Respostas

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— Então você vai na casa dele hoje às 17:00? — Kirishima questionou do outro lado na linha.

— Isso mesmo, ele disse que vai me contar tudo. Sinceramente, eu estou preocupado, e não é pouco. — O loiro disse em seu tom de voz irritado. Queria saber oque estava acontecendo de fato, mas parecia que a hora não passava, já que ainda eram 13:40. 

— Por que está tão preocupado? —Bakugou franziu o cenho pronto pra questionar, mas Kirishima interrompeu antes. — Digo, não que não seja importante, mas não deve ser algo tão... Como posso dizer, sério assim, tipo os dos filmes sabe.

— Acho que entendi. — Na verdade, não tinha entendido muito bom, por isso sua cara de confusão e irritação eram cômicas. — Mas você não viu o olhar dele, Kiri. Ele parecia está realmente assustado. — Disse em tom baixo a medida que se recordava dos olhos verdes banhados em lágrimas. 

Kirishima mordeu o lábio do outro lado da linha, tentando não se incomodar com o sentimento de tristeza que ia se alastrando em seu peito. Queria que Bakugou fosse feliz, mesmo que não fosse com ele, mas a sensação de ciúmes era inevitável. Respirou fundo.

— Mas se esse negócio todo realmente for muito sério, e realmente estiver acontecendo algo como nos filmes. — Ambos riram um pouco por causa da comparação para tal assunto. — Só quero que você tome cuidado, birinbinha. 

Katsuki sorriu sincero com aquilo. Ter um melhor amigo em que podia confiar era uma das melhores coisas que já havia feito na vida. Kirishima era, e sempre foi como um irmão pra ele. 

— Pode deixar, irmão. — Disse determinado, arrancando um sorriso do avermelhado do outro lado da linha.

Ambos desligaram o telefone. Bakugou voltou a deitar na cama, encarando o relógio com ansiedade explodindo em seu peito. Hoje seria o dia em que finalmente teria respostas para tudo. A confusão que estava em seu peito não parava. Queria acreditar que não era nada tão sério, mas tudo indicava ao contrário. E se realmente fosse algo envolvendo alguma coisa como crime, estava pensando seriamente em envolver a polícia nisso. Mas pra isso precisaria de provas. Teria que convencer Midoriya a dar um testemunho e-

Espera, ele realmente estava pensando nesse possibilidade? Tipo, era impossível, não é? Esse tipo de coisa não poderia acontecer. Nada do tipo nunca aconteceu com ambos, então não aconteceria agora. Mas... talvez fosse isso que eles chamavam de vida, não é? Desafios e tragédias da vida. O fato era que, Katsuki já havia visto tanta tragédia nos jornais, na internet, nas notícias. Mas ele nunca pensou na possibilidade disso acontecer com ele ou alguém próximo. Talvez essa fosse a pegadinha da vida. Nós sempre vemos oque acontece com as pessoas, mas ninguém nunca pensa na possibilidade de algo acontecer com a gente. É... era uma questão que deveria pensar mais vezes. Mas já que essa possibilidade realmente estava a prova, deveria se preparar para oque der e vier! E faria isso, com toda certeza faria!

* * * 

Kirishima andava pelas ruas da cidade, destraido. Não estava com cabeça para muita coisa. Não queria bancar a dama abandonada, mas era inevitável. Nunca pensou que amor poderia machucar tanto. Merda, se sentia aquelas garotinhas de filmes clichês, que faziam de tudo para impedir que a mocinha ficasse com o galã. Será que seria muito ruim se ele passasse a ir de rosa pra escola? Riu e fez uma careta com o pensamento dele todo vestido de rosa e indo falar com Midoriya algo tipo "Você roubou meu namorado, agora eu vou acabar com sua vida social!". Aí do nada teria umas meninas atrás dele e quando ele falasse, "Vamos meninas!" jogaria o cabelo igual uma diva e dariam toquinhos de patricinhas. Não era atoa que Katsuki dizia que ele tinha uma imaginação fértil.

Katsuki...

Merda! Balançou a cabeça rápido querendo tirar o loiro da cabeça. Ah sim! Faria isso, a partir de hoje, Kirishima nunca nem viu esse tão de birinbinha! Talvez se ligasse para alguns amigos ele...

Sorriso FalsoOnde histórias criam vida. Descubra agora