•Chapter 23•

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A empresa estava tranquila naquela manhã.

— Senhor Agreste, a senhorita Rossi pediu para que eu o avisasse que ela o aguarda em sua sala.

Acho que pensei cedo demais.

— Obrigado, Mylene. — acenei com a cabeça e ela sorriu fechado, voltando sua atenção para o telefone, que tocou.

Caminhei em passos largos até minha sala e abri a porta de supetão. Lila estava sentada em minha mesa com as pernas cruzadas e pareceu se assustar quando a surpreendi.

— A-Adrien — ela sorriu torto. — Não pensei que fosse chegar tão cedo na empresa — desviou o olhar.

— Pois é, Lila, acontece que eu tenho muito trabalho a fazer, então por favor, diga o que quer e saia de cima da mesa. As poltronas não estão aqui atoa.

Ela se empertigou e se saiu dali numa lentidão que eu pensei que ela estava com câimbra. Ela sorriu em deboche para o lado e deslizou o indicador pela madeira da mesa, passando a unha bem feita de leve sobre o material. Lila jogou a franja para o lado e me encarou, ainda com a mesma expressão no rosto. Ela então se aproximou de mim lentamente. Sua saia estava um pouco mais acima de seu joelho, e sua blusa tinha dois botões abertos, exibindo seu colo e parte de seu sutiã vermelho rendado.

— Sabe de uma coisa, Adrien? — espremeu os olhos. — Acho muito engraçado que a Marinette tenha voltado depois de tantos anos fora...ainda mais com uma filha que, até então, você não sabia que existia. — mordeu o lábio inferior, sorrindo. — E ainda assim, você está do lado dela. Impressionante.

— Isso não é da sua conta, Lila. Com todo o respeito. — suspirei. — E pelo que vejo, a Chloé te contou o que vou ontem.

— Somos melhores amigas — arqueou uma sobrancelha. — Compartilhamos as coisas.

Apenas fiz que sim com a cabeça, caminhando até minha mesa e colocando a pasta em cima. De repente, sinto as mãos de Lila em minhas costas, e deslizando até meu abdômen.

— Lila — grunhi. — Tenho trabalho a fazer. Diga logo o que quer e volte para sua sala. Depois vou te repassar todos os documentos para assinar e escanear.

Sinto um puxão agressivo na gola da minha camisa. Fiquei cara-a-cara com Lila. Ainda mantinha as mãos no colarinho da camisa social.

— Eu quero você, Adrien! Você não percebe?

Emudeci.

— Desde o dia em que nos conhecemos na aula de Educação Física! — quase gritou. — Sendo sincera, moda nunca foi a minha praia, Adrien — fungou. —, mas quando entramos na faculdade, eu vi que você achava incrível a Marinette fazer Designer de Moda, então fui fazer o mesmo no lugar de Medicina.

— Acho que você errou feio, bem aí.

— E você acha que eu não sei? — uma lágrima escorreu por sua bochecha maquiada. — Percebi um bom tempo depois que você a admirava porque ela sempre deu tudo de si, era o que ela amava de verdade! — fungou. — Eu sempre tive inveja dela, porque ela sempre teve tudo...e eu sempre fiquei pra escanteio.

Suas mãos ainda agarravam a gola, com força. Para ser sincero, não sabia bem o que fazer. Aquilo era verdade ou atuação? Eu nunca iria entender aquela mulher completamente.

𝐀𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐓𝐞 𝐀𝐦𝐨 - MiraculousOnde histórias criam vida. Descubra agora