No tempo de Deus

43 - Deus não leva em conta os tempos de ignorância.

Ariane lia a bíblia, com os pais quando seu telefone vibrou, em cima da mesa.

- Não vai atender? - Perguntou o pai.

- Quando terminarmos eu retorno. Eu não atendo telefone, na hora da leitura da bíblia.

- Pode ser o Paulo. - Disse o pai.

- Não é papai, acabamos de falar com ele.

- Pode ser o Pedro. - Disse a mãe.

- Podemos voltar para a leitura da bíblia por favor! - Pediu Ariane.

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Pedro ligou para o filho.

- Oi pai. Tudo bem com a Tina?

- Graças a Deus ela está bem. Você comeu alguma coisa? Está tudo bem por aí.

- Sim. Já comi, e está tudo bem.

- Filho, você falou com a sua mãe? Ela não atendeu o telefone, e não me retornou ainda.

- Falei sim pai. Ela está bem. Talvez ela esteja lendo a bíblia, ou orando, ela não atende telefone nesses momentos. Espera que ela te retorna.

Pedro suspirou aliviado.

- Eu vou falar com o médico, e vou para casa em seguida tá bom?

- Não se preocupe comigo. Estou aqui ouvindo as histórias que os moradores tem sobre o senhor.

- Aí, Jesus! Tenho medo até de pensar nessas histórias.

Pai e filho riram.

- Até logo meu filho. Obrigado, por ter vindo comigo!

- Acredite pai, o prazer foi meu.

E desligaram.

Pedro foi procurar o médico.

O médico responsável pela internação de Tina não estava, ele falou com o médico plantonista.

- Qual o risco dela ter uma recaída?

- A recaída ela já teve, o problema agora é, se ela permanecerá limpa apartir de agora. Ela me disse que estava a mais de um ano limpa, mas no momento em que ela consumiu as drogas todo o esforço dela foi para o espaço. A vantagem é que agora ela sabe que consegue se manter limpa. Mas a questão é, ela quer permanecer limpa? Ela quer começar tudo de novo?

- Ela vai ter todas aquelas crises de abstinência? Vai ser todo aquele sofrimento para ela de novo?

- Não necessariamente. Ela está limpa de qualquer vestígio das drogas que ela consumiu, mas ela está medicada, então só quando o efeito das medicações passar, poderemos ver como ela vai reagir. Mas temos experiências de pessoas, que reagiram muito bem em situações como essa, mas infelizmente têm aquelas que não resistem e sucumbem.

- Qual o seu conselho profissional, para nós? - Perguntou preocupado.

- Meu conselho profissional é, procure a ajuda de um bom psiquiatra. Mas como eu vi, você orando com o seu amigo, eu vou te dar o mesmo conselho que eu dei a ele. Junto com o psiquiatra, apresente-a para Deus.

- Psiquiatra vai ser bem difícil!

- Foi o que o seu amigo disse. Mas existem profissionais exemplares, inclusive eu posso indicar uma, se vocês resolverem aceitar meu conselho.

- Ela também é cristã? - Perguntou interessado.

- Sim. Mas ela é profissional, e a religião dela não interfere na sua profissão. - Ele sorriu, como se lembrasse de algo. - Vocês têm a minha palavra. Aliás você sabe, que esse assunto tem que ficar entre nós, se meus superiores sonham que eu estou lhe falando uma coisa dessas eu perco meu emprego.