capítulo 15

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GABRIELA

— Senhora Gabriela Silva — a enfermeira chama por meu nome. — Pode me acompanhar? O doutor já irá atendê-la.

Sigo a mulher até a sala onde o médico está atendendo. 

— Boa tarde, Gabriela — ele cumprimenta assim que entramos, indicando a cadeira para que eu me sente. — O que a trouxe aqui?

— Boa tarde! Eu quero que o senhor me receite um anticoncepcional — peço. — Já faz muito tempo que não faço uso da pílula, e gostaria que me indicasse a melhor opção.

— Claro. Qual a data de sua última menstruação?

Tento puxar na mente, mas não consigo me lembrar. Então digo uma data qualquer:

— Há mais ou menos três semanas, doutor. Não me lembro o dia exato.

— Ótimo! Precisa de mais alguma coisa, Gabriela? — diz, escrevendo em alguns papéis.

— Se não for abusar muito, eu gostaria de fazer alguns exames. Tenho me sentido muito indisposta ultimamente e desconfio que seja minha taxa de glicose ou colesterol alto. Tenho exagerado nas besteiras — explico. — Eu sei que o certo seria me consultar com um clínico, mas já que estou aqui, e se não for nenhum importuno para o senhor...

— Sim, eu posso te passar os exames. Mas quando estiverem prontos, leve-os ao clínico. Ele saberá como te orientar — aconselha, e assinto em concordância enquanto ele continua fazendo anotações. — Há quanto tempo não vem ao ginecologista, Gabriela?

— Minha última consulta foi há seis meses.

—  Vá até lá, tire suas roupas e deite na maca. Vou te examinar — pede sem me olhar. Mesmo achando que não tinha necessidade de ser examinada, eu faço o que ele mandou. — Quando foi mesmo sua última menstruação?

— Há três semanas, doutor — repito.

— Você tem certeza?

— Sim... eu tenho.

Ele se aproxima e me examina por poucos minutos antes de dizer: 

— Pode se vestir, e por favor, quando tiver seus exames em mãos traga-os para mim.

— Doutor... não é para eu procurar um clínico? — pergunto.

— Caso necessário, eu a encaminho para um clínico. Mas acho que seu retorno será comigo, mesmo — diz ele, me entregando os papéis dos exames. — Ah, e... espere seus exames chegarem para depois começar o uso da pílula.

Saio da sala do médico acompanhada da enfermeira, que me leva para colher os exames. Nada muito demorado. 

— A senhora vai esperar os resultados ou quer que os envie por e-mail? — pergunta a enfermeira.

Com pressa para ir embora, eu peço:

— Envie para meu e-mail, por favor.

Após passar os dados necessários para a enfermeira, saio de lá com a sensação de que não sirvo mais para essa profissão.

Jorge está me esperando logo na saída e acena para mim como se eu não pudesse vê-lo, me tirando um sorriso. Tanto ele quanto os demais funcionários de Otávio me tratam muito bem, sempre dispostos a saber se preciso de algo, mas não gosto de incomodar. Estou naquela casa sem fazer nada, então sempre que acho alguma coisa que me distrai a mente, eu faço. Tenho passado muito tempo na cozinha, embora não ande comendo muito bem, e as crianças tem gostado disso. Até Guilherme adora chegar e comer algumas de minhas invenções.

DEGUSTAÇÃO "MINHA STRIPPER" (Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora