2 - Sorriso

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Alguns murmúrios começaram entre os agentes que estavam ali, quase todos pareciam curiosos ou até preocupados. Exceto ela, a personificação da ambição, a agente mais arrogante da unidade 01; Charlie de Angeli.

Charlie estava aqui quando cheguei, ela é a mais velha de sua equipe e a mais ambiciosa.
Dizem que ela era de um família de ricaços mas que seus pais foram mortos e a herança foi roubada pelo governo canadense. Um agente a encontrou na costa norte do Mississipi, ela salvou a vida dele e em troca ele trouxe-a para o Murder.

No início éramos amigas mas as coisas mudaram quando fomos promovidas a para agentes nível II. Ela mudou completamente, começou a me tratar como uma ameaça e competia comigo em tudo.

_Olha só se não é a princesinha da central - a boca em um vermelho sangue abriu em um sorriso sarcástico. Tudo nela remetia a um tom de deboche ou arrogância que poderia tirar facilmente um do sério se não a conhecesse.
Não lhe dei uma resposta, não me deixaria levar por uma raiva que para mim era incompreensível, mesmo que na maioria das vezes fosse quase impossível controla-lá.

_Certo. - a intensa voz de meu antigo mentor soou cessando as conversas paralelas. Ele lia uma pasta que lhe foi entregue por um dos homens de White e então eu vi.

Talvez por não observarem com clareza não notassem, mas havia ali a sombra de um pequeno sorriso. Eu não sabia classificar aquela pequena demonstração de expressão o que me deixou ansiosa.

_Senhor White, podemos conversar em particular? - perguntou ao mexicano que concordou sem pestanejar, porque afinal, ele veio tratar de negócios com John e não a empresa inteira.

Antes de entrar na sua sala, por um milésimo de segundo John olhou para mim, seu olhos espertos. Ele já tinha um plano.

***

Duas horas.
Eu tive que ficar por duas horas ouvindo Julia reclamar de como era horrível trabalhar na central e, caramba ela tinha muito para reclamar.
Madyson não estava ali, provavelmente estava em serviço.
Então me sobrou duas opções: ficar ouvindo as piadinhas de Charlie ou conversar com Julia.
Bem, pelo menos Julia me faz rir.

_Ter que aturar esses psicopatas sem educação não estava no contra..

O telefone na mesa tocou interrompendo o falatório da moça de longos cabelos pretos. Julia era com toda certeza muito bonita, na verdade muitas das mulheres que trabalhavam aqui tinham um beleza extraordinária. Era quase um requisito, uma arma fatal.

_Sim... pausa... Certo. - era estranho ver Julia séria, ela sempre estava sorrindo para todos. A morena me encarou ainda muito séria, levantou se aproximando dos agentes na sala de espera que logo voltaram sua atençãopara ela.
_A reunião particular acabou, voltem para a sala.

Abrimos a porta, agora todos estávamos em pé. Era como uma grande vitrine para White, quê por sinal esbanjava um sorriso largo mostrando os repugnantes dentes de ouro.

_Conversamos por um longo tempo sobre tudo e chegamos a um plano ideal. - John falava caminhando pela sala sem nos olhar. - Só um de vocês poderá ser o espião. No caso a espiã.

O muxoxo de decepção dos rapazes foi hilário, tentei ao máximo me conter para não parecer uma idiota.

_Foi uma escolha difícil. Todos vocês são ótimos e --

_Pare de enrolação Hoover - O sotaque mexicano de White interrompeu o discurso de John. Ele estava impaciente, na verdade todos estávamos.

A irritação no rosto dele era visível mas o mafioso estava indiferente à isso. Hoover respirou fundo passando as mãos nos grandes cabelos castanhos.
Quando ele finalmente virou-se lá estava de novo a sombra do sorriso; O sorrisinho ardiloso.

_Foi escolhida a agente Kyll.

LADY KYLL - H.S - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora