Capítulo 05

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          Um beijo calmo que com o decorrer do tempo foi criando força e intensidade. Beijávamos no mesmo ritmo e eu não queria parar de jeito nenhum. Ele também parecia não querer parar, mas quando tentou se afastar, eu o puxei de volta continuando aquele beijo maravilhoso, que explorava cada parte da minha boca de uma maneira deliciosa.

           Eu já fui par romântico do Poncho... Mas naquela noite tudo estava diferente! Se ele fazia aquilo interpretando, imagino como é quando ele está apaixonado. Fiquei imaginando como eu fiz tanto tempo um par romântico com ele? Como eu não confundi as coisas? Ele tinha muita pegada! Eu nunca percebi isso nele!

           Foi então que fomos nos afastando e continuamos com os olhos fechados e as bocas bem próximas.

           Abri os olhos devagar e como em sintonia, ele fez o mesmo e sorriu pra mim.


         - Não sei se deveria dizer isso, mas...seu beijo é... é... Delicioso! - ele disse.

         - Magina Poncho... não diz isso... E... não era bem esse tipo de beijo que estava no nosso trato! – eu disse na intenção de quebrar o clima.

         - Mas é a verdade! Foi tão...bom! Você é realmente perfeita! – disse como se estivesse encantado.

          - Para Poncho! – disse sem graça, não sabendo se deveria dizer isso para ele. – Aliás, acho que não estou em condições de receber suas cantadas, que por sinal, são desnecessárias longe do Velasco.

               Ele riu e me puxou e colocando a mão na minha nuca, me puxou para mais um beijo. Fiquei sem saber o que fazer. Aliás, eu sabia BEM o que fazer: simplesmente beijá-lo. Era tão gostoso, tão envolvente, tão encantador. A língua dele deslizava na minha boca de encontro com a minha. Eu sentia sua mão apertando minha nuca e a outra mão segurando minha cintura puxando cada vez mais pra perto dele, se é que isso era possível.

        Minhas mãos pousavam em seus ombros e por vezes eu colocava por trás da sua cabeça entrelaçando meus dedos para que ele não saísse de perto de mim tão facilmente.

         Que interpretação era aquela tão apaixonante?

         Paramos o beijo com um selinho demorado. Ele ficou meu olhando no fundo dos olhos. Um olhar tão penetrante que eu estava ficando sem armas nenhuma.

          - Cadê o beijo técnico? – falei novamente na intenção de cortar o clima. Aquela interpretação estava boa demais para uma solteira carente que nem eu.

           - Pois é... também não vi da sua parte! – disse soltando uma risada.

           Ele segurou meu rosto dando mais um selinho.

          - Isso que dá ser tão linda!

          - Daqui o Velasco não consegue ouvir isso! – soltei uma risada também.

           Olhei para a mesa e Velasco não estava lá. Nem ele e nem a Ludmila.

            - Cadê o Velasco? - falei.

             - Não o vi saindo... - ele disse. - Será que foi embora?

             - Vamos perguntar para o Christian. – puxei Poncho pela mão e fomos até a mesa. Eu tinha bolado o plano perfeito, não era justo ele ir embora com aquela loira oxigenada.


           Chegamos na mesa e Christian já não nos olhava com bons olhos. Eu e Poncho sentamos nos lugares vagos.

           - O que houve Chris? Porque está com essa cara? -perguntei.

             - Vocês não acham que é maldade o que estão fazendo com o Velasco? Poxa, tudo bem que ele te largou Anahí, mas precisa maltrata-lo desse jeito?

            "Tudo bem que ele te largou"? - Que espécie de amigo era o Christian?

             - Mesmo que vocês dois estejam juntos agora, ele é seu ex Anahí! Podia ser mais discreta na frente dele! - Christian falou nervoso.

              - É que... Sei lá, eu queria que ele sofresse um pouco de ciúmes... Mas...o que houve afinal?

                -  Desde que a gente sentou aqui ele começou a afogar as mágoas, dizendo que a melação de vocês dois estava sendo uma tortura pra ele, que ele se arrependia por tudo que ele fez...Aí quando vocês se beijaram foi o ápice! Ele começou a chorar! Nunca imaginei aquele homem chorando...

               - Chorar? – disse eu animada, era exatamente aí que eu queria chegar. – Mas e a menina que está com ele? Não ficou com ciúmes?

              - É só uma amiga mesmo... Saiu com ele pro jardim pra ele desabafar um pouco...

              - Eu vou lá falar com ele... – eu disse, já levantando. 

              Eu levantei sem pensar, mas assim que eu olhei para o Poncho, ele estava com o olhar perdido, como se estivesse pensando.

              - Tudo bem se eu for lá Poncho? – perguntei mesmo sem entender o porquê de estar fazendo isso.

              - E porque não? – disse um pouco seco.

             Sem dizer mais nada, eu sai para o jardim procurar Velasco. Mas enquanto andava vinha na cabeça tudo que havia acontecido naquela noite com o Poncho, principalmente o beijo.

          Aquele beijo foi delirante, deixando um gosto de quero mais. Algo em mim dizia que eu devia parar, dar meia volta e dizer para Poncho que era besteira pensar no Velasco àquela altura do campeonato. Que de todas as formas, ele era mil vezes mais encantador que qualquer outro cara que já tive na minha vida.

           Foi então que lembrei da sua segunda condição: "Não se apaixone por mim", foi um aviso totalmente indispensável! Ele se garantia e sabia o quanto era bom e suficientemente sedutor a ponto de eu me iludir com sua lábia e com seus carinhos. Mas porque ele tinha que ir tão longe? Interpretar tão bem?

           Se bem que não posso julgá-lo! Ele me preparou pra tudo! Disse que eu iria me apaixonar, confundir sentimentos, intenções e tudo mais que agora estava girando na minha cabeça.


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oieee!!

Agora Anahí está confusa! E as condições? como ficam??

Obrigada pessoal!!!

Beijooos



Uma noite inesquecível (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora