capítulo 2

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GABRIELA

Ainda parada sem saber o que dizer, continuo encarando o homem à minha frente.

- O que foi, garota? - ele questiona com raiva em sua voz. - Nunca viu um aleijado?

Eu definitivamente não estou petrificada por culpa de sua cadeira de rodas. Talvez esteja nervosa demais por ter sido pega onde não deveria estar, ou pela beleza deste homem tão ignorante e sem educação.

A pouca distância entre nós me permite sentir seu perfume e, sinceramente, é muito bom. Tem cheiro de homem. E mesmo estando em uma cadeira de rodas, eu posso notar que ele tem um belo corpo.

Recuperando meu fôlego, resolvo me pronunciar:

- Desculpe-me, senhor... eu não quis ser um incômodo. Só estava dando uma olhada, mas vou voltar para o meu devido lugar - digo rapidamente, já me direcionando à saída.

Tenho quase certeza de que o ouvi me mandando esperar enquanto me afasto em passos largos, mas não quero me virar para ter certeza. Volto correndo para o salão de festas onde Luiza me aguarda.

- Jade! Onde você se meteu, sua louca? - ela desaprova. - Aqueles homens estão à nossa espera e você ainda está com esse roupão! Anda... ponha uma roupa e vamos.

Enquanto me visto, não consigo parar de pensar no homem de minutos antes. Talvez sua condição o tenha deixado amargurado daquele jeito, mas o fato de estar em uma cadeira de rodas não é motivo para ser um estúpido.

Tão lindo, mas tão grosseiro...

Resolvo afastar meus pensamentos dele e, ao terminar de colocar uma roupa, sigo com Luiza de encontro aos lobos famintos. Ela já está acostumada com esse tipo de coisas, se misturando com todos eles rapidamente enquanto eu me direciono a um dos garçons para pedir um copo de água. Não costumo ingerir bebidas alcoólicas quando estou trabalhando.

Em algum momento, vejo um homem muito bonito vindo em minha direção.

- Bela apresentação. Eu estava ansioso à sua espera - ele insinua, estendendo uma mão para mim. - Prazer, me chamo Ricardo. Ricardo Vargas.

Eu aceito o cumprimento, respondendo-o com seriedade:

- Muito obrigada, senhor Vargas. Me chamo Jade, e fico feliz que tenha gostado de nossa apresentação.

- Apenas me chame de Ricardo - ele pede, bem humorado. - Venha, me acompanhe para uma taça de champanhe.

Ele começa a me guiar para uma das mesas do salão.

- Desculpe, Ricardo... eu não bebo quando estou trabalhando. Mas posso lhe fazer companhia - digo, me sentando na cadeira que ele puxou para mim.

- Vai me fazer essa desfeita? - Ele ri, me enviando uma piscada sexy ao sugerir: - Apenas uma taça e nada mais! Por favor...

Não costumava quebrar as regras que eu mesma me impus. Mas Ricardo estava sendo tão amável e, sendo honesta, eu precisava relaxar um pouco.

- Ok... você venceu. Apenas uma taça - escolho ceder, sorrindo para ele em encorajamento.

De onde estou, posso ver minha amiga se divertindo muito com os outros rapazes. Luiza é incrível e se sai super bem em qualquer situação. Ela dança para eles, se senta em seus colos e sempre toma as rédeas da porra toda.

Apesar de já estar há um ano no clube, essa é apenas a terceira vez que saio para fazer atendimento particular. Não gosto de me expor tanto. Ainda tenho muito receio e até um pouco de medo.

A companhia de Ricardo estava muito agradável. Para os outros é como se nem estivéssemos aqui - hora ou outra aparece alguém para trocar algumas palavras conosco, mas todos logo se retiram.

DEGUSTAÇÃO "MINHA STRIPPER" (Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora