29 - As muitas águas não podem apagar este amor.

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- "Senhor me ajude a respirar, acalme o meu coração. Não permita Senhor que eu perca o foco, pois o Senhor sabe o que é melhor para mim, e me ajude como sempre o Senhor me tem ajudado." - Pensou, controlando a respiração.

Pedro a encarava, esperando ela digerir a novidade.

- Então você tem uma mulher? - Perguntou com o coração dilacerado.

- Não. Eu disse que eu morei com uma mulher, não moro mais. - Lembrou ele.

Pelo menos ela não saiu correndo e apesar de visivelmente desconfortável não parecia que iria ter uma crise de pânico.

- Entendo! - Disse ela balançando cabeça.

Ela o olhou nos olhos.

- E quando foi que você terminou com ela? - Perguntou serena.

- Na verdade, foi ela quem terminou comigo. Três semanas antes de eu viajar. - Respondeu humildemente.

- Quando o Paulo te ligou? - Perguntou intrigada.

- No momento em que ele me ligou, eu havia acabado de contar para ela sobre a existência dele. - Ela ergueu a sombrancelha.

- Ela não sabia que você era pai, não sabia que nós existíamos? - Perguntou erguendo a sombrancelha.

Ao perguntar isso, ela percebeu que também o escondera das pessoas, certo que nenhuma dessas pessoas dividia a cama com ela, sentiu ficar ruborizada e abaixou a cabeça.

- Ninguém aonde eu moro sabia, que eu era pai, filho de pastor, natural do Tocantins, nada sobre mim, até eu decidi que voltaria para cá.

- Uau! E quando ela soube que você tinha um filho, ela te deixou?

- Não, exatamente.

Ele olhou no fundo dos olhos dela, e ele se perdeu naquele olhar.

Ele costumava brincar com ela, que os olhos dela variavam, ora eram chocolate amargo, pois ficavam escuros quase pretos, ora chocolate ao leite pois ficavam marrons, a cor natutal deles.

E quando estava nos seus braços pareciam chocolate quente, pois derretiam e ficavam quentes e vibrantes, desviou o olhar antes que fizesse bobagem, e estragasse tudo.

- O problema não foi o Paulo. E não se preocupe eu jamais permitiria que qualquer pessoa ficasse entre mim e o nosso filho. - Disse tenso, cruzando os braços.

Ela fez o mesmo.

- Porque ela deixou você então? Se não foi por causa do nosso filho?

- Porque eu não fui capaz de garantir a ela que você era passado, que eu não sentia mais nada por você. - Sussurrou.

Encostando no banquinho e passando as mãos na cabeça, ela engoliu seco.

- Eu sinto muito, por te causar problemas. - Sussurrou ela.

- Você não me causou problemas. - Sussurrou ele também.

Ele inclinou a cabeça ao mesmo tempo em que ela, e foram na direção um do outro e suas cabeças se encontraram.

Nenhum dos dois se afastou, as pessoas que os observassem pensariam que se tratava de um casal de namorados.

- Eu gostaria de falar para você que fui fiel à garota da minha mocidade, mas infelizmente eu não fui. E eu lamento por isso, pois talvez eu a tenha perdido para sempre.

Ela ficou algum tempo em silêncio, refletindo.

- Apesar de eu não ter me envolvido com ninguém em todos esses anos, eu também não fui fiel ao garoto da minha mocidade.

No tempo de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora