PANDEMIA, QUARENTENA E... JOE

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Olá amigos leitores!

Quanto tempo de ausência desse adolescente desajeitado e querido, mas em tempos de Pandemia precisei renovar tanto em minha Profissão de Professora como no meu canal "Escreveu e ninguém leu?" que é um Projeto recente, mas... não poderia deixar de contar o que nosso amigo Teddy vivenciou dentro desse cenário que nosso País está passando em pleno aniversário de sua mãe.

Então coloquem suas máscaras, passem álcool em gel nas mãos e vamos rir um pouco dessa confusão? Com respeito claro (rs).

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É Diario... ter amigos é um alento nesses tempos críticos onde colocar os pés para fora do portão pode ser uma missão árdua. Cheguei a imaginar porque não aprendi Parkour ou ginástica olímpica, visto que não tocar em certos ambientes necessita-se de, no mínimo, malemolência descomunal.

Minha mão já viu tanto álcool em gel e sabão que finge demência quando mamãe chega com sacolas de compra do mercado ou quando precisa abrir a porta de madeira da sala onde o simples ato de girar a maçaneta levanta um questionário de crime de série investigativa tortuosa e extensa sobre quem a girou pela última vez.

Papai está em sistema de home office, Aninha e Carlos infelizmente não estudam em colégio interno pra ficarem resguardados como múmia em sarcófago e minha mãe está rodiziando em seu trabalho onde cumpre um dia presencial e dois dias reclusa em seu nada harmonioso lar.

A briga pelo único computador da casa - visto que o notebook de Carlos sofreu queda livre na última briga com a namorada que ele achava que tinha, descontando sua frustração no pobre objeto de teclas e funções fundamentais à vida moderna, virando apenas um canalizador de emoções torpes de um quase adulto frustrado - nos fazia criar um ambiente de faroeste em nossa humilde residência.

Como boa organizadora minha mãe criou uma planilha de uso de acordo com os dias e horários necessários a cada membro familiar, mas não contávamos com o sujeito mais folgado que a largura da calça do meu tio Jacinto: o Joe.

Um hóspede repentino e nunca desejado, mas um inquilino que deita sobre a cama da bondade e piedade de minha família que acham que não ter pais presentes é uma tortura. Sempre me imagino dizendo corajosamente que ter família nem sempre é glória, mas também me imagino correndo depois e já me canso.

E hoje não foi diferente, mas devo admitir que dessa vez fora convidado. Como um bom cozinheiro queimei um ovo cozido, mas arrumei de achar que poderia fazer um bolo surpresa para o aniversário de mamãe.

Imaginei nesse cenário que meu amigo travesso e sereno morando mais sozinho do que em companhia da mãe, tinha bases gastronômicas para me orientar. Foi então que descobri o quão errado alguém pode estar por tomar como óbvio algo baseado em senso comum.

Com a casa livre - visto que papai, Aninha e Carlos foram buscar o presente de minha amada morada por nove meses antes de chorar de tristeza de nascer no Brasil e não na Suíça e minha própria mãe fora visitar minha tia moribunda - e diga-se de passagem que não deveria, pois estamos em quarentena, mas como mamãe acredita que gente moribunda não visitada pode te visitar à noite se arriscou - acreditei que quem abrira a porta fora meu cabuloso amigo. Me senti frustrado quando confirmei, já que sempre há a possibilidade de ser alguém melhor.

Olhei para os pés do depravado e levei a mão à boca ao observar a prova do crime: os sapatos que caminhou do seu portão até minha casa ao lado estavam tocando solo bisuntado de desinfetante de limão silvestre.

Dei vários tapinhas frouxos no inescrupuloso por sua ação infortunia e sádica. Minhas narinas se fecharam como se o vírus já tivesse me tomado sem pagar aluguel.

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⏰ Última atualização: Jun 21, 2021 ⏰

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TEDDY O COITADINHOOnde histórias criam vida. Descubra agora