Vida

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Uraraka tinha as mãos na boca, segurando de forma falha as lágrimas que escorriam em abundância pelo seu rosto. Não podia acreditar no que estava ouvindo. Izuku tinha sido... Tinha sido... 

Não conseguia ao menos falar, não queria acreditar nisso. Viu os olhos banhados em lágrimas de Izuku também. Mas oque mais a machucava, era saber que sua suspeita sempre esteve certa. Sim... Ela nunca descartou a possibilidade, mas sempre a empurrava para o canto mais escuro de sua mente. Pensava aquilo como algo impossível, nunca pensou que isso realmente estivesse acontecendo. 

Com os braços trêmulos, se aproximou de Midoriya, o puxando para um abraço apertado. Precisa abraça-lò, o mesmo retribuiu de imediato. Precisava saber que ele ainda estava ali, com ela. Ouvir aquela história, ouvir tudo que ele tinha passado, saber que poderia ter perdido seu melhor amigo várias e várias vezes a deixava devastada.

— Izuku... Eu, eu... Sinto muito, eu nem sei oque... — Ela começou, apertando mais o abraço no esverdeado, deixando mais lágrimas rolarem assim como ele. — Desculpa... Desculpa por nunca-

— Não peça desculpas, nada disso é culpa sua, nem de ninguém aqui. — Ele falou, e embora sua voz não estivesse tão trêmula quanto a da amiga, era óbvio o quão destruído estava. Ambos estavam com a cabeça no ombro um do outro, chorando baixo e ao mesmo tempo se consolando. Era uma cena bonita de se ver, e ao mesmo tempo, uma cena coberta de tristeza.

Bakugou apenas observada a cena em silêncio, deixando os dois amigos terem o tempo necessário. E, embora tivesse a expressão de indiferença, se sentia feliz por ver como Deku estava agindo. Tantas pessoas no lugar dele já teriam desistido. Era incrível como aquele esverdeado era forte, tão forte que aguentou todos aqueles anos, sem nunca falar com ninguém a não ser a irmã, que por sinal era outra pessoa muito forte. Tudo que ele havia passado... Não queria ver ele assim, não queria ver seu Deku derramar aquelas lágrimas que mostravam com clareza a profundidade de suas cicatrizes. Observou como eles tinham encostado a testa, ainda soltando pequenas lágrimas. Em outras ocasiões, sentiria ciúmes, mas naquele momento, o sentimento de alívio por vê-lo se abrindo era muito maior. Assim que ambos se separaram, Bakugou se aproximou de Midoriya, também lhe dando um abraço, esse que se aconchegou no mesmo.

— Bem... Eu realmente não sei oque dizer nesse momento. Mas, eu posso afirmar que eu não vou descansar até colocar aquele filho da puta, atrás das grades. — "Isso se eu não mata-ló antes". Terminou em seus pensamentos, com raiva. Viu Midoriya se afastar, para encarar ele e Uraraka.

— Eu... Nem sei oque, eu nem sei como posso retribuir por vocês estarem do meu lado, mas... Por favor, não se ponham em perigo por minha causa, se algo acontecer, eu... — A voz quebrava mais e mais aos poucos, porém foi interrompido pela amiga, que embora ainda abalada, se acalmou um pouco.

— Nada vai acontecer, eu prometo. Nós não vamos deixar. — Falou determinada e com um leve sorriso ao final. Izuku sorriu de leve também.

— Obrigado... 

Katsuki se aproximou, segurando o rosto dele com cuidado, bem, cuidado ao seu jeito.

— Não agradeça, Deku. Nós estamos aqui por você. — Falou com voz carregada de frustração, mas era normal, e mesmo que não parecesse, Izuku sabia que tinha preocupação e cuidado nelas.

Embora quisesse ficar mais tempo, Ochako sabia que Midoriya estava em boas mãos, além do mais, se ficasse mais tempo, poderia estragar o clima do casal, digamos assim. Por isso, deu mais um abraço em Midoriya e disse que estaria lá dentro.

Ambos se encararam novamente, os olhos refletiam os sentimentos de ambos. Embora o loiro quisesse sim, se aproximar mais, além de abraços, maastinha receio de fazer algo que não queria, trazer sensações ruins ao esverdeado, mesmo que sem querer. Podia ver pelas roupas de gola alta não era por ter frio, já que a temperatura estava até quente, mas sim, escondiam algo muito mais triste do que muitos podiam imaginar.

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