Cheguei em casa vermelho e complemente abobado. Eu não sabia o que Mikey tinha, mas eu sabia que ele causava coisas em mim que mais ninguém havia causado antes. Deitei em minha cama e comecei a sorrir igual a um maníaco lembrando do nosso encontro. Eu não sei como dormi, mas sei que eu estava feliz e acordei mais feliz ainda quando vi uma mensagem de “bom dia” de Michael.
Fui até a casa de Alex e ele começou a falar de uma garota que queria me conhecer. Tentei recusar o máximo que pude. Eu não estava achando tão “perfeita” quanto Alex, mas eu não consegui fugir depois que ele falou:
– Para de viadagem e vai comer a garota! (N/A: É tão estranho colocar isso aqui! Mas isso é o que rola então...)
– Tá bom! – eu ainda não sabia o que eu sentia pelo Michael e continuava achando que eu hetero! Se Ashton ouvisse isso ele iria rir muito da minha cara.
No dia do encontro com a tal garota eu me arrumei um pouco, não sentindo a menor vontade de estar perfeito para ela como eu senti quando tive meu encontro com Mikey. Desci as escadas e fui direto para a cozinha, abracei minha mãe dando um beijo no rosto dela.
– Mãe, me dá dinheiro?
– Eu sabia que tinha alguma coisa que você queria depois dessa seção carinho!
– Vou sair com uma garota...
– Sério? – ela virou para mim e levantou uma sobrancelha.
– Sério.
– Eu tenho uma nora? – revirei os olhos e fiz cara de nojo.
– Deus me livre. – ela riu e apontou para a bolça. Peguei uma nota de cinquenta e guardei no bolso.
– Vou usar o carro.
Peguei as chaves e saí de casa. Estacionei o carro perto de onde eu iria me encontrar com a garota e quando eu cheguei no local senti alguém pousar uma mão no meu braço, me virei e uma garota loira e olhos azuis com um sorriso tímido estampado no rosto estava na minha frente.
– Oi, eu sou a Aleisha! – sua voz não era nenhum pouco o que eu esperava. Era muito baixa, muito suave e muito aguda. Não era o que eu queria ouvia. O que eu queria ouvir era totalmente o oposto. A voz perfeita era alta, grave e de suave não tinha nada. Forcei um sorriso no meu rosto.
– Luke. Vamos?
Aleisha sorriu e fomos até o cinema do shopping. Assistimos algum filme de romance que ela escolheu; no meio desse filme eu já queria sair correndo e vomitar tudo o que eu tinha comido na semana. Eu comecei a ficar com sono e dei graças a Deus quando os créditos começaram a passar. Saímos da sala de cinema e fomos até um café perto do shopping.
Eu abri a porta e um sininho tocou indicando que alguém tinha entrado no estabelecimento. Sentamo-nos em uma mesa perto da porta, eu estava com meus olhos grudados em meu telefone por baixo da mesa, checando se tinha alguma mensagem nova e Aleisha estava olhando para o cardápio. Um garçom chegou perto da nossa mesa e a voz que eu estava esperando para ouvir o dia todo encheu meus ouvidos.
– O que vão querer? – olhei para cima e vi Michael com uma sobrancelha levantada enquanto ele olhava para mim. Virou moda levantar a sobrancelha para mim?
– Chocolate quente pra mim, por favor. – Aleisha pediu.
– Café preto.
Ele saiu de perto da nossa mesa e foi até o balcão para entregar nossos pedidos. Quando ele voltou eu perguntei onde era o banheiro, apenas para que eu e ele pudéssemos conversar... sozinhos, sem Aleisha ou qualquer outra pessoa por perto. Ele me olhou com a expressão que dizia “ sério que você me perguntou isso?”.
– Por aqui. – ele disse depois de um tempo me olhando como se eu fosse idiota.
Chegamos no banheiro e ele ia voltar para o balcão, mas eu o puxei para dentro comigo. Soltei um suspiro e Micheal apenas se encostou à porta com os braços cruzados.
– O que foi Luke?
– Me salva Mikey.
– Como?
– Eu não aguento mais aquela garota.
– Ah! A sua namorada.
– Ela não é minha namorada. O Alex arranjou esse encontro e eu não tive como recusar.
– Era só falar a verdade.
– Que verdade?
– Que você é gay!
– EU NÃO SOU GAY!
– Não? Então porque você tá trocando saliva comigo?
– Eu... Não sei. Eu só...
– Por que você não volta pra sua namorada, Luke, e esquece que eu existo, já que você não é gay? – ele foi saindo do banheiro, mas mais uma vez eu o impedi e colei nossos lábios.
Ele não demorou muito para corresponder ao beijo e passar as mãos por minha cintura, me trazendo mais para perto do seu corpo. Um suspiro de felicidade escapou dos meus lábios quando quebramos o beijo.
– Tem certeza que é hetero?
– Tenho.
– Hetero de cu é rola, Hemmings. – ele sorriu e me soltou. – Tenho que voltar pro trabalho. Eu te ligo.
– Ok.
– Ah, acho que a sua namorada vai te odiar quando descobrir que você tá traindo ela com um homem.
– EU JÁ DISSE QUE ELA NÃO É MINHA NAMORADA.
Michael saiu do banheiro rindo e alguns minutos depois eu voltei para a mesa e me desculpei. Depois que saímos do café eu dei o encontro por encerrado inventando uma desculpa qualquer. Eu só queria ficar longe daquela garota.
Ela tentou me beijar, mas eu saí fora; depois ela tentou pegar meu numero, mas eu apenas fingi que não entendi e fui embora.
À noite meu telefone tocou e eu atendi de primeira.
– Alô?
– Hey Luke!
– Mikey...
– Só liguei mesmo pra falar pra você avisar a sua namorada que eu não vou desistir de você e que, com certeza, ela vai perder pra mim.
– JÁ DISSE QUE ELA NÃO É MINHA NAMORADA, PORRA.
Michael desligou o telefone rindo e eu dormi com um sorriso idiota nos lábios.

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Eighteen
FanfictionLuke era um garoto de 17 anos com a vidinha perfeita. Era o popular da escola, garotos e garotas dariam tudo para passar pelo menos cinco minutos ao seu lado. Para ele nada era impossível, até que uma noite Ashton, seu melhor amigo e um ano mais vel...