•Chapter 24•

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Adrien

Empurrei Lila assim que percebi que ela estava afrouxando o nó da gravata. Ela me olhou perplexa ao cair direto no chão.

— 'Tá maluco? Eu poderia ter me machucado! — se levantou com raiva.

— Tem razão, Lila — ergui as mãos para o alto, revoltado. — Eu estou muito maluco! Maluco por quase ter feito essa idiotice com você.

— Mas você queria!

— Não queria, não! Aconteceu por impulso. E isso não vai se repetir de novo.

— M-mas...

— Eu amo outra pessoa — franzi o cenho.

Ela riu em deboche e me encarou com as mãos na cintura.

— Ah, você a ama?

Não respondi, apenas cerrei o punho.

— Tenho certeza de que ela não quer nada com você — riu. — 'Tô sabendo de um carinha aí, que a propósito, fiquei sabendo que sua filha o ama como se fosse seu pai.

— Cale a boca! — rangi os dentes.

— Não acredito nisso, Adrien — apontou o dedo para mim. — Eu me humilhei aqui pra você, e é assim que você me trata? Ótimo!

Ela começou a andar de um lado para o outro pela sala, ainda com as mãos na cintura.

— Você é mesmo um cafajeste! — praticamente cuspiu as palavras.

Me levantei e caminhei até ela em passos firmes. Olhei no fundo de suas íris verde-musgo. Ela parecia um pouco atormentada com essa aproximação.

— Lembre-se que ainda sou seu superior! — grunhi.

— Um péssimo chefe! Péssimo amigo, péssimo pai, péssimo tudo! — Lila ergueu a mão para me bater no rosto, mas eu segurei seu braço no ar. Ela arregalou os olhos.

— E você é uma péssima funcionária — continuei olhando fixamente em seus olhos. — Está demitida. — falei calmamente, a soltando de leve.

Ela pareceu processar aquela informação por alguns minutos e fez um "o" com a boca. Franziu as sobrancelhas e cruzou os braços.

— Vou espalhar boatos sobre você, Adrien Agreste!

— Faça-o, e veja as pessoas rirem de você. — debochei.

— A imprensa se importa — um sorriso ladino brotou em seus lábios. — E você sabe melhor do que eu que eles só estão atrás de uma fofoca.

— Só quero que pegue suas coisas e o restante da sua dignidade e vá embora dessa empresa. — continuei com a expressão séria.

— Tudo bem, se é isso que você quer.

— É o que eu devia ter feito há três anos atrás.

Por um breve momento, sua expressão mudou de zangada para frustrada, mas apenas assentiu com a cabeça e saiu de minha sala, batendo a porta com força.
O dia seria cheio, e eu teria que arrumar uma secretária nova o quanto antes.

𝐀𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐓𝐞 𝐀𝐦𝐨 - MiraculousOnde histórias criam vida. Descubra agora