivo daquela confusão.

— Você me disse que ele parecia assustado, né? — Bakugou assentiu. O ruivo estava pensativo, queria ajudar seu amigo nisso. Não era tão próximo de Midoriya, mas pelo que Bakugou falava, ele parecia ser legal. De repente uma ideia brotou em sua cabeça. — Vigilância!

— Vigilância? Como assim seu idiota?

— Se ele estava assustado mas não quis contar pra você, talvez ele tivesse medo de alguém que não deveria descobrir, ficar sabendo disso. — Disse de maneira simplista, logo voltando a comer as batatinhas que foram ignoradas durante a conversa. — Pensa bem, ninguém some do nada, se algo aconteceu mesmo, isso está relacionado a outras pessoas. Ele não deveria ficar assustado por nada. Poderia ser timidez, mas isso deixa as pessoas nervosas e não tão assustadas como você descreveu. — Disse encarando a frente, ainda se entupindo de batatinhas.

"Kirishima você é um gênio!". Bakugou comentou mentalmente. Jamais admitiria isso.

— Anda, pode falar, eu sei que você está pensando que eu sou um gênio. E eu sei que sou. — Deu um sorriso convencido.

— Vai se fuder cara! — Gritou irritado.

— Tá afim de um açaí? Eu tô afim de um açaí. É, vamos tomar um açaí. — Kirishima disse com um sorriso de idiota, ignorando os palavrões de Bakugou ao seu lado, logo dando partida no carro.

* * * 

O sol já estava se pondo, aos poucos a bela mãe da noite já começava a assumir seu posto de trazer a bela luz noturna.

Midoriya encarava esse linda troca de postos pela janela de seu quarto. Apreciava a mistura de cores do horizonte, tão lindos. Era uma beleza que nem mesmo os mais talentosos pintores poderiam reproduzir. Se perguntava se algum dia poderia apreciar essas maravilhas do outros lugares. Pensava em tudo que já havia passado, todas as dores, se permitiu chorar. Sim, naquele quarto, ondem não tinha ninguém, se permitiu chorar bastante. Por que ainda lutava? Qual era o sentido de continuar vivo?

 Mas logo foi tirado de seus pensamentos ao ouvir a porta de abrindo de forma rápida.

Tomou um susto, mas assim que viu quem era, deu um enorme sorriso. Aquele sim era um sorriso verdadeiro. Enxugou as lágrimas.

— Deku-niisan! Vem, vem! Tem algo que eu quero te mostrar lá no jardim! — A garotinha pulava empolgada e alegre.

— Já estou indo, Eri. — Disse calmo, se aproximando da pequena. 

— Você estava chorando? — Ela perguntou, claramente preocupada. — Foi ele não foi? Foi aquele monstro de novo! Eu vou acabar com... - Ela falava determinada, dando saquinhos no ar. Midoriya sorriu de leve com isso, mas logo a cortou.

— Não, você não vai fazer isso. — Pegou ela no colo. — Eu estou bem, não se preocupe tanto, ok? 

Ela assentiu com a cara emburrada em um bico. Midoriya riu de leve outra vez, riu gentil e alegre por ela. Colocou a pequena no chão, logo a seguindo até o pequeno jardim que ficava nos fundos. Naquele momento se lembrou por que ainda não havia desistido, e porque ainda continuava lutando.

================================

Hehehe, sim eu postei rápido porque eu já tenho essa estória escrita. Não toda, mas até uns 13 capítulos se não me engano, pois também estou postando ela no Spirit e como comecei lá, estou bem mais avançada kkkkkk então irei postar aqui aos poucos, não acho que vale a pena postar tudo de vez. Só isso mesmo, bjs e até o próximo capítulo!

Sorriso FalsoOnde histórias criam vida. Descubra agora