70 - Entrega ao Senhor as tuas obras.

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O aniversário de Paulo foi dia vinte e dois, e por ser em uma terça-feira, foi decidido que seria comemorado no sábado. E na sexta-feira os convidados começaram a chegar.

Para Ariane era meio complicado receber pessoas, as únicas pessoas que recebia era da própria família e ainda assim nunca vinham todos de uma vez. E pela primeira vez Paulo teria toda a família reunida. Mas mesmo estando apavorada, tudo estava indo muito bem, naquela noite estava um clima agradável e todos estavam felizes, principalmente seu filho e naquele momento era o que lhe importava.

- Está mais calma, com toda essa gente correndo pela sua casa? - Perguntou Pedro em seu ouvido sorrindo, fazendo-a sorrir também. Ela estava na cozinha, sentada sozinha; naquele momento ela acreditava que era o único cômodo da casa vazio.

- Estou bem! As nossas mães não me deixam fazer nada! Mas eu estava pensando que de repente, parece que a nossa casa em Goiânia é pequena demais. - Disse sorrindo, no mesmo tom brincalhão que ele. Ele beijou sua bochecha e sentou de frente para ela.

- Possivelmente! - Disse pensativo. - Não teremos acomodações para todos os membros das nossas famílias, mas veja o lado bom da coisa! Não receberemos todos de uma só vez. - Ele brincou, mas ficou logo sério e uma tristeza passou pelo seu olhar. - Eu não sei como são as comemorações de aniversário dos meus sobrinhos, porque eu nunca participei de nenhum. - Abaixou a cabeça abatido, e ela cobriu a mão dele com a dela.

- Eles sempre entenderam a sua situação, e agora você poderá participar de todos os aniversários, e eu estarei lá com você. - Disse sorrindo, e ele apertou a mão dela e sorriu também.

- Obrigado! Todos eles estão muito felizes por você tê-los convidado e eu também! - Os olhos dele brilharam de um jeito que a deixou constrangida, ela ficou corada.

- E por que eu não os convidaria? - Perguntou confusa.

- Eu acho que meu pai ainda está esperando que você faça alguma coisa para afastá-los do Paulo. Parece que ele ainda não se perdoou por tudo o que te fez. - Sussurrou cauteloso.

- Pois vamos orar para que ele se perdoe, pois eu já o perdoei verdadeiramente. - Ele se inclinou sobre a mesa para beija-la, e no momento em que suas bocas se tocaram ouviram alguém entrar na cozinha. Sorriram ao reconhecer a voz de Jemima e continuaram a se beijar.

- Anrã! Deixa o papai ou o seu Henrique flagrar vocês dois nessa situação tão comprometedora; que um deles ou os dois ficarão aqui até terça-feira quando o Pedro for embora. - Disse ela passando por eles e indo até a geladeira.

- Ainda bem que não foi nenhum dos dois que entrou aqui, não é mesmo? - Argumentou Pedro sorrindo, se afastando de Ariane. - Eu vou levar o que vim buscar, antes que venham atrás de mim. - Ele foi até a geladeira e pegou uma bacia com carne temperada. Beijou a testa da irmã, deu um selinho na noiva e saiu.

- Senta aqui comigo um pouco! Ou tem algo em mente para fazer? - Perguntou Ariane.

- Nada em mente! - Exclamou sentando na cadeira que o irmão havia desocupado. - E tem mais gente do que o que fazer, e nossas mães não deixa ninguém fazer nada, elas estão competindo para ver quem agrada mais ao Paulo, coitado do meu sobrinho! - Disse sorrindo.

- Verdade! - Concordou também sorrindo. - E você minha querida como está? - Perguntou cautelosa.

- Eu estou bem! - Disse passando a mão pela mesa. - Um dia após o outro. Ainda acordo no meio da noite assustada, apavorada, mas estou melhorando. Segui seu conselho e procurei a Vick amiga da Claudia, ela tem me ajudado muito.

- Você ainda voltou a vê-lo?

- Graças a Deus não! E o seu pai conseguiu com que não nos vejamos quando formos assinar o divórcio.

No tempo de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora