Murphy's Law

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(Nota da autora)

Olá!

Baseando-me na preferência de quem gosta da definição da exata da fisionomia dos personagens para mentaliza-los melhor ao decorrer da história (aka eu mesma rs), gostaria de dizer que escrevi o Gerard e o Frank mentalizando a aparência que ambos possuíam no Revenge (o corte de cabelo que tinham no clipe de "Im Not Okay" mais precisamente). O Mikey por outro lado, eu mentalizei com a aparência que tinha em Danger Days, a Era do cabelo loiro e tudo mais. O restante dos personagens que surgirem durante o desenvolvimento, eu me encarregarei de deixa-los detalhados o suficiente para que possam trabalhar bem a imaginação.

Dito isso, desejo-lhes boa leitura.

— Pâm :)

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(Frank)

A lei de Murphy é real pra caralho!

Eu estava tendo um dia horrível.
Primeiro eu fui demitido do meu emprego naquela lanchonete suja, depois expulso de casa, e agora para completar, eu briguei com a única pessoa que poderia me dar abrigo. Tudo isso e o sol nem estava poente ainda.

Era como se eu estivesse perdido, e embora conhecesse muita gente por todo canto de New Jersey, eu ainda me sentia sozinho. Eu sei que não posso buscar um teto na casa de ninguém, tenho consciência de que as pessoas te tratam bem e te consideram ótimo a partir do momento que você não precisa comer de suas comidas ou tomar espaço de suas casas. Eu sei que minha única solução seria ir morar com o meu pai na Itália, e embora a ideia de ir morar em outro país pareça excitante para algumas pessoas, para mim era uma grande lástima. O meu pai é totalmente severo com tudo à sua volta. Ele sempre sentiu puro prazer em mandar e desmandar, de estar no controle das coisas, e com isso, inclui-se minha vida.

Meu pai sempre se mostrou contra o meu amor e desejo súbito de trabalhar com a arte, de ter uma banda ou qualquer coisa que envolva o meio artístico e ganhar dinheiro com isso. Ele sempre disse que isso era patético e que eu seguiria os seus passos trabalhando como um advogado bem remunerado, dono de uma reputação zelosa.

Passei a ser violentamente desprezado quando comecei a andar com minhas próprias pernas e decidi que não seguiria as vontades de outra pessoa. Ele ficou três fodidos anos sem falar comigo por eu ter feito um piercing no lábio; não me ligava nos meus aniversários, não me mandava um cartão postal ou sequer uma mensagem desejando feliz natal. Era como se eu simplesmente não existisse mais. Não quero nem imaginar como reagiria ao saber que agora tenho tatuagens espalhadas por todo canto do meu corpo, tampouco o que faria se soubesse que fui expulso de casa pelo meu padrasto (que é basicamente uma cópia do meu pai, o que enfatiza o quanto minha mãe se atrai por babacas) por ele ter encontrado maconha no meu quarto.

E bom, o fato é que eu me encontro agora com uma mala e muita pressa, embora ainda estivesse andando sem um rumo por Belleville. O sol possuía seu tom alaranjado característico de quando estava próximo a se pôr, lembrando-me de que a noite estava cada vez mais próxima. O clima já começava a esfriar um pouco mais, fazendo com que se eriçasse a fina camada de pelos quase imperceptíveis por conta das tatuagens em meus braços descobertos pela camiseta preta e lisa. E quando eu pensei que não dava para ser pior, sinto o meu corpo se chocar contra algo... Contra alguém, melhor dizendo. Antes que eu pudesse raciocinar, caio bestialmente no chão, causando uma dor incomoda na cabeça e no quadril pela pancada contra o concreto ainda morno. A mala velha de pano com a alça levemente descosturada que se encontrava em minha mão, termina de rasgar de uma só vez, fazendo com que todas as minhas malditas roupas e pertences se espalhassem pela calçada de forma humilhante.

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