1 - Nowhere To Run

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Assisto Noah recuperar o fôlego enquanto me movo de um lado para o outro para ter certeza que não estamos sendo seguidos. Faço um movimento com as mãos indicando que ele deve se apressar e o vejo revirar os olhos, sei que estou mais tensa do que o normal, mas é apenas, pois nas últimas cinco noites a OPG têm de aproximado cada vez mais de nós, já não dormimos direito a duas noites. Sei que tanto eu quanto ele estamos exaustos, física e mentalmente.

Avisto uma construção à frente e cálculo mentalmente à distância até lá

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Avisto uma construção à frente e cálculo mentalmente à distância até lá. Por mais que seja loucura parar sei que precisamos, ou nem eu, nem Noah suportaremos mais um dia.Começo a descer a árvore e vejo Noah sentado no chão com as costas apoiadas na árvore a frente. Ele acena com a cabeça me perguntando se vi algo, assim que estou no chão me aproximo dele e começo a sussurrar:

- À uns 3 km sentido leste tem uma construção.

- Abandonada?

- Não sei dizer, mas mesmo que não esteja podemos nos esconder nós arredores, vai ser melhor do que ficar na mata.

- Eu sei, estamos expostos aqui. Mas se tiver alguma pessoa podem nos identificar Any, ai seria nosso fim.

- Ei - me aproximo dele e coloco a mão em seu rosto - Você sabe que nunca deixarei nada te acontecer.

- Eu sou o irmão mais velho Any - ele diz encostando a testa na minha - Você é minha responsabilidade, não o contrário.

- Cuidamos sempre um do outro lembra? - digo sentindo o coração apertado. Sei que Noah não se importa com a própria vida, por ele nem estaríamos mais no país e só de lembrar isso, me sinto ainda mais culpada. Sei que não estaríamos nessa situação se não fosse minha culpa, eu que insisti em ficar perto de nossos pais, as duas pessoas que eu mais amava na minha vida além de Noah, tudo para eles nos entregarem para o governo. Eles preferiram acreditar em uma organização do que em seus próprios filhos. Sinto meu estômago embrulhar com as lembranças de suas palavras, afasto esse pensamento porque no momento não vai ajudar em nada.

- Sempre um pelo outro.

- Agora precisamos mesmo ir - digo me afastando e pegando nossas mochilas, entrego a de Noah e coloco a minha em minhas costas. Sinto o peso de carregar a vida em uma mala, mas ignoro o sentimento e logo voltamos a correr.

Sinto o vento fresco da noite batendo em meu rosto enquanto meu corpo desvia de árvores e mais árvores. Sempre amei essa sensação, apesar de não ser uma pessoa ligada com a natureza, consigo me sentir livre aqui.

Percebo que Noah está ficando para trás, então resolvo diminuir minha velocidade para acompanhá-lo. Sei que o motivo de seu cansaço é porque mesmo quando deveria estar descansando ele ainda se mantém alerta. E sou extremamente grata a ele por isso, mas sei que não podemos continuar fazendo isso. Estamos correndo a dois anos, nos escondendo e apenas sobrevivendo. Eu detesto isso, são raros os momentos que nos sentimos seguros, o que dirá felizes, sinto que chegamos ao limite e tenho medo de onde essa exaustão vai nos levar.

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