No tempo de Deus

24 - Deus; cria em mim um coração puro.

- Você deveria ter me dito. - Disse Adriana andando de um lado para o outro, no quarto da irmã.

- E você queria que eu dissesse quando? No meio de toda aquela gente? Como, por Deus eu iria dizer que encontrei o pai do meu filho, por acaso no voo para o Tocantins? - Disse Ariane estressada.

- Mãe? - Chamou Paulo, batendo na porta.

- Entra! - Disse olhando de cara feia para a irmã.

- Vocês sabem, que a casa inteira está participando do particular de vocês, não sabem? - Perguntou ele, entrando e fechando a porta.

- Desculpa. - Disseram as duas sentando na cama. E olharam uma para outra, sorrindo.

- Bem melhor! - Disse sentando no chão de frente para a mãe. - Meu pai quer falar com a senhora.

Ela começou a tossir, Paulo correu para fora. Adriana bateu em suas costas, levantou seus braços, e a mulher só ficando mais vermelha e tossindo.

- Aí, papai! Se acalma mulher, tente respirar. - Ariane só tossia e olhava para ela com os olhos arregalados.

Paulo voltou com um copo d'agua, a dona Andreia veio correndo perguntando o que foi, seu Henrique também chegou.

- "Oh, Deus! O que eu faço?" - Pensava entre um acesso se tosse e outro. - "Ele quer falar comigo." - Mais tosse. - "Isso é se você não tiver uma síncope, com esse acesso ridículo de tosse." - Disse a se mesma em pensamento.

Conseguiu beber a água que o filho trouxe, e aos poucos foi passando o acesso de tosse.

- O que aconteceu? - Perguntou dona Andreia, aflita.

- Nada mãe. - Disse Adriana.

Ariane finalmente parou de tossir e todos se acalmaram.

- Depois quero saber de tudo. E deixe para falar com a mamãe depois que vocês conversarem, não vai caçar brigas desnecessariamente. - Disse Adriana no ouvido da irmã, e saiu levando os pais.

- Seu pai falou, o que quer falar comigo? - Perguntou nervosa, sentando na cama.

- Não exatamente. Ele disse: "Você acha que ela falaria comigo?"

Ele sentou ao lado da mãe, que passava os dedos pelos cabelos nervosa.

- As coisas não estão sendo fáceis para ele também, e não sei, talvez ele queira conversar sobre isso. E além disso, mais cedo ou mais tarde, a senhora vai precisar falar com ele.

- Eu sei, mas eu esperava que fosse mais tarde. - Refletiu um pouco. - Tudo bem, diz para ele me ligar.

- Mãe, ele me convidou para almoçar.

- Na casa dos seus avôs? - Perguntou alarmada.

- Acho que não, porque ele disse que seria só nós dois. Mãe está tudo bem! - Disse o filho sorrindo.

- Ok. Fé. Certo, seja o que Deus quiser. - Respondeu ela, sorrindo.

💔💔💔

- "Senhor não permita que o meu orgulho, seja maior que o meu amor pelo meu pai." - Pensou Pedro, batendo na porta do escritório do pai.

Não houve resposta, será que Ben estava equivocado, e o pai não estava no escritório?

Empurrou a porta.

- Oi pai! - Disse ao ve-lo. - Eu quero falar com o senhor, e por favor, me ouve por alguns minutos! - O pai cruzou os braços, encarando-o.