Almost...

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Engoli em seco tendo seus olhos esmeralda grudados em mim. Tentei sorrir, mas eu estava muito nervoso para conseguir um bom resultado, ou seja, o sorriso se tornou uma careta estranha. Abaixei o olhar e vi que ainda estava com a gravata do uniforme. Levantei-me rápido e fui ai banheiro, retirei a gravata e voltei.

– Uhm... senta aí... – ofereci chegando para o lado.

Michael se sentou ao meu lado e o silêncio reinou de novo. Alex e Shane me olhavam com cara de “quem é?”.

– É... Alex, Shane, esse é o Michael; Michael, esses são Alex e Shane.

– Prazer. – Mikey falou naquela sua voz sex... Opa, Luke se controla, por favor!

Os meninos começaram a conversar entre si e eu apenas ouvia a tudo, nervoso demais para falar alguma coisa ou ao menos prestar atenção na conversa. Apenas bebia meu café desconfortavelmente, olhando para Michael de vez em quando. O que ele tinha feito comigo? Eu nunca fui de ficar calado ou envergonhado ou nervoso.

No fim do bate papo dos três eu já estava exausto e parecia que minha ressaca tinha aumentado ao invés de diminuir. Saí do Starbucks rodando as chaves do carro no dedo para fingir que eu estava bem. Alex e Shane se despediram de mim e quando eu fui entrar em meu carro Michael segurou meu cotovelo.  

– O quê? – perguntei confuso.

– Nada... Então, quer dizer que Luke anda com garotos do ensino médio?

–Qual o problema?

– Nenhum... Vai ter essa festa na casa do Calum sexta, quer ir?

– Uhm, não sei...

– Qual é Luke? É só uma festa na sexta.

– Qual o endereço?

– Toma. – ele me entregou um papelzinho e começou a andar. – Te espero lá. – ele gritou uma última vez e desapareceu.

Olhei o endereço no papel e quase caí para trás. Era longe pra caralho da minha casa e provavelmente a minha mãe não iria me deixar ir à festa de um estranho, sozinho. E o ônibus para ir até o bairro era caro tipo, uma fortuna. Eu nunca gastaria tanto dinheiro em uma passagem de ônibus. Dessa vez eu não iria à festa nenhuma.

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A semana passou num flash. Já era sexta e eu estava sentado em uma mesa na cafeteria da escola, todo mundo olhando para mim e tentando chamar minha atenção, mas eu estava muito chateado para prestar atenção nessas pessoas. O sinal tocou então fui direito para minha aula de biologia. Fiquei o horário inteiro mandando mensagens para Ashton, para ver se ele iria a essa festa. Claro que iria, que pergunta idiota!

Cheguei em casa como se um furacão tivesse passado por mim, deitei em minha cama e acabei adormecendo.

Acordei com alguma coisa em cima de mim. Tentei tirar o peso, mas não consegui então abri os olhos apara ver o que era. Ashton!

– Mas que porra é essa? – falei com os olhos cerrados por causa da claridade.

– Vamos Luke. Esqueceu da festa do Cal?

– Eu não vou Ashton.

– Como não? Vai sim, anda logo e se arruma, se você não estiver pronto em 10 minutos eu vou te lavar do jeito que você tiver.

Corri para o banheiro e tomei um banho, depois coloquei uma calça skinny com os joelhos rasgados e uma camisa do Coldplay, coloquei uma touca na cabeça e desci as escadas, só para voltar a subi-las para pegar minha carteira e meu celular.

Passei por Ash e peguei seu pulso o levando para fora de casa. Entramos no carro dele e logo já estávamos indo para a casa de Cal. O caminho todo ficamos cantando alto as musicas que passavam no rádio. Chegamos e um Michael muito bêbado nos recebeu. Ele sorriu quando me viu e passou o braço pela minha cintura.

– Lukeeeeeeeeeyy! – ele falou esticando o “e”.

– Michael, você já tá muito bêbado.

– Eu acho que sim!

– Você acha? Eu tenho certeza.

Ele riu e me puxou para dentro da casa. Peguei um copo de bebida e Mikey me levou até a pista de dança improvisada no meio da sala. Dançamos mais sensualmente que no pub e a cada toque eu sentia minha pele queimar. Logo já estávamos nos beijando e, por mais que eu tenteasse, eu não conseguia parar de pensar que aquilo era o certo e que o meu lugar era nos braços dele.

– Quer ir lá pra cima? – ele sussurrou no meu ouvido e uma onda de arrepios passou pelo corpo. Apenas balancei a cabeça afirmando e ele me puxou pelas escadas, abriu a porta de um quarto e entramos.

Não consegui distinguir bem o local, porque Michael, em menos de segundos estava me empurrando na cama e me beijando. Correspondi ao mesmo com a mesma força que ele. Passei meus braços pelo seu pescoço e ele retirou minha camisa. Quando eu ia retirar a sua seu corpo caiu sobre o meu e eu percebi que ele havia dormido.

Ah merda, o que é que eu tô fazendo?

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